Resíduos sólidos e aumento da incidência de dengue grave em São José do Rio Pardo (SP): Educação Ambiental como estratégia de prevenção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/revbea.2025.v20.19306

Palavras-chave:

arbovirose, epidemia, saúde ambiental.

Resumo

Em pleno século XXI, apesar dos avanços na prevenção e no tratamento das doenças, as frequentes epidemias de dengue ainda preocupam os especialistas em saúde pública. A cidade de São José do Rio Pardo e outros onze municípios paulistas enfrentaram em 2024 uma das piores epidemias de todos os tempos. Objetiva-se apontar o grave cenário epidemiológico como uma das consequências decorrentes do descarte e acúmulo inadequados de resíduos sólidos nas áreas urbanas de São José do Rio Pardo (SP), haja vista que tais fatores impedem o controle do problema. O presente artigo adotou a abordagem qualitativa, estruturada como estudo de caso e apresentação de imagens capturadas pelas autoras. Para mitigar os danos e protagonizar a participação popular nas ações de prevenção e controle da doença, sugerem-se estratégias permanentes de Educação Ambiental.

Biografia do Autor

  • Isabela Cristina da Silva Leite, Unifal (Universidade Federal de Alfenas)

    Graduada em Direito (Unifenas), Doutoranda em Ciências Ambientais (Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL), Mestra em Ciências Ambientais (Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL), Pós Graduada em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais (Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI), MBA em Gestão Pública e Inovação (Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná - UNICENTRO), Pós Graduanda em Direito Médico e da Saúde (Faculdade Legale)

     

  • Lisandre Frazão Brunelli, UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas

    Médica, Mestra em Ciências Humanas e Sociais aplicadas (UNICAMP), Doutoranda em Ciências Ambientais (UNiFAL). Melhor não colocar as especializações médicas

  • Luciana Botezelli, Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL

    Instituto de Ciência e Tecnologia - ICT/UNIFAL, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA/UNIFAL), Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras
    (UFLA); mestrado em Engenharia Florestal (Manejo Ambiental); especialização em Ecoturismo e Planejamento de Atividades em Áreas Naturais; doutorado em Engenharia Florestal (Ciências Florestais) também pela UFLA. Atuando em: Conservação da Natureza, Unidades de Conservação,
    Educação Ambiental, Planejamento Ambiental Urbano e Sustentabilidade

Referências

ALIROL, E. et al. Urbanization and infectious diseases in a globalized world. Lancet Infect Dis. v. 10, p. 131– 41, 2011.

ANDRADE, J. V. M. et al. Prevalência de Dengue no Município de Itaperuna/RJ: 2018 a 2022. Revista Conhecendo Online: Humanas e Sociais. ISSN: 2359 - 5256 (Online), 2022.

BESSA, M. M. et al. Implicações do lixo no processo saúde/doença: Um relato de experiência. Revista Saúde e Meio Ambiente - RESMA. v.11, n.02, p.50-60. 2020.

BHATT, S. et al. The global distribution and burden of dengue. Nature, v.496, n.7446, p.504-7. 2013. DOI:10.1038/nature12060.

BRASIL. Lei Ordinária 5.881 de 29 de dezembro de 2021. Disciplina a coleta pública seletiva do Município de São José do Rio Pardo, dispõe sobre o plano de gerenciamento de resíduos sólidos dos geradores de resíduos localizados no Município, e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: http://leismunicipais.com.br/a/sp/s/sao-jose-do-rio-pardo/lei-ordinaria/2021/589/5881/lei-ordinaria-n-5881-2021-disciplina-a-coleta-publica-seletiva-do-municipio-de-sao-jose-do-rio-pardo-dispoe-sobre-o-plano-de-gerenciamento-de-residuos-solidos-dos-geradores-de-residuos-localizados-no-municipio-e-da-outras-providencias.

BRASIL. Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm.

BRASIL. Lei 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República 1999. Disponível em: https://bit.ly/3dI18T6.

CAREGNATO, F. F., et al. Educação Ambiental como estratégia de prevenção à dengue no bairro do Arquipélago, Porto Alegre, RS, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, [S. l.], v. 6, n. 2, 2008.

CASTRO E SILVA, A.L.G. DE et al. Eficácia das formas de prevenção e combate à dengue no Brasil. RESU - Revista Educação em Saúde. v.10, suplemento 2, 2022.

CHARLESWORTH, S. M. et al. The Potential to Address Disease Vectors in Favelas in Brazil using Sustainable Drainage Systems: Zika, Drainage and Greywater Management. Int J Environ Res Public Health, v. 19, n. 5, 2022.

CHAVES, E. C. R. et al. Análise dos indicadores de saúde, saneamento e índices pluviométricos associados aos casos de dengue no Estado do Pará, entre 2016 e 2021. Peer Review, [S. l.], v.5, n. 8, p. 320–334, 2023.

COREZZOLLA, R. R. Desafios sociais e ambientais em perspectiva comparada: uma análise entre Brasil e Itália - e as dinâmicas entre américa e Europa. Epitaya E-books, [S. l.], v. 1, n. 90, p. 181-196, 2024.

COSTA, M. S.; ARAÚJO, R. A. F. Variabilidade climática: a precipitação como parâmetro de estudo para os casos de dengue no litoral, sertão, serra e sul cearense entre 2007 e 2019. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 36, n. 3, p. 591 601, 2021.

CRUZ-SILVA, S.C.B. et al. Educação Ambiental e saúde única na percepção e práticas educativas de educadores de ensino médio. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 279-298, 2023.

DA SILVA, F. P. et al. Educação Ambiental e Resíduos Sólidos. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v.18, n.7, p.211-226, 2023.

DA SILVA, C. L. et al. Proposta de um modelo de dinâmica de sistemas da gestão de resíduos sólidos urbanos domiciliares: um estudo aplicado a Curitiba (Brasil) a luz da política nacional de resíduos sólidos (PNRS). Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, [S. l.], v. 19, n. 1, 2023.

DEPRADINE C.; LOVELL, E. Climatological variables and the incidence of dengue fever in Barbados. Int J Environ Health Res., v. 14, n. 6, p. 429-441, 2004.

GONÇALVES, E. C. P. et al. Programa Saúde na Escola: projeto de intervenção contra a dengue em Matinhos-PR. Saúde em Debate, v. 46, n. spe3, p. 190-200, 2022.

HORTA, M. A. P. et al. Os efeitos do crescimento urbano sobre a dengue. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 26, n. 4, p. 539-547, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). MUNIC - Suplemento de Saneamento, 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose-do-rio-pardo/panorama2022.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Panorama, 2022. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose-do-rio-pardo/panorama.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Panorama, 2022. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-jose-do-rio-pardo/panorama.

JACOBI, P. R. Educação Ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e Pesquisa, [S.L.], v. 31, n. 2, p. 233-250, ago. 2005. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1517-97022005000200007.

LAYRARGUES, P. P.; TORRES, A. B. F. Por uma educação menos seletiva: reciclando conceitos em Educação Ambiental e resíduos sólidos. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, v. 17, n. 5, p. 33-53, 2022.

LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

LIMA, L. V., et al. Tendência temporal, distribuição e autocorrelação espacial da hanseníase no Brasil: estudo ecológico, 2011 a 2021. Rev. Bras. Epidemiol. v.25, n. e220040.

LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambiental crítica: contribuições e desafios. Conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola, p. 65, 2007.

LUZ, D. F. et al. A Educação Ambiental e seu impacto no combate aos vetores transmissores de doenças. Revista Pantaneira, v. 23, 2024. (ISSN 1677-0609).

MARQUES, W. R. A. et al. A percepção ambiental na aplicação da Educação Ambiental em escolas. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 2, p. 527-545, 2022.

MAGALHÃES, G. B. et al. Condicionantes climáticos e socioeconômicos na espacialização da dengue em período epidêmico e pós-epidêmico na cidade de Fortaleza-CE. Revista Franco-Brasileira de Geografia, n. 40, 2019.

MENDONÇA, F. A.; SOUZA, A. V.; DUTRA, D. A. Saúde pública, urbanização e dengue no Brasil. Sociedade & Natureza, v. 21, n. 3, p. 257-269, 2009.

MINISTÉRIO DA SAÚDE - BVS - Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde anuncia estratégia de vacinação contra a dengue. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ministerio-da-saude-anuncia-estrategia-de-vacinacao-contra-a-dengue/.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico operacional da Estratégia de Vacinação contra a Dengue em 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ministerio-da-saude-anuncia-estrategia-de-vacinacao-contra-a-dengue.

MOL, M. P. G. et al. Gestão adequada de resíduos sólidos como fator de proteção na ocorrência de dengue. Rev. Panam Salud Publica. v. 44, p. e22, 2020.

MORAES, Maria Karina Mendonça De. Estratégias interdisciplinares no combate à dengue: um projeto de educação ambiental e saúde pública. Anais do X CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/112442>. Acesso em: 14/03/2025

MUCELIN, C. A.; BELLINI, M. Lixo e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano. Sociedade & natureza, v. 20, n. 1, p. 111-124, 2008.

NASCIMENTO NETO, M. Gestão de resíduos sólidos urbanos na região metropolitana de Curitiba: política regional de compostagem. Revista Geografar. Curitiba, v.4, n.2, p.72-96, jul./dez. 2009.

OLIVEIRA JÚNIOR, J. F. et al. Non-Parametric Tests Applied To Reported Dengue Cases in Southeast Region, Brazil. Bioscience Journal, v.34, n.4, p.1010-1016, 2018.

OLIVEIRA, M. A. C. A. et al. Perfil das notificações de dengue e sazonalidade no município de Ubá-MG, 2015 a 2016. Revista Científica Fagoc Saúde, v.2, n.9, 2017. ISSN: 2448- 282X.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Dengue e dengue severa, 2022. Disponível em:https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dengue-and-severe-dengue.

PELICIONI, M. C. F. Fundamentos da Educação Ambiental. In: PHILIPPI JÚNIOR, A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. 2.ed. Barueri, SP: Manole, p. 469-491, 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO. Nebulização contra a dengue, 2024. Disponível em: https://saojosedoriopardo.sp.gov.br/acao-de-nebulizacao-contra-a-dengue.

RIBEIRO, J. A. G.; AMORIM, L. P. Os jogos didáticos na Educação Ambiental: uma revisão de literatura em periódicos e eventos nacionais. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 4, p. 389-400, 2022.

ROCHA, A. C. T. Aspectos Demográficos, socioeconômicos e de doenças relacionadas à falta de condições sanitárias adequadas: Estudo de Caso Realizado nos Municípios Mineiros dos Comitês da Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Alto (SF1) e do Médio (SF9) São Francisco. 198 f. Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - IFMG, Bambuí – MG, 2018.

SERRANO, R. M.; LUGO, L. P.; MENDOZA, S. S. Índices de infestación aédica e identificación de conocimientos, actitudes y prácticas sobre dengue en llanterías del Departamento del Atlántico, Colombia. Revista Salud pública, v. 17, n. 5, p. 738-748, 2015. ID:lil-769292.

SILVA, P. R. A. et al. A interdisciplinaridade no ensino de biologia por meio da Educação Ambiental. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, v. 16, n. 4, p. 340-358, 2021.

SILVA, N. DE S. et al. Avaliação da relação entre a climatologia, as condições sanitárias (lixo) e a ocorrência de arboviroses (Dengue e Chikungunya) em Quixadá-CE no período entre 2016 e 2019. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 35, p. 485-492, 2020.

SILVA, E. T. C. et al. Análise espacial da distribuição dos casos de dengue e sua relação com fatores socioambientais no estado da Paraíba, Brasil, 2007-2016. Revista Saúde Debate, v. 44, n. 125, p. 465-477, 2020.

SIMONCINI, J. B. V. B. et al. Educação Ambiental e resíduos sólidos urbanos no Brasil. Analecta - Centro Universitário Academia, v. 8, n. 1, 2023.

SOBRAL, M. F. F.; SOBRAL, A. I. G. DA P. Casos de dengue e coleta de lixo urbano: um estudo na Cidade do Recife, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. v.24, n.3, p.1075 -1082. 2019.

SOUZA, M. H. F. Análise sobre a importância de trabalhar a Educação Ambiental nas escolas. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 3, p. 169-184, 2022.

TANNOUS, I. P. et al. Mudanças sazonais no clima, índices pluviométricos e distribuição espacial de casos de dengue em um município do Sudoeste de Goiás - Brasil. Revista Brasileira de Desenvolvimento, v. 7, n. 1, pág. 6334 – 6349, 2021.

TOMAZELLO, M. G. C.; FERREIRA, T. R. C. Educação Ambiental: que critérios adotar para avaliar a adequação pedagógica de seus projetos? Ciência & Educação, v. 7, n. 2, p.199-207, 2001.

TV PARANÁ TURISMO. Ativista cria ecobarreira para despoluir rio próximo a sua casa, 2020. Disponível em: (https://youtu.be/z790j6rZOs0?si=j4m19201ZIUWyuJD).

VAN VLIET, A. Case study: La storia di Capannori. Zero Waste Europe, 2014.

VIEIRA, P. C.; SILVEIRA, J. L. G. C.; RODRIGUES, K. F. Percepção e hábitos relacionados ao lixo doméstico entre moradores da comunidade do Coripós, Blumenau, SC. Rev. de APS., v. 15, n. 1, p. 82-91, 2012.

Downloads

Publicado

01-04-2025

Edição

v. 20 n. 2 (2025)

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA)

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Como Citar

LEITE, Isabela Cristina da Silva; BRUNELLI, Lisandre Frazão; BOTEZELLI, Luciana. Resíduos sólidos e aumento da incidência de dengue grave em São José do Rio Pardo (SP): Educação Ambiental como estratégia de prevenção. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), [S. l.], v. 20, n. 2, p. 319–333, 2025. DOI: 10.34024/revbea.2025.v20.19306. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/revbea/article/view/19306. Acesso em: 21 jun. 2025.
Recibido 2024-08-14
Aprovado 2024-12-03
Publicado 2025-04-01