Entre a pesquisa administrada e a prática do artesão
uma aventura, uma vontade, um projeto
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2019.v7.9677Palavras-chave:
Investigar, Pesquisa adminstrada, História da educaçãoResumo
O ensaio discute alguns dos limites impostos à aventura da investigação pela burocratização acadêmica que define a pesquisa em tempos de sociedade administrada. Defende a necessária recuperação do papel intelectual do pesquisador, destacando alguns elementos considerados es- senciais para o seu labor: o tempo, o ócio; o silêncio; a solidão; o compartilhamento. Conclui que, negados aqueles elementos a pesquisa, na forma como está organizada e institucionalizada, hoje, tornou-se uma das esferas da burocratização do pensamento, contribuindo para uma postura tec- nocrática anti-investigativa, que contribui para aniquilar a curiosidade, a dúvida e o enfrentamento da ignorância que o ato de investigar deveria fomentar.
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