VULNERABILIDADE SOCIAL E PROCESSOS EDUCATIVOS DESENVOLVIDOS POR INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR

Autores

  • Ana Lucia Ferreira da Silva Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Isabela Cristina dos Santos Porto Universidade Estadual de Londrina (UEL)

DOI:

https://doi.org/10.34024/olhares.2022.v10.14489

Palavras-chave:

Educação não formal, Vulnerabilidade Social, Direitos da Criança e do Adolescente

Resumo

Este artigo discute a temática referente aos direitos de crianças e adolescentes e, como ponto de partida e base teórica, tem-se a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a partir da qual crianças e adolescentes são considerados sujeitos de direitos passando a ter uma legislação própria, o Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA (BRASIL, 1990). Paralelamente a este marco, cabe destacar que a sociedade brasileira é marcada pela desigualdade social e econômica, sendo regida a partir da reforma do Estado nos anos de 1990 pelo ideário neoliberal, o qual retira deste a responsabilidade direta pelas políticas sociais, favorecendo a entrada do terceiro setor no desenvolvimento de ações neste campo. Objetiva-se, neste contexto, analisar como se deu a constituição dos direitos de crianças e adolescentes e, nessa trajetória, identificar e discutir o marco legal, trazendo para o centro das reflexões, na perspectiva dos direitos que lhes são conferidos em lei, a discussão acerca de processos educativos em âmbito não formal, a fim de situar possíveis contribuições advindas desse campo. A pesquisa foi pautada em estudo de cunho bibliográfico e análise documental e análise de dados amparada em abordagem qualitativa. Conclui-se pelo reconhecimento dos instrumentos legais, na consolidação da doutrina de proteção integral e pela importância da legislação, no sentido de que esta favorece a continuidade das lutas em favor da garantia e efetivação desses direitos. Destaca-se por fim, as parcerias público-privadas no campo das ações socioeducativas, atuando junto a crianças e adolescentes no atendimento ao princípio da proteção integral, por meio de ações educativas não formais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Lucia Ferreira da Silva, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), docente do Departamento de Educação, área Políticas Educacionais, Estado e Sociedade. Pesquisadora líder do Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação, Políticas Sociais e Direitos Humanos.

Isabela Cristina dos Santos Porto, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Bolsista Modalidade/UEL desenvolvendo projeto de Iniciação Científica intitulado: “Educação Não Formal: Primeiras Aproximações”. Integrante do Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação, Políticas Sociais e Direitos Humanos.

Referências

ARAÚJO, Joselaine de. A educação não formal e as políticas públicas para a juventude em situação de risco e vulnerabilidade social. 2014. 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2014. Disponível em: http://bdtd.unoeste.br:8080/tede/handle/tede/938. Acesso em: 09 out. 2022.

Assembleia Geral da ONU. (1948). "Declaração Universal dos Direitos Humanos" (217 [III] A). Paris. Disponível em: http://www.un.org/en/universal-declaration-human-rights/. Acessado em: 31 mar. 2021.

BARROS, Guilherme Freire de Melo. Direito da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)/coordenador Leonardo de Medeiros Garcia-rev. atual e ampl. Salvador: Juspodivm, 2016.

BAPTISTA, Myrian Veras. Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de direitos. Serviço Social & Sociedade, p. 179-199, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/478ZwRHWkjzk7G9ZYd4p7yP/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 08 nov. 2021

BENDRATH, E. A. O Programa Escola da Família enquanto política pública: políticas compensatórias e avaliação de rendimento. Presidente Prudente, SP: [s.n.], 2010.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266. Acesso em: 31 maio. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acessado em 14/08/2021.

BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União de 23 De dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 de setembro de 2022.

¬BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 mar 2021.

BRASIL. Representação da UNESCO. Declaração universal dos direitos humanos. 1998. Disponível em: https://ead.stf.jus.br/cursos/controleconstitucionalidade/files/aula3/declaracao_universal_direitos_humanos.pdf. Acesso em: 22 abr. 2022.

BRASIL. Política Nacional de Assistência Social – PNAS/ 2004. Norma Operacional Básica – NOB/SUAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Secretaria Nacional de Assistência Social, Brasília, DF, novembro de 2005. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf. Acesso em: 08 out. 2022.

CARDOZO, Glória Christina de Souza. Privado, Político e Público: condicionantes e contradições nas práticas de sistema nacional de atendimento socioeducativo. Dissertação (Pós-Graduação em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Maringá, p. 38. 2015. Disponível em: http://www.ppe.uem.br/dissertacoes/2015%20-%20Gloria.pdf. Acesso em: 31 mar 2021.

CAPARRÓS, R.F.Q. Entre saberes, sabores e desafios da tarefa educativa com jovens em conflito com a lei: como as educadoras significam os processos educativos do espaço do Programa de Medidas Socioeducativas em meio aberto. – São Carlos: UFSCAR, 2013.

CRISTINA, Thaynara Sousa. A CONVENÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. Iuris in Mente: Revista de Direitos Fundamentais e Políticas Públicas, 2017, 2.3: 46-70. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/iuris/article/view/3728. Aceso em: 31 mar. 2021.

CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação básica como direito. Cadernos de pesquisa, v. 38, n. 134, p. 293-303, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/QBBB9RrmKBx7MngxzBfWgcF/?lang=pt. Acesso em 07 jun 2021.

DIAS, Fernando. Os direitos humanos, o direito a ser educado e as medidas socioeducativas. In: SCHILLING, Flávia. (Org.). Direitos Humanos e Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal na pedagogia social. In: I Congresso Internacional de Pedagogia Social, 1., 2006. Proceedings online... Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000092006000100034&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 29 maio. 2021.

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social. Meta: Avaliação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan/abr. 2009. Disponível em: < https://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/view/1/5 > Acesso em 28 de agosto de 2021.

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal, aprendizagens e saberes em processos participativos. Investigar em Educação, II série, n. 1, p.35-50. 2014. Disponível em: < http://pages.ie.uminho.pt/inved/index.php/ie/article/view/4/4 > Acesso em 10 de maio de 2022.

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal nas instituições sociais. Revista Pedagógica, Chapecó, v.18, n. 39, p. 59-75, set/dez. 2016. Disponível em: < https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/3615 > Acesso em 28 de agosto de 2022.

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal: direitos e aprendizagens dos cidadãos (ãs) em tempos do coronavírus. Revista Humanidades e Inovação, v.7, n.7.7, p. 10-20. 2020. Disponível em: < https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/3259 > Acesso em 28 de agosto de 2022.

LISBOA, Vinícius. ECA faz 32 anos e tem desafios ampliados pela pandemia. Agência Brasil, 2022. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-07/eca-faz-32-anos-e-tem-desafios-ampliados-pela-pandemia. Acesso em: 11 out. 2022.

MARX, Karl. A Questão Judaica. In: ______ Manuscritos Econômico-Filosóficos. Tradução: Alex Marins. São Paulo: Martin Claret, 2006.

MINAYO. Maria Cecilia de Souza (Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

PROJETO COMUNITÁRIO. Direitos das Crianças e dos Adolescentes. 2019.| PUCPR. Caderno 1. Disponível em: https://www.pucpr.br/wp-content/uploads/2019/07/caderno01-1.pdf. Acesso em: 18 jul. 2022

PORTO. Isabela Cristina dos Santos. Educação Social para a Emancipação Humana e o Direito a Ser Educado. ISSN 1980-5969 VOL 47 n.2, p.1 - Anais do SINESUL – 2019. Revista Eletrônica Múltiplo Saber. Acesso em 1 de março de 2021. Disponível em:https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_64_1568059794.pdf.

SAUT, Roberto Diniz. O direito da criança e do adolescente e sua proteção pela rede de garantias. Revista Jurídica (FURB), 2007, 11.21: 45-73. Disponível em: https://bu.furb.br/ojs/index.php/juridica/article/view/441. Acesso em 31 mar. 2021.

SILVA, Alex Sandro da. Centro de socioeducação-gestão de conflitos nas equipes multidisciplinares. Monografia. 2013. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/68318/E%20-%20ALEX%20SANDRO%20DA%20SILVA.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 30 dez. 2021.

SILVA, Luiz Etevaldo da. O sentido e significado sociológico de emancipação. Revista e-Curriculum, v. 11, n. 3, p. 751-765, 2013. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/8924. Acesso em 05 jul. 2021. Acesso em: Acesso em 31 mar. 2021.

SILVA, Ana Lucia Ferreira da. PERRUDE, Marleide Rodrigues da Silva. BOAVENTURA, Paula Bortolozzo. A atuação do pedagogo nos serviços socioassistenciais. Revista de Ciências Humanas. Frederico Westphalen/ RS, v. 22, n.2, p. 194-215, maio/ago. 2021.Disponível em: http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/3929. Acesso em 20 de setembro de 2022.

SPOSATO, Karyna Batista. A normativa da Criança e do Adolescente. In: ______. (org.). O direito penal juvenil. 1ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, (p. 19 – 62). 2006.

TONET, Ivo. Educação, cidadania e emancipação humana. Ijuí: Unijuí, 2005. Disponivel em:http://ivotonet.xp3.biz/arquivos/EDUCACAO_CIDADANIA_E_EMANCIPACAO_HUMANA.pdf. Acesso em: 7 abr. 2021.

UNESCO. “Declaração Universal sobre a diversidade cultural”. 2002. Disponível em:https://www.oas.org/dil/port/2001%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20sobre%20a%20Diversidade%20Cultural%20da%20UNESCO.pdf. Acesso em: 13 abr. 2021.

WINTER, Ana Cristina; MENEGOTTO, Lisiane Machado de Oliveira; ZUCCHETTI, Dinora Tereza. Vulnerabilidade social e educação: uma reflexão na perspectiva da importância da intersetorialidade. Conhecimento & Diversidade, [S.l.], v. 11, n. 25, p. 165-183, jun. 2020. ISSN 2237-8049. Disponível em: <https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/conhecimento_diversidade/article/view/5526>. Acesso em: 08 out. 2022. doi:http://dx.doi.org/10.18316/rcd.v11i25.5526.

Yazbek, Maria Carmelita. Pobreza no Brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento. Serviço Social & Sociedade [online]. 2012, n. 110 , pp. 288-322. Epub 15 Jun 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-66282012000200005>. Acesso em 09 out. 2022.

Downloads

Publicado

2022-12-28

Como Citar

Silva, A. L. F. da ., & Porto, I. C. dos S. . (2022). VULNERABILIDADE SOCIAL E PROCESSOS EDUCATIVOS DESENVOLVIDOS POR INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR. Olhares: Revista Do Departamento De Educação Da Unifesp, 10(1). https://doi.org/10.34024/olhares.2022.v10.14489

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: GEPPEDH 10 ANOS: Educação e pesquisa na perspectiva histórico-cultural