CENÁRIO DAS PRODUÇÕES SOBRE RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.19303Palavras-chave:
Educação Física, relações étnicas, produção do conhecimentoResumo
A instituição escolar, como espaço que reflete a sociedade, é um ambiente com grande potencial de reprodução de manifestações racistas contra as populações negras indígenas, ao mesmo tempo que pode/deve oportunizar a superação desse modo de discriminação e inferiorização, através de abordagens que gerem relações sociais justas. O currículo escolar desempenha um papel significativo nesse aspecto, e a Educação Física, como parte integrante deste currículo, também desempenha uma função crucial. Destarte, traçamos como objetivo: mapear a produção acadêmica sobre as problemáticas afro-brasileira e indígenas entre 2013 e 2023, buscando compreender como essas discussões têm ocorrido na Educação Física. Para isso recorremos à pesquisa bibliográfica, consultando as bases de dados Scielo, Lilacs e Portal da Capes. Foram localizadas 77 dissertações, 11 teses e 12 artigos, com maior volume de produção a partir de 2017 e predominância de estudos sobre as questões afro. De modo geral, os estudos mostram a (quase) ausência das relações étnico-raciais na Educação Básica e no Ensino Superior, seja em seus currículos hierárquicos e monoculturais, como nas insuficientes abordagens pedagógicas, justificadas pelo desconhecimento e despreparo de docentes, mesmo após decorrido quase duas décadas da obrigatoriedade de ensino dos conhecimentos afro e indígenas. Contudo, evidencia-se a relevância da formação (inicial e continuada) nesse movimento de resistência e superação ao modo eurocêntrico de educar, assim como deve-se destacar a potencialidade da Educação Física nesse processo, pois é a área que tem o corpo (em suas diversas representações) como elemento de intervenção.
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