PRÊMIO AKONI UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO PARA UMA EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.19431Palavras-chave:
formação continuada do professor, relações étnico-raciais, educação antirracistaResumo
O Prêmio Akoni de Promoção da Igualdade Racial, inspirado em uma experiência italiana, promovido pela Secretaria de Educação da Cidade de Guarulhos entre os anos de 2008 e 2016, teve como principal objetivo reconhecer práticas pedagógicas de educadores que abordavam a temática racial em sala de aula por meio de um concurso que premiava as produções dos educandos. Este artigo apresenta o resultado de pesquisa de mestrado concluída, cujo objetivo foi identificar se o Prêmio Akoni proveu os professores e professoras participantes de reflexões acerca da questão racial no Brasil e se a participação nas formações continuadas com a temática racial transformou suas práticas. A Lei 10.639/03 serviu como orientadora do percurso do trabalho, assim como outras legislações federais e municipais. O referencial teórico pautou-se em estudos sobre formação continuada e educação das relações étnico-raciais. Tendo por base uma abordagem qualitativa, a pesquisa se desenvolve por meio de análise documental e entrevistas semiestruturadas realizadas com professoras participantes das edições do prêmio. Os dados produzidos, analisados pelo método de Análise de Prosa, constituiu os resultados apresentados que indicaram que houve discussão sobre a questão racial no Brasil entre os egressos da premiação, mas as formações promovidas pela Secretaria de Educação da Cidade de Guarulhos ofereceram não mais do que uma instrumentalização dos educadores, com oferta de modelos de práticas pedagógicas com influência afro-brasileiras, não chegando a provocar reflexão crítica a respeito do racismo e da igualdade racial.
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