A Educação ambiental crítica brasileira frente às crises contemporâneas: desafios e potencialidades

Autores

  • Gustavo Ferreira da Costa Lima Universidade Federal da Paraíba
  • Maria Betânia Ribeiro Torres Universidade do Estado do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0003-3556-3797
  • João Paulo Pereira Rebouças Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.34024/revbea.2022.v15.13965

Palavras-chave:

Educação ambiental crítica, Justiça ambiental, Crises contemporâneas

Resumo

O presente ensaio discute o papel da Educação Ambiental (EA) crítica diante dos múltiplos conflitos e crises contemporâneos. Objetiva refletir sobre os principais desafios colocados à EA crítica e as potencialidades que ela dispõe para produzir respostas e ações capazes de superar ou mitigar as ameaças e os riscos da degradação socioambiental. Dialoga com o campo da Educação Ambiental, com a justiça ambiental e a ecologia política. Conclui que, por um lado, a EA crítica se defronta com desafios epistemológicos, ético-valorativos, pedagógicos e políticos. Tem, contudo, a seu favor, um amplo repertório de recursos político-pedagógicos que a habilitam a fazer contribuições significativas ao conhecimento existente e à formação crítica dos educandos nas diversas modalidades de sua ação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Referências

ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecília Campello Amaral; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

ALISSON, Elton. Brasil registra recorde de extremos de chuva no início do verão. O Eco, Agência Fapesp, 21 jan 2022. Disponível em: https://oeco.org.br/reportagens/brasil-registra-recorde-de-extremos-de-chuva-no-inicio-do-verao/ . Acesso em 16 mai. 2022.

BALÉE, W. (editor). Advances in historical ecology. New York: Columbia University Press, 1998.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

BRASIL. Presidência da República. Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 31 abr. 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.126p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 17 mar. 2019.

BRASIL. Presidência da República. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea) e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 27 abr. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 17 mar. 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa nacional de educação ambiental – ProNEA. Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005. 102p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/pronea3.pdf. Acesso em: 17 mar. 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 jun. 2012a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf. Acesso em: 03 nov. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 14, de 6 de junho de 2012. Institui as Diretrizes Curriculares para a Educação Ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jun. 2012b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=10955-pcp014-12&Itemid=30192>. Acesso em: 21 set. 2020.

BROWN, Kate. Entendendo o coronavírus como uma catástrofe ecológica, 2020. Disponível em: <https://www.brasil247.com/ideias/entendendo-o-coronavirus-como-uma-catastrofe-ecologica>. Acesso em 08 mai. 2020.

BRÜGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental? Letras Contemporâneas, 1994.

BURSZTYN, Marcel. Políticas públicas para o desenvolvimento (sustentável). In: BURSZTYN, Marcel (org.) A difícil sustentabilidade: Política energética e conflitos ambientais. RJ: Garamond, 2001.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Territorialidades em luta: uma análise dos discursos ecológicos. Série Registros, São Paulo n. 9, p. 1-56, 1991

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias da educação ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. Universidade UFRGS, 2001.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A pesquisa em educação ambiental: perspectivas e enfrentamentos. Pesquisa em Educação Ambiental, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 39-50, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/pesquisa/article/view/15126. Acesso em: 25 out. 2020.

CERICATO, Itale Luciane. A profissão docente em análise no Brasil: uma revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 97, n. 246, p. 273-289, maio/ago. 2016.

CRESPO, Samyra. Educar para a sustentabilidade: a educação ambiental no programa da agenda 21. In: NOAL, F. O; REIGOTA, M.; BARCELOS, V.H.L. Tendências da educação ambiental brasileira. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998.

CRUTZEN, Paul. Josef. Geology of mankind: the Anthropocene. Nature, United Kingdom, v. 415, p. 23, 2002.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016.

DESCOLA, Philippe. Além de natureza e cultura. Tessituras, Pelotas, v. 3, n. 1, p. 7-33, jan./jun. 2015.

DIAS, Maria Assunção Faus da Silva. Eventos climáticos extremos. Revista USP, São Paulo, n. 103, p.33-40, 2014.

FAO. World Livestock 2013: Changing disease landscapes. Rome, 2013.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2005.

GIDDENS, Anthony. A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

INGOLD, Tim. The Perception of the Environment: Essays in Livelihood, Dwelling and Skill. London: Routledge, 2000.

IPCC. Global warming of 1.5 °C. Summary for Policymakers. Genebra: IPCC, 2018. Disponível em: https://www.ipcc.ch/sr15/. Acesso em: 23 set. 2019.

IPCC – INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. The Physical Science Basis (AR6) - Summary for Policymakers. Agosto de 2021. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/downloads/report/IPCC_AR6_WGI_SPM.pdf. Acesso em: 08 fev. 2022.

LASCHEFSKI, Klemens Augustinus. Rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho (MG): Desastres como meio de acumulação por despossessão. Ambientes, Francisco Beltrão, v. 2, n. 1, p. 98-143, 2020. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/23299. Acesso em: 11 out. 2020.

LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. São Paulo: Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2018.

LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. Educação ambiental crítica: do socioambientalismo às sociedades sustentáveis. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 145-163, jan./abr. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v35n1/a10v35n1.pdf. Acesso em: 15 mai. 2021.

LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. Educação Ambiental no Brasil: Formação, identidades e desafios. Campinas: Papirus, 2011.

LIMA, Gustavo Ferreira da Costa; TORRES, Maria Betânia Ribeiro. Uma educação para o fim do mundo? Os desafios socioambientais contemporâneos e o papel da educação ambiental em contextos escolarizados. Educar em Revista, Curitiba, v. 37, e77819, p. 1-20, 2021.

LOPES, José Sérgio Leite. Sobre processos de ambientalização dos conflitos e sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 12, n. 12, p. 31-64, 2006.

LOPES, Theóffillo da Silva; ABÍLIO, Francisco José Pegado. Educação ambiental crítica: (re)pensar a formação inicial de professores/as. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, V. 16, nº 3, p.38-58, 2021.

LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Complexidade e dialética: contribuições à práxis política e emancipatória em educação ambiental. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 93, p. 1473-1494, Set./Dez. 2005.

MARENGO, J. A. Água e mudanças climáticas. Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 83-96, maio/ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a06.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2009.

MARTINEZ-ALIER, J. La justicia ambiental y el decrecimiento económico. Una alianza entre dos movimientos. Revista Ecologia política, Barcelona, n. 41, p. 45-54, jun., 2011.

MEADOWS, Donella H. et al. Limites do crescimento. São Paulo: Perspectiva, 1973.

MORIN, Edgar; VIVERET, Patrick. Como viver em tempo de crise? Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2013.

OMS (WHO) Coronavirus (COVID-19) Dashboard, 2022. Disponível em: https://covid19.who.int/table. Acesso em: 25 abr. 2022.

PÁDUA, José Augusto. O papel do Brasil no Antropoceno 3.0. (Entrevista) Página 22, Rio de Janeiro, FGV, Out/Nov, 2016.

QUINTAS, José Silva. Educação no processo de gestão ambiental: uma proposta de educação ambiental transformadora e emancipatória. In: LAYRARGUES, P. P. (coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004.

REBOUÇAS, João Paulo Pereira; LIMA, Gustavo Ferreira da Costa; SILVA, Edevaldo da. Desafios da educação ambiental crítica em escolas públicas de Mossoró (RN). Revista Brasileira da Educação Ambiental, São Paulo, V. 16, nº 3, p. 59-78, 2021.

ROBBINS, Paul. Political ecology: A critical introduction. New Jersey, US: John Wiley & Sons, 2019.

ROCKSTRÖM, Johan et al. Planetary boundaries: exploring the safe operating space for humanity. Ecology and Society, Wolfville, CAN, v. 14, n. 2, p. 32, 2009. Disponível em: https://www.ecologyandsociety.org/vol14/iss2/art32/. Acesso em: 08 jun. 2010.

SEMPERE, Joaquim. Decrescimento e autocontenção. Revista Ecologia Política, n. 35, p. 35-44, 2008.

SORRENTINO, Marcos; PAGNOCCHESCHI, Bruno (coords.). Educação ambiental: experiências e perspectivas. Série Documental: Relatos de Pesquisa, n. 2c. Brasília: INEP/MEC, 1993.

STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos; CAMPOS, Luciana Maria Lunardi. Educação ambiental escolar, formação humana e formação de professores: articulações necessárias. Educar em Revista, Curitiba, v. n. 3, p. 145-162, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/cfc9PgJjwsyVc7wMkw4bJSz/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 mai. 2018.

TRAJBER, Rachel; MENDONÇA, Patrícia Ramos (org.). Educação na diversidade: o que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental. Brasília, DF: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007.

WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2000.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Cia das Letras, 2004.

ZANELLA, Janice Reis Ciacci. Zoonoses emergentes e reemergentes e sua importância para saúde e produção animal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 51, n. 5, p. 510-519, maio 2016.

Downloads

Publicado

01-10-2022

Como Citar

Lima, G. F. da C., Torres, M. B. R., & Rebouças, J. P. P. (2022). A Educação ambiental crítica brasileira frente às crises contemporâneas: desafios e potencialidades. Revista Brasileira De Educação Ambiental (RevBEA), 17(5), 117–131. https://doi.org/10.34024/revbea.2022.v15.13965

Edição

Seção

Artigos
Recebido: 2022-06-05
Aceito: 2022-08-05
Publicado: 2022-10-01

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)