A etapa escolar da Conferência Infantojuvenil de Meio Ambiente: análise dos projetos de Educação Ambiental

Autores

  • Erika Regina de Oliveira Minetto Universidade Federal de Mato Grosso
  • Antônio Augusto Rossotto IorisS Cardiff Unviersity
  • Daniela Maimoni de Figueiredo Universidade Federal de Mato Grosso http://orcid.org/0000-0002-2229-0905

DOI:

https://doi.org/10.34024/revbea.2019.v14.9602

Palavras-chave:

Políticas públicas. Interdisciplinaridade. Bacia hidrográfica.

Resumo

Este trabalho objetivou avaliar as Conferências Nacionais Infantojuvenis pelo Meio Ambiente, quanto a participação dos Estados e, particularmente, quanto aos projetos elaborados pelas escolas de Mato Grosso. A análise dos projetos foi quali-quantitativa, incluindo avaliação da estrutura, do conteúdo, da execução e do atendimento aos objetivos, tanto das CNIJMA quanto da Política Nacional de Educação Ambiental (EA). Mato Grosso apresentou baixo desempenho, com menor participação relativa das escolas da região onde se situa a capital em relação a outras duas regiões. Verificou-se que a proposta da Conferência foi, de maneira geral, adequada, mas sua compreensão e implementação foi incipiente no cotidiano escolar e no atendimento aos objetivos da EA. A maioria dos executores dos projetos não possui uma concepção crítica da EA e tem dificuldade em integrar os conteúdos de forma interdisciplinar e no seu contexto socioambiental, sendo um potencial obstáculo à formação de cidadãos participativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Erika Regina de Oliveira Minetto, Universidade Federal de Mato Grosso

Bióloga, com mestrado em Recursos Hídricos pela Unviersidade Federal de Mato Grosso. É professora da rede estadual de ensino de Mato Grosso.

Antônio Augusto Rossotto IorisS, Cardiff Unviersity

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992), mestrado em Environmental Change and Management (MSc) - University of Oxford (1999), mestrado em Research Methods in Human Geography (MRes) - University of Aberdeen (2003), e doutorado em Geography and Environment (PhD) - University of Aberdeen (2005). Trabalhou como senior policy officer junto `a Scottish Environment Protection Agency (SEPA) em temas relacionados `a implementacao da Diretiva-quadro de Aguas (WFD). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Economica, atuando principalmente nos temas de gestao de recursos hidricos, conflitos socioambientais e ecologia politica. Foi bolsista de pos-doutorado em 2007, com trabalho realizado no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, e' professor na Escola de Geociencias da Universidade de Edimburgo, Reino Unido e Pesquisador Visitante Especial (PVE) do Programa Ciencia Sem Fronteiras. A lista completa de publicacoes e outros detalhes academicos estao disponiveis em:  

Daniela Maimoni de Figueiredo, Universidade Federal de Mato Grosso

Graduada em Ciências Biológicas pela UFMT (1991), especialista em Biologia de Ambiente Inundáveis pela UFMT (1995), mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela UFMT (1997) e doutora em Ecologia e Recursos Naturais/Limnologia pela UFSCar (2007). Sócia-fundadora da empresa Aquanálise, onde atuou como responsável técnica desde 2000 a 2014. Orientou 13 monografias de especialização e graduação, possui 18 trabalhos publicados em periódicos/anais e cap. de livros, organizou 02 livros. Desde julho/2012 atua como profa. colaboradora do mestrado em Recursos Hídricos-UFMT, orientando e co-orientando alunos (12) e ministrando disciplinas (Limnologia, Análises de água e Gestão dos Rec. Hídricos), sendo bolsista PNPD-Capes deste programa desde agosto de 2015.

Referências

ACESSO À INFORMAÇÃO. Governo Federal. Disponível em: <http://www.acessoa informacao.gov.br> Acesso em: jul.-out. 2015.

BACCI, D.C.; PATACA, E.M. Educação para a água. Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 211-226, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142008000200014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 out. 2015.

BERGMANN, M.; PEDROZO, C.S. Explorando a bacia hidrográfica na escola: contribuições à Educação Ambiental. Ciência & Educação (Bauru), Bauru, v. 14, n. 3, p. 537-553, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S151673132008000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 out. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 de abr. 1999.

BRASIL. Ministério da Educação: Ministério do Meio Ambiente. Relatório Final da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. Brasília, 2003. 40p. Disponível em: <http://conferenciainfanto.mec.gov.br/2012-05-22-18-29-37/2012-05-30-19-46-17>. Acesso em: 29 ago. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação : Ministério do Meio Ambiente. II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente – Relatório Final. Luziânia/Brasília, 2006. 65p. Disponível em: <http://conferenciainfanto.mec.gov.br/2012-05-22-18-29-37/2012-05-30-19-46-17>. Acesso em: 29 ago. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação: Ministério do Meio Ambiente. III Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente / mudanças ambientais globais – Relatório Final. Luziânia – GO / Brasília - DF, 2009. 122p. Disponível em: <http://conferenciainfanto.mec.gov.br/2012-05-22-18-29-37/2012-05-30-19-46-17>. Acesso em: 29 ago. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação, Secadi: Ministério do Meio Ambiente, Saic. Passo a passo para a Conferência de Meio Ambiente na Escola + Educomunicação: escolas sustentáveis. Brasília, DF: MEC. 2012a. 56p.

BRASIL. Ministério da Educação, Secadi: Ministério do Meio Ambiente. Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis: educando-nos para pensar e agir em tempos de mudanças socioambientais globais. Brasília, DF MEC. 2012b. 49p.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Jaqueline Moll (Org.). Brasília : 2013. 562p. Disponível em: <http://portal. mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 03 jun. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. V Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. Disponível em: http://conferenciainfanto.mec.gov.br/2013-2014-iv-cnijma. Acesso em: 01 dez. 2017.

CARVALHO, I.C.M.. Educação ambiental e a formação do sujeito ecológico. 6 ed. – São Paulo : Cortez, 2012. 255p.

CASTRO, R.S.; BAETA, A.M. Autonomia intelectual: condição necessária para o exercício da cidadania. In: CASTRO, Ronaldo Souza de; LAYRARGUES, Philippe Pomier; LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, p. 99-107, 2002.

COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. IV CNIJMA conclui 1ª Etapa com 16.945 escolas. Ministério da Educação, 20 SET. 2013. Disponível em: <http://conferenciainfanto.mec.gov.br/noticias/9-outros-destaques/93-iv-cnijma-conclui-1-etapa-com-16-945-escolas>. Acesso em: 17 set 2015.

CRUZ, L.G.; MAIA, J.S.S. Educação ambiental na prática dos professores da educação básica: políticas públicas e desenvolvimento sustentável. Ambiente & Educação, v. 20, n.1, p. 4-16, 2015.

DOURADO, J.; BELIZÁRIO, F.; PAULINO, A. Escolas Sustentáveis. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

FERREIRA, L.C.; MARTINS, L.C.G.F.; PEREIRA, S.C.M.; RAGGI, D.G.; SILVA, J.G.F. Educação Ambiental e Sustentabilidade na Prática Escolar. Revbea, V. 14, n. 2: 201-214. 2019.

FIGUEIREDO, D. M.; SALOMÃO, F. X. T. (orgs). Bacia do rio Cuiabá: uma abordagem socioambiental. Cuiabá: Entrelinhas-EdUFMT, 2009.
FRIGOTTO, G. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Org.) Metodologia da pesquisa educacional. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
GONZÁLEZ-GAUDIANO, E. Interdisciplinaridade e educação ambiental: explorando novos territórios epistêmicos. In: SATO, Michele; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura (Orgs.). Educação Ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre : Artmed, 2005.

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, mp. a1rç8o9/-220050,3 março/ 2003

LAYRARGUES, P.P.; LIMA, G.F.C. As macrotendências político-pedagógicas da educação ambiental brasileira. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 23-40, Mar. 2014.

LIMA, J.P.C.; ANTUNES, M.T.P.; MENDONÇA NETO, O.P.; PELEIAS, I.R. Estudos de caso e sua aplicação: proposta de um esquema teórico para pesquisas no campo da contabilidade. Revista de Contabilidade e Organizações, vol. 6 n. 14 (2012) p. 127-144.

MACHADO, E.H.S.; TEIXEIRA, E.S. Representações de Meio Ambiente em estudantes do Ensino Médio em uma escola urbana. Synergismusscyentifica - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, v.6, n.1, 2011. Disponível em: <http://revistas.utfpr.edu. br/pb/index.php/SysScy/ article/view/1241/815>. Acesso em: 07 fev. 2016.

MAGALHÃES JÚNIOR, A.P.. Indicadores Ambientais e Recursos Hídricos. Realidade e perspectivas para o Brasil a partir da experiência francesa. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. 688 p.

MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7 ed. São Paulo : Atlas, 2012. 282p.

MARINHO, A.R.B. Círculo de cultura – origem histórica e perspectivas epistemológicas. 2009. 125f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente: Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis. Cuiabá: SEDUC, 2014b. 31p. Relatório.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. IV CNIJMA. CONFERÊNCIA NACIONAL INFANTOJUVENIL PELO MEIO AMBIENTE, 2013. Brasília. Projetos cadastrados na IV CNIJMA por UF. Brasília: Ministério da Educação. Disponivel em: <http://conferenciainfanto.mec.gov.br> Acesso em: abr. 2014.

MOREIRA, T.; BARBOSA, N.H.R.; SANTOS, R.S.; COSTA, L.C.L. Educação Ambiental e gestão das águas no ensino formal. In: Política de águas e educação ambiental: processos dialógicos e formativos em planejamento e gestão de recursos hídricos. Brasília: MMA/SRHU, p. 80-85, 2013.

PALMEIRO, V.; GIOPPO, C. Ui, que nojo! Tem mais é que fechar esse valetão! Um estudo com o conceito deleuzeano de devir. Educar em Revista, Curitiba, n. 40, p. 85-106, Jun. 2011.

PORTAL BRASIL. Carta sugere 108 projetos para escolas mais sustentáveis. Ministério do Meio Ambiente, 27 nov. 2013. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2013/11/carta-sugere-108-projetos-para-escolas-mais-sustentaveis> Acesso em: 18 nov. 2015.

QEDU. Disponível em: <http://www.qedu.org.br> Acesso em: nov. 2015.

RAMOS, C.A.; MORAES, L.A.; SANTOS, L.A.; VERAS, M.F. Horta escolar: alternativa de educação ambiental, Alcântara (MA). Revbea, V. 13, n. 14: 228-247

RONDON-LIMA, E.B.N.; LIMA, J.B. Qualidade da água das principais sub-bacias urbanas do município de Cuiabá. In: FIGUEIREDO, D.M.; SALOMÃO, F.X.T. Bacia do Rio Cuiabá-uma abordagem socioambiental. Cuiabá: Entrelinhas/EdUFMT, 2009. 140-145 p.

SCHWENK, L.M.; CRUZ, C.B.M. Conflitos socioeconômicos-ambientais relativos ao avanço do cultivo da soja em áreas de influência dos eixos de integração e desenvolvimento no Estado de Mato Grosso. Acta Sci. Agron. Maringá, v. 30, n. 4, p. 501-511, 2008.

SOUSA, C.A.F.; ALVES, A.F.; ANDRADE, T.M.; NICODEMO, S.C.T.S.; VITORINA, G.O. A percepção ambiental de atores sociais de escolas públicas e privadas, em um bairro de João Pessoa (PB). Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, V. 12, No 4: 180-193, 2017.

SPAZZIANI, M.L. A educação ambiental no espaço da política pública brasileira. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICAS DE ENSINO, 16, 2012, Campinas (UNICAMP) : Junqueira&Marin Editores, 2012. Livro 1, p. 3283-3294. Disponível em: <http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_ template/upload_arquivos /acervo/docs/3251d.pdf > Acesso em: 29 jan.2016.

SPAZZIANI, M.L.; MACEDO, B.S. Política Pública e Educação Ambiental: Possibilidades e dificuldades da Agenda 21 escolar. In: SORRENTINO, Marcos et al. (Org.). Educação Ambiental e Políticas Públicas: Conceitos, Fundamentos e Vivências. Curitiba: Editora Appris, p. 433-450, 2013. 499p.

TOZONI-REIS, M. F.C. Temas ambientais como “temas geradores”: contribuições para uma metodologia educativa ambiental crítica, transformadora e emancipatória. Educar em Revista, Curitiba, n. 27, p. 93-110, 2006.

TUNDISI, J.G.; SCHIEL, D. A bacia hidrográfica como laboratório experimental para o ensino de ciências, geografia e educação ambiental. In: SCHIEL, Dietrich. et al. (Orgs.). O estudo de bacias hidrográficas: uma estratégia para educação ambiental. 2 ed. - São Carlos : RiMa, p. 03-08, 2003.

VIVENDO COM CIÊNCIA. Disponível em: <http://vivendocomciencia.blogspot.com.br/> Acesso em: 28 jul. 2015.

ZUQUIM, F.A.; FONSECA, A.R.; CORGOZINHO, B.M.S. Educação Ambiental no Ensino Médio: Conhecimento, Vivências e Obstáculos, 2010. Disponível em: < http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=736&class=02.>. Acesso em: 15 nov. 2016.

Downloads

Publicado

12-12-2019

Como Citar

Minetto, E. R. de O., IorisS, A. A. R., & Figueiredo, D. M. de. (2019). A etapa escolar da Conferência Infantojuvenil de Meio Ambiente: análise dos projetos de Educação Ambiental. Revista Brasileira De Educação Ambiental (RevBEA), 14(4), 276–295. https://doi.org/10.34024/revbea.2019.v14.9602

Edição

Seção

Artigos
Recebido: 2019-08-04
Aceito: 2019-10-30
Publicado: 2019-12-12

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)