EDUCAÇÃO AFRODIASPÓRICA: experiências de educadoras negras no Brasil e na Colômbia
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.19320Palavras-chave:
Políticas Públicas em Educação, Relações raciais, Mulher e educaçãoResumo
Diante das situações coloniais e modernas de racismo genderizado, as contribuições das mulheres negras educadoras ao campo da educação dificilmente são reconhecidas. No entanto, essas mulheres têm fortalecido a perspectiva negra na teoria educacional a partir de suas experiências sociais, acadêmicas e profissionais. Este trabalho busca analisar as confluências dessas experiências entre educadoras afro-latino-americanas, situadas no Brasil e na Colômbia. O objetivo é identificar como educadoras afro-brasileiras e afro-colombianas vivenciam diferentes experiências sociais e profissionais e elaboram práticas pedagógicas para a educação das relações étnico-raciais em uma perspectiva emancipadora. Os objetivos específicos são: analisar as políticas educacionais que abrangem o ensino da história e cultura afro no Brasil e na Colômbia; identificar as aproximações entre os estudos sobre as práticas pedagógicas de mulheres negras educadoras nos dois referidos países; analisar como as experiências sociais de educadoras negras repercutem na dimensão emancipadora de suas identidades profissionais. A metodologia utilizada inclui produções narrativas, pesquisas bibliográficas, visitas, conversações informais e notas de campo. Embora as experiências de educadoras negras de diferentes países tenham suas especificidades, também são marcadas por um aspecto comum relacionado à relação dialética entre opressão e resistência em um contexto afro diaspórico. A partir dessas experiências e da construção de suas identidades profissionais, essas professoras produzem conhecimentos e práticas que podem tensionar a colonialidade que afeta os campos ontológico e epistêmico na educação, favorecendo o enfrentamento de injustiças sociais e epistêmicas.
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