A LUTA DAS MULHERES OPERÁRIAS POR CRECHE: DO “BALDE” AO DIREITO À EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2016.v4.620Resumo
Este artigo se insere no âmbito de um estudo que teve por objetivo investigar a luta atual pelo direito de mulheres operárias – e suas crianças – à creche pública de Santo André, município do Grande ABC do estado de São Paulo. Luta cuja trajetória ganha destaque com a efervescência dos movimentos sociais e sindicais, nas décadas de 1970 e 1980. Para tanto, utilizou-se de entrevistas com mães operárias com filhos e filhas matriculados/as em uma das creches da rede pública desse município. A análise dos dados mostrou que as mães defendem direitos, para além das questões trabalhistas, uma vez que se torna explícita a busca por educação pública, gratuita e de qualidade. Tal aspecto desconstrói tanto o discurso recorrente de que as famílias de camadas populares buscam as creches única e exclusivamente como local de guarda e de assistência para suas crianças, como também cria condições para a produção de culturas infantis.