MASCULINIDADES E SEXISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: o que os meninos perdem com isso?
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2024.v12.15270Palavras-chave:
Meninos e Educação Infantil, Gênero e Infância, MasculinidadesResumo
Esse estudo é um recorte de pesquisa de mestrado intitulada “Masculinidades como práticas sociais: perspectiva dos meninos da Educação Infantil” que problematizou as masculinidades e as questões de gênero, por meio da observação de práticas sociais de um grupo de quinze crianças com idade entre quatro e cinco anos de uma turma de primeiro período de instituição de Educação Infantil de Sobradinho, Distrito Federal. A pesquisa observou como perspectivas sobre gênero, valores e normas são passadas e recebidas pelas crianças e quais masculinidades faziam parte da dinâmica da instituição, dos discursos e rotinas. O presente artigo busca apontar práticas produtoras de desigualdades e também visibilizar a forma como os meninos são educados e cuidados e como se cuidam e negociam suas práticas. Esse texto, seguindo a linha da pesquisa, utiliza os aportes teóricos da Sociologia da Infância, dos Estudos de Gênero e dos Estudos das Masculinidades e é uma investigação de caráter descritivo qualitativo realizada através de observação participante, com registros fotográficos, gravação de voz e transcrição de falas. Chegou-se à conclusão que a instituição de Educação Infantil legitima normas de gênero e carrega marcas sexistas que são evidenciadas nas práticas pedagógicas; que os meninos estão ressignificando suas ações; e que o caminho em busca de uma Pedagogia da Escuta - não preconceituosa e transformadora – ainda precisa ser melhor percorrido.
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