ENTRE A DANÇA E A INTERSECCIONALIDADE: maternidade solo frente às relações raciais

Autores

  • Marcia Martins Teixeira Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP https://orcid.org/0000-0001-8415-9753
  • Marina Souza Lobo Guzzo Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

DOI:

https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.19472

Palavras-chave:

gênero, educação racial, mãe solo

Resumo

Este artigo é um desdobramento da pesquisa de mestrado “Mães que dançam sozinhas: a experiência de mães solo artistas da dança”, investiga a vida de três mães solo que atuam como artistas da dança. A pesquisa utilizou a metodologia de História Oral de Vida, que se baseia nas narrativas pessoais construídas a partir das experiências e memórias do sujeito. Ao valorizar a memória, essa abordagem fortalece identidades e promove a formação de uma consciência comunitária. O trabalho destacou a diversidade de experiências dentro da categoria "mãe solo", abordando questões de interseccionalidade e criticando a divisão sexual do trabalho, que impõe às mulheres o duplo papel de cuidadoras e provedoras. O artigo destaca as histórias de: Maria, 44 anos, é mãe de uma menina de 7 anos e servidora pública, professora de dança de salão e produtora cultural. Maria se identifica como uma mulher negra. Olga, 36 anos, é mãe de um menino de 7 anos. Formada na área de marketing, bailarina e dançarina, Olga se identifica como uma mulher negra. Ilza, 30 anos, é mãe de um menino de 8 anos. Formada em dança, profissionalizou-se como bailarina. Ilza é uma pessoa indígena. As experiências de racismo e preconceito desde a infância trouxeram impactos para a criação dos filhos e a construção de identidades raciais dessas mulheres. O estudo também explorou como a educação racial e a conscientização das identidades influenciam a criação dos filhos, enfatizando a importância da inclusão e do reconhecimento das diversas experiências vividas por essas mulheres.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

  • Marcia Martins Teixeira, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

    Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP, com graduação em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi e especializações em planejamento e marketing turístico, gestão empresarial e psicanálise. Atua como psicanalista desde 2017, atendendo crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias.

  • Marina Souza Lobo Guzzo, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

    Artista e pesquisadora. Tem pós doutorado  pela ECA-USP e doutorado pela PUC-SP, é professora associada da Unifesp e pesquisadora do Laboratório Corpo e Arte. Sua pesquisa, desde 2011, foca na crise climática e no papel da arte como ação política, conectando pessoas, instituições e natureza.

Referências

BARBOSA, C. DE F.; PIRES, E. O.; DI GREGÓRIO, M. DE F. A. Mães Solo: disputas e embates da monoparentalidade feminina na contemporaneidade. ODEERE, Jequié, v. 8, n. 2, p. 19-40, 31 ago. 2023._

BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo: a experiência vivida.Tradução Sérgio Milliet. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

COLLINS, P. H. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

COLLINS, P. H.; BILGE, S. Interseccionalidade. Tradução Rane Souza. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2020.

DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

FERREIRA, A. C. Dimensões do autocuidado na experiência de mulheres artistas da Baixada Santista. 2023. 72 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2023. Disponível em:https://repositorio.unifesp.br/items/e02f755a-797d-45b9-8ec3-af5352544009. Acesso em: 3 maio 2024.

FINAMORI, S. “Mães solo”: parentalidades, conjugalidades e noções de família. In:

ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 43., 2019. Anais [...] Caxambu, MG, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 2019, p. 1-16.

GREINER, C. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. 2. ed. São Paulo: Annablume, 2005.

GUZZO, M. S. L. "Se não posso dançar, não é minha revolução”: autocuidado e hapticalidade como práticas políticas. Quadernos de Psicologia, Barcelona, v. 25, n. 1, p. 19, 2023.

HOOKS, B. Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.

LONGHINI, D. N. G. Nhandeayvu é da cor da terra: perspectivas indígenas guarani sobre etnogenocídio, raça, etnia e branquitude. 2022.132 p. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022. Disponível em:

https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSC_473f48c5fe4ec5a1940f122e090045b6. Acesso em: 24 nov. 2023.

MEIHY, J. C. S. B.; HOLANDA, F. História oral: como fazer, como pensar. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

PASSOS, R. G. Mulheres negras, sofrimento e cuidado colonial. Revista EM PAUTA, Rio de Janeiro, v. 18, n. 45, p. 116129, jan./jun. 2020.

RUBIN, G. O tráfico de mulheres: notas sobre a “Economia Política” do Sexo. Recife: Editora SOS Corpo, 1993.

VIECELI, C. P. Mulheres chefes de família e a vulnerabilidade à pobreza. Brasília, DF: Contee, 2020. Disponível em: https://contee.org.br/mulheres-chefes-de família-e-a-vulnerabilidade-a-pobreza/. Acesso em: 8 dez. 2022.

Downloads

Publicado

2025-05-05

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: Educação para as Relações Étnico-Raciais: os vinte anos da lei 10639/03 e seus desdobramentos

Como Citar

Teixeira, M. M., & Guzzo, M. S. L. (2025). ENTRE A DANÇA E A INTERSECCIONALIDADE: maternidade solo frente às relações raciais. Olhares: Revista Do Departamento De Educação Da Unifesp, 13(1). https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.19472