Figura

Arquivo Figura: Estudos sobre a tradição Clássica

Figura: Estudos sobre a Tradição Clássica foi um periódico fundado em 2013 pelo prof. Dr. Luiz Marques com objetivo de ser um espaço para a difusão de estudos sobre a tradição clássica. Vinculada à Sociedade Brasileira de Estudos do Renascimento (SBER), sua publicação foi levada adiante por pesquisadores e professores da UNICAMP, UERJ e UNIFESP. A revista logo se tornou um espaço vivaz, abrigando estudos de várias temporalidades, disciplinas e geografias. Sua publicação contribuiu enormemente para consolidar, no Brasil, os estudos medievais e do Renascimento no campo da História da Arte.

Em 2023, após completar 10 anos, a revista entra em um hiato. Nesta fase, seus arquivos passam a ser disponibilizados na plataforma eletrônica da UNIFESP, gentilmente hospedada pela Imagem: Revista de História da Arte.  Garantimos, assim, o publico acesso às pesquisas publicadas, de acordo com a filosofia original da revista, bem como preservamos sua memória, na esperança de que este projeto tão importante possa ser retomado no futuro.

                                                                    

Foco e escopo

Figura: Estudos sobre a Tradição Clássica é uma revista internacional a ser publicada on-line e com acesso irrestrito, a fim de disseminar pesquisas e redações atuais sobre o repertório da tradição clássica. A revista abrange estudos da cultura visual e textual da Antiguidade, bem como apropriações e transfigurações desse legado no mundo antigo e pós-antigo. A pós-antiguidade pode ser considerada para incluir o período contemporâneo; portanto, o ponto de corte usado como quadro de referência para o conteúdo proposto por Figura é conceitual e não temporal, o que exige uma distinção a esse respeito.

 

Tradição Clássica

É útil observar a multidimensionalidade da noção de “clássico” adotando uma abordagem anteriormente vista como negativa. O clássico aqui não se refere a um estilo codificado nos vários classicismos históricos cujas características compartilhadas, por assim dizer, eram a preferência por um repertório elevado, um senso de centralidade, unidade, transparência estrutural, um ideal de simplicidade, um gosto pelo jogo disciplinado entre regra e variedade. Em segundo lugar, o clássico aqui não tem relação com uma psicologia da percepção que veria nele uma constante do espírito. Em terceiro lugar, o clássico aqui não estaria associado a nenhum resíduo julgador, no âmbito de uma antítese clássica / anticlássica, na qual o segundo termo seria reservado a impulsos ou impulsos de natureza criativa, inovadora, experimental ou subjetiva.

Uma vez liberada desses três sentidos “clássicos” envolvidos em perspectivas excessivamente específicas, a noção de tradição clássica pode ser definida de maneira mais objetiva. Refere-se ao processo histórico pelo qual as culturas surgidas da Antiguidade mediterrânea estruturaram suas coordenadas mentais, tópicos e procedimentos argumentativos para constituir um repertório de formas (visual, literária, retórica, mitológica, filosófica, religiosa, científica, musical, etc.) em um movimento incessante de cristalização, transmissão e transformação dos significados dos modelos antigos.

 

Objetivo

Nesta perspectiva conceitual, o objetivo da Figura é estimular estudos acadêmicos de fenômenos e questões específicas claramente delimitados, mas com o espírito de incentivar o diálogo entre diferentes campos do conhecimento e ampliar o debate, atendendo ao autônomo – e ao mesmo tempo interconectado – caráter das esferas da cultura visual e textual.

Em suma, incentiva pesquisas que não perdem de vista os vários aspectos do termo para o qual o periódico foi nomeado – Figura – divulgado pelo ensaio infalivelmente contemporâneo de Erich Auerbach de 1938 [1]. Do exílio em Istambul, Auerbach teve um alcance muito maior ao narrar o gesto de uma palavra europeia cuja plasticidade está inscrita em sua própria história. Seu sentido original era concreto e visual – “objeto modelado em argila” por um oleiro (figulus [2]), mas mais camadas de significado foram gradualmente adicionadas, abrangendo aparência sensível e formas relacionadas à gramática, retórica, lógica, matemática e depois até música e dança.

 

Utque Novis facilis signatur cera figuris

Nec manet ut fuerat Formas ne SERVAT easdem,

Sed tamen ipsa eadem est ... [3]

 

Estrutura Editorial

Figura espera publicar estudos em arqueologia e história da arte, permanecendo aberto a estética e história da literatura, música, retórica, filosofia e religião, priorizando abordagens que não percam de vista a Antiguidade como o quadro de referência em que os fenômenos estudados estão situados.

Essa estrutura editorial visa oferecer uma gama de textos em que os estudos e textos atuais do repertório são equilibrados e correspondem entre si, sejam fontes ou marcadores significativos na história da reflexão sobre a tradição clássica.

 

Sempre que possível, portanto, cada edição da Figura conterá:

  1. um dossiê temático;
  2. estudos ocasionais;
  3. um comentário sobre uma exposição ou uma iniciativa museológica;
  4. uma revisão de um ensaio ou nova publicação;
  5. uma fonte ou texto do repertório, precedido por uma introdução contextualizando-o e justificando sua relevância.

 

Figura aceitará contribuições em inglês, francês, italiano, espanhol e português.

*A Revista não cobra nenhum tipo de taxa para submissão ou edição de propostas e seu acesso é livre.

* The Journal dos not charge for submissions or processing. Figura is an open access journal.

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[1] Cf. Erich Auerbach, “Figura”. Archivium Romanicum, 22, 1938, pp. 436-489, republicado em Neue Dantestudien, Istambul: I. Horoz, 1944.

[2] Cf. A. Ernout, A. Millet, Dictionnaire étymologique de la langue latine (1932), Paris: Klincksieck, 2001, p. 235: “fingo, -is, finxi, fictum, -gere: propriedade ‘modeler dans l'argile’, cf. figulus, «potier» (…); fictício ‘pâtissier’ e ‘sculptpteur’; (…) Varr., LL 7: fictor cum dicit fingo, figuram imponit [“O criador de imagens (fictor), quando diz fingo (eu formo), coloca uma figura na coisa”]. Puis par extension: “façonner” (de um modo geral, sentido físico e moral)”.

[3] Ovídio, Met., XV, 169-171, ed. G. Lafaye, Paris: Les Belles Lettres, 1962, vol. III, p. 126. (“E como a cera macia é carimbada com novas figuras e não permanece como era, nem mantém as mesmas formas, embora permaneça a mesma ...”).

 

Histórico de Editores

2013 – 2014

Luiz Marques

Luciano Migliaccio

 

2015 – 2016

Alexandre Ragazzi

 

2017 – 2020

Alexandre Ragazzi

Patricia Meneses

Cassio Fernandes

 

2020 – 2022

Fernanda Marinho

Evelyne Azevedo

 

Editorial Board

Cássio Fernandes - Universidade Federal de São Paulo, Brazil

Alexandre Ragazzi - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil

Maria Berbara - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil

Luiz Marques - Universidade Estadual de Campinas, Brazil

Tamara Quírico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil

 

International Advisory Board

Juliana Barone - Birkbeck University of London, United Kingdom

Jens Baumgarten - Universidade Federal de São Paulo, Brazil

José Emilio Burucúa - Universidad Nacional de San Martín, Argentina

Liana de Girolami Cheney - SIELAE, Universidad de Coruña, Spain

Gerardo de Simone - Accademia di Belle Arti di Carrara, Italy

Maurizio Ghelardi - Scuola Normale Superiore di Pisa, Italy

Juan Luis González García - Universidad Autónoma de Madrid, Spain

Alessandro Nova - Kunsthistorisches Institut in Florenz, Italy

Carlo Rescigno - Seconda Università degli Studi di Napoli, Italy

Neville Rowley - Staatliche Museen zu Berlin, Germany

Claudia Valladão de Mattos - Universidade Estadual de Campinas, Brazil

 

Catalogação na Publicação elaborada por: Gildenir Carolino Santos - CRB-8ª/5447

Copyrights

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Ethics

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