FLORESTAN FERNANDES E A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NUMA SOCIEDADE CONSERVADORA
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2025.v13.18748Palavras-chave:
Educação, Relações étnico-raciais, ConservadorismoResumo
Este trabalho apresenta a contribuição de Florestan Fernandes para a educação das relações étnico-raciais considerando, como variável analítica, o conservadorismo evidenciado em sua sociologia. Para o sociólogo paulista, uma das principais características da gramática política das elites nacionais encontra-se no fato de atribuir aos interesses particularistas e de classe o status de interesse nacional. Neste sentido, operando com uma ideologia de valores nacionalistas, democráticos, jurídicos, em suma, modernos, a questão racial permanece sendo negada como uma das fissuras mais profundas da sociedade brasileira. A metodologia é de cunho qualitativo-bibliográfico cuja análise, considerando uma delimitação temática, privilegia as obras de Florestan Fernandes de cunho educacional e seus estudos sobre a população negra. Os resultados apontam para a justificativa da educação para as relações étnico-raciais como pilar de um mundo possível e imprescindível negado pela ideologia de totalidade nacional conservadora. Além disso, evidencia a necessidade de desconstrução desta ideologia, uma vez que restringe a modernidade à dimensão econômica sem, com isso, atentar para a histórica marginalidade da população negra e de sua necessidade de desenvolvimento humano multidimensional.
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