Contação de histórias
Algumas considerações sobre suas concepções
DOI:
https://doi.org/10.34024/olhares.2021.v9.11124Palavras-chave:
Formação de Professores, Literatura Infantil, Pesquisa ExploratóriaResumo
A contação de histórias (CH) faz parte da vida do ser humano e do seu processo de humanização, na medida em que simboliza a relação do homem com a linguagem e suas formas de representação – entre elas, as pinturas rupestres, os grunhidos e a fala propriamente ditos. Com o passar do tempo, a contação de histórias foi ganhando outros sentidos e outros espaços, conforme o ser humano passou a explorá-los e a ocupá-los. Assim, o objetivo desta investigação foi de saber quais as concepções de contação de histórias emergiam dos trabalhos acadêmico-científicos produzidos nas Ciências Humanas e os aspectos da oralidade que subjaziam a essas concepções. Para a consecução de tal objetivo, foram realizadas uma pesquisa exploratória de base bibliográfica e uma revisão integrativa, com abordagem quanti-qualitativa, para identificar os conceitos de literatura infantil e de contação de histórias, na base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Neste trabalho, considera-se que a contação de histórias e a literatura infantil são associadas a uma utilização que precede uma atividade de ensino e ratifica que sua concepção é educativa. Esses resultados possibilitam inferir que, apesar da relevância da contação de histórias, defendida pelos autores que embasaram este estudo, ela ainda é marginalizada, porque se enfatizam a leitura e a escrita em detrimento da oralidade. Destarte, este trabalho contribui para ampliar a discussão sobre a compreensão do espaço que a contação de histórias ocupa na sociedade.
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