DOS Pompeia e o início da Arqueologia Clássica no Brasil: Algumas reflexões sobre as contribuições de Teresa Cristina e Nísia Floresta

Autores

  • Renata Senna Garraffoni Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.34024/imagem.v4i1.19447

Palavras-chave:

Pompeia, Arqueologia Clássica, Agência feminina

Resumo

O presente artigo possui como objetivo central apresentar uma leitura sobre como as escavações de Pompeia impactaram o cotidiano brasileiro no século XIX e, também, iniciaram o acesso à Arqueologia Clássica que, então, nascia. Para tanto, parto de alguns dos resultados de minhas pesquisas junto ao projeto RIPOMPHEI, Recepción e influjo de Pompeya y Herculano en España e Iberoamérica, coordenado por Mirella Romero Recio, da Universidade Carlos III, Madri, ainda não publicados no Brasil e apresento algumas análises inéditas sobre a participação de Teresa Cristina no processo e, também, das reflexões de Nísia Floresta sobre sua viagem a Pompeia. Ao eleger duas mulheres para alicerçar os argumentos centrais do artigo, busco analisar o interesse pelo início da Arqueologia Clássica a partir de um viés menos usual, destacando a participação feminina no processo. Trata-se, então, de um artigo que explora as relações políticas e culturais entre Brasil e Itália em um momento de surgimento da Arqueologia Clássica, explorando os silêncios da historiografia brasileira sobre o tema.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Almeida, A. (2017). Pavoroso espetáculo: o culto ao Vesúvio no Rio de Janeiro oitocentista, Topoi, 18(36), 490-513. https://doi.org/10.1590/2237-101X01803603

Avella, A. A. (2014). Teresa Cristina de Bourbon: uma imperatriz napolitana nos trópicos 1843-1889. Eduerj.

Azevedo, E. (2019). A coleção Teresa Cristina: idealização e falência de um projeto cultural para o Brasil, Concinnitas, 3(34), 116-125. https://www.e-publicacoes.uerj.br/concinnitas/article/view/39890

Bakos, M. (Org.). (2004). Egiptomania: O Egito no Brasil. Paris Editorial.

Buitrago, L. (2023). El mundo que yo vi: viajeras americanas em Pompeya y Herculano (1853-1908). In: M. R. Recio, J. S. Álvarez, & Buitrago, L. (Orgs.), Pompeya y Herculano entre dos mundos. La recepción de un mito en España y América (pp. 53-68). L’ Erma di Brestschneider.

Carvalho, J. M. (2014). A formação das Almas: O imaginário da República no Brasil. Companhia das Letras.

Cavicchioli, M. R. (2004). As Representações da Sexualidade na Iconografia Pompeiana [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas].

Costa, K. L. (2012). Anacronismo em Charges: as análises da Egiptomania [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUCRS. https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2436

Dazzi, C. (2006). As Relações Brasil-Itália na Arte do Segundo Oitocentos: estudo sobre a obra de Henrique Bemardelli (1880 a 1900) [Dissertação de Mestrado, Universidade de Campinas]. Repositório Unicamp. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/366248?guid=1709251205967&returnUrl=%2Fresultado%2Flistar%3Fguid%3D1709251205967%26quantidadePaginas%3D1%26codigoRegistro%3D366248%23366248&i=11

Dazzi, C. (2009). Pedro Weingärtner e a Pintura Neopompeiana. 19&20, IV(2). http://www.dezenovevinte.net/obras/pw_pneopompeiana.htm

Dazzi, C. (2014). Os estudos sobre a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro: contexto historiográfico, omissões históricas e novas perspectivas. Visualidades, 11(1), 109-151. https://doi.org/10.5216/vis.v11i1.28188

Dazzi, C. (2017). Pôr em prática a reforma da antiga Academia: Dificuldades enfrentadas pela Escola Nacional de Belas Artes (1891-1895). Visualidades, 15(1), 171-198. https://doi.org/10.5216/vis.v15i1.35265

Dazzi, C. (2018). O Ensino na Escola Nacional de Belas Artes: o Prêmio de Viagem à Europa e os alunos da antiga Academia. Revista Gearte, 5(1), 130-144. https://doi.org/10.22456/2357-9854.78893

Duarte, C. L. (2018). A viajante ilustrada. In: N. Floresta (Org.), Três anos na Itália seguidos de uma viagem à Grécia (pp. 11-17). Editora da IFRN (Trabalho original publicado em 1864).

Funari, P. P. A. (1993). Graphic caricature and the ethos of ordinary people at Pompeii. Journal of European Archaeology Archive 1(2), 133-150.

Funari, P. P. A. (1986). Cultura(s) dominante(s) e cultura(s) subalterna(s) em Pompéia: da vertical da cidade ao horizonte do possível. Revista Brasileira de História, 7(13), 33-48.

Funari, P. P. A. (1989). Cultura Popular na Antiguidade Clássica. Contexto.

Funari, P. P. A., & Funari, R. S. (2010). Ancient Egypt in Brazil: a theoretical approach to contemporary uses of the past. Archaeologies, 6(1), 48-61.

Funari, P. P. A., & Garraffoni, R. S. (2012). The uses of Roman heritage in Brazil. Heritage & Society, 5(1), 53-76.

Garraffoni, R. S., & Sanfelice, P. P. (2013a). Em tempos de culto a Marte por que estudar Vênus? Repensando o papel de Pompeia durante a II Guerra. In: F. V. Cerqueira, A. T. Gonçalves, E. Medeiros, & J. L. Brandão (Orgs.), Saberes e poderes no mundo antigo (pp. 65-84). Imprensa da Universidade de Coimbra.

Garraffoni, R. S., & Sanfelice, P. P. (2013b). Arqueologia e poder: o caso de Pompeia. In Anais I Semana de Arqueologia – Arqueologia e Poder (pp. 1-10). IFCH.

Garraffoni, R. S., & Sanfelice, P. P. (2014). Homoerotismo nas paredes de Pompeia. In A. M. Esteves, K. T. Azevedo, & F. Frohwein (Orgs.), Homoerotismo na Antiguidade Clássica (pp. 219-248). Editora da UFRJ.

Garraffoni, R. S., & Sanfelice, P. P. (2017). Escavando Pompeia no início do século XX: Arqueologia, Nacionalismo e identidades em Conflito. In G. J. Silva, R. S. Garraffoni, P. P. A. Funari, J. Gralha, & R. Rufino (Orgs.), Antiguidade como Presença: Antigos, Modernos e usos do passado (pp. 269-296). Prismas.

Garraffoni, R. S. (2018). Os Antigos Gregos: No acervo do Museu Paranaense: Recepção dos Clássicos, Poesia Simbolista e Política. Museu Paranaense.

Garraffoni, R. S. (2020). Recepção greco-romana em Curitiba: Literatura, Patrimônio e novas abordagens do centro histórico. Revista Memória em Rede, 12(23), 222-244. https://doi.org/10.15210/rmr.v12i23.19219

Garraffoni, R. S. (2021). Gladiadores na Roma Antiga: dos combates às paixões cotidianas (2a ed.). Editora da UFPR.

Garraffoni, R. S. (2023a). Excavating the past and framing new identities in the nineteenth century: Vesuvius, Pompeii and modernity in Rio de Janeiro. In M. R. Recio (Org.), Pompeii in the visual and performing arts: its reception in Spain and Latin America (pp. 153-170). Bloomsbury.

Garraffoni, R. S. (2023b). Pompeya y el Vesubio en la prensa de Rio de Janeiro (1870-1889). In M. R. Recio, J. S. Álvarez, & L. Buitrago (Orgs.), Pompeya y Herculano entre dos mundos. La recepción de un mito en España y América. Roma: L' Erma di Brestschneider. p. 105-122.

Garraffoni, R. S. (2023c). Pompeia, o Vesúvio e o Rio de Janeiro: os encontros entre passado antigo e o cotidiano carioca na segunda metade do século XIX. In: Buitrago, L.; Del Molino García, R.; Parra López, A. (Orgs.). Ecos pompeyanos: recepción e influjo de Pompeya y Herculano en España y América Latina. Bogotá: Universidad de Externado. p. 213-234. Disponível em: Acesso em 06/03/2024.

Hardman, F. F. (1998). Silva Jardim: a República e o vulcão. Estudos avançados, 12, 34), 277-287. https://doi.org/10.1590/S0103-40141998000300025

Laurence, R. (2005). Tourism and Romanità: a new vision of Pompeii (1924-1942). Ancient History, 35, 90-110.

Lima, D. C. (2018). “Uma viajante brasileira”. In N. Floresta (Org), Três anos na Itália seguidos de uma viagem à Grécia (pp. 11-17). Editora da IFRN (Trabalho original publicado em 1864).

Lúcio, S. V. M. (1999). Uma Viajante Brasileira na Itália do Risorgimento. Tradução Comentada Do Livro Trois Ans En Italie Suivis D'un Voy Age En Grece (Voi I-1864; V Oi Ii- S.D) de Nísia Floresta Brasileira Augusta [Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. Repositório Unicamp. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/222172

Lustosa, I. (2022). Jornais: uma ampla janela aberta sobre o século XIX. Almanack, (30), er00222. https://doi.org/10.1590/2236-463330er00222

Recio, M. R. (2010). Pompeya. Vida, muerte y resurrección de la ciudad sepultada por el Vesubio. La Esfera de los libros.

Rufino, R. N. (2013). O bimilenário de Augusto na Espanha (1939-1940): construções discursivas do franquismo sobre a Antiguidade romana [Dissertação de Mestrado Universidade Estadual de Campinas]. Repositório Unicamp https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/906045

Santos, S. F. (2015). Espaços femininos na Magna Grécia e Sicília: estudo comparativo da iconografia dos vasos da Coleção Teresa Cristina e de vasos italiotas, siciliotas e áticos dos séculos V-IV a.C. [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro].

Santos, S. F. (2018). A Coleção Teresa Cristina do Museu Nacional do Rio de Janeiro: as possibilidades de uma coleção. Revista do Museu Arqueologia Etnologia, 30, 148-160. https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2018.116341

Schwarcz, L. (1998). As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. Companhia das Letras.

Silva, G. J. (2007). História antiga e os usos do passado: um estudo de apropriação da Antiguidade sob o regime de Vichy (1940-1944). Annablume/FAPESP.

Vidales García, M. (2023). Intercambios transoceánicos: del interés a la nostalgia Teresa Cristina de Borbón y su actividad cultural en Brasil. In L. Buitrago, R. D. M. García, & A. P. López (Orgs.), Ecos pompeyanos: recepción e influjo de Pompeya y Herculano en España y América Latina (pp. 95-115) Universidad de Externado.

Downloads

Publicado

2024-09-03

Edição

Seção

Dossiê Temático

Como Citar

Senna Garraffoni, R. (2024). DOS Pompeia e o início da Arqueologia Clássica no Brasil: Algumas reflexões sobre as contribuições de Teresa Cristina e Nísia Floresta. Imagem: Revista De História Da Arte, 4(1), 21-42. https://doi.org/10.34024/imagem.v4i1.19447