A interferência da polarização política na percepção, opinião e conscientização sobre as mudanças climáticas: análise das incertezas no Relatório do Índice de Desenvolvimento Humano - 2020-2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/revbea.2023.v18.14707

Palavras-chave:

Mudanças Climáticas, Percepção, Opinião, Conscientização, Polarização

Resumo

O número de crises e desastres ambientais têm aumentado nos últimos anos. Os riscos das mudanças climáticas estão no centro das discussões e ações políticas e públicas, que requerem a conscientização por parte da sociedade. No entanto, o momento pós-pandemia da COVID 19 acentuou as incertezas em todas as dimensões da vida cotidiana. Essa pesquisa investigou se as incertezas apontadas no Relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2020-2021 assinalavam para a procrastinação das ações políticas que visassem mitigar os riscos das mudanças climáticas. É uma pesquisa qualitativa, com base documental, bibliográfica e de natureza aplicada. Seu objetivo foi confrontar a revisão da literatura com os resultados que constam do Relatório de Desenvolvimento Humano, 2020-2021, analisando as incertezas vigentes. O resultado demonstra a ameaça da polarização política como impeditiva às ações reflexivas e cooperativas da sociedade frente a essa questão emergente: as mudanças climáticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARGOS, D. C.; MIROSEVIC, E. Obsolescência programada e conscientização ambiental: estudo de caso com graduandos de engenharia ambiental. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 175–189, 1 out. 2022.

BECK, Ü. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2011.

BECK, Ü. A Metamorfose do Mundo: Como as alterações climáticas estão a transformar a sociedade. Lisboa: Edições 70, 2017.

BOFF, L. Sustentabilidade: o que é; o que não é. Petrópolis: Vozes, 2012.

COSTA, D. S.; BARREIROS, H.; COSTA, A. S. Análise da percepção ambiental dos moradores da Comunidade Rural São José, Breves (PA). Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 292–311, 1 out. 2022.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Sage, 2010.

DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. Climate Change and Society: Approaches and Response. In: DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. (Eds.). The Oxford Handbook of Climate Change and Society. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 2–11.

ECHER, I. C. A revisão de literatura na construção do trabalho científico. v. 22, n. 2, 2001.

ECO, U. Como Se Faz Uma Tese Em Ciiências Humanas. Tradução: Ana Falcão Bastos; Tradução: Luís Leitão; Tradução: Hamilton Costa. Lisboa: Editorial Presença, 2011.

FALCÃO, M. M. DA S.; COSTA, F. S. DA; ARCOS, A. N. Percepção ambiental de usuários e permissionários em Balneário Municipal de Rio Preto da Eva (AM). Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 429–444, 1 out. 2022.

FERREIRA, L. DA C. O desafio das mudanças ambientais globais no Antropoceno. In: FERREIRA, L. DA C. (Ed.). O desafio das mudanças climáticas: Os casos Brasil e China. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2017. p. 10–40.

FERREIRA, L. DA C. Social Praxis and Modernity an Interpretation on Giddensian Modernity. In: FERREIRA, L. DA C. (Ed.). The Sociology of Environmental Issues: Theoretical and Empirical Investigations. Curitiba: Editora CRV, 2018. p. 27–50.

BOFF, L. Sustentabilidade: o que é ; o que não é. Petrópolis: Vozes, 2012.

FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. 2a. ed ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Eds.). Métodos de Pesquisa. 1a. ed. Porto Alegre (RS): Editora da UFRGS, 2009.

GIDDENS, A. As Consequências da Modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991.

GIDDENS, A. Mundo em descontrole. Rio de Janeiro: Record, 2011.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.

IPCC, Intergovernmental Panel on Climate. Change. Climate Change 2022: impacts, adaptation and vulnerability: summary for polycemakers. Genebra: [s.n.].

JAMIESON, D. The Nature of the Problem. In: DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. (Eds.). The Oxford handbook of climate change and society. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 40–52.

JASANOFF, S. (Ed.). States of knowledge: the co-production of science and social order. London; New York: Routledge, 2004.

KENYON, G. A palavra inventada para descrever “quando a noção de nosso lugar no mundo é violada”. BBC Future. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151103_vert_fut_solastalgia_ml>. Acesso em: 16 out. 2022.

KERLINGER, F. N.; ROTUNDO, H. M.; MALUFE, R. Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais: um tratamento conceitual. São Paulo: EPU: Editora da Universidade de São Paulo, 1980.

KUHNEN, A. Meio ambiente e vulnerabilidade a percepção ambiental de risco e o comportamento humano. Geografia (Londrina), v. 18, n. 2, p. 37–52, 20 dez. 2009.

LATOUR, B. Onde Aterrar? Como Se Orientar Politicamente No Antropoceno. Tradução: Marcela Vieira; Tradução: Alyne Costa. Rio de Janeiro: Bazar Do Tempo, 2020.

LEFF, E. Saber ambiental, sustentabilidad, racionalidad, complejidad, poder. México, D.F: SIGLO XXI EDITORES, 1998.

LEFF, E. Aventuras de la Epistemología Ambiental: de la articulación de ciencias al diálogo de saberes. México, D.F: Siglo XXI Editores, 2006.

LEFF, E. Complexidade, interdisciplinaridade e saber ambiental. Olhar de Professor, v. 14, n. 2, p. 309–335, 2011.

LIMA, G. F. DA C.; TORRES, M. B. R.; REBOUÇAS, J. P. P. A Educação Ambiental crítica brasileira frente às crises contemporâneas: desafios e potencialidades. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 117–131, 1 out. 2022.

LOCKIE, S.; MEASHAM, T. Perspectives on Risk and Uncertainty: Reconciling the Spectacular and the Mundane. In: Risk and Social Theory in Environmental Management. Collingwood: Csiro Publishing, 2012. p. 1–14.

MARQUES, L. Capitalismo e Colapso Ambiental. 3a ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2018.

MESQUITA, A. L. et al. Gestão de Resíduos Sólidos durante a pandemia da Covid-19 no município de Belém (PA). Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 150–165, 1 out. 2022.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre (RS): Sulina, 2007.

MUNIZ-DIAS, I. et al. A Educação Ambiental no contexto pandêmico: análise de sua inserção nos Planos de Estudo Tutorados (PETS) do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 17, n. 5, p. 445–463, 1 out. 2022.

MURPHY, R. Managing Risk Under Uncertainty. In: MEASHAM, T.; LOCKIE, S. (Eds.). Risk and Social Theory in Environmental Management. Collingwood: Csiro Publishing, 2012. p. 17–26.

NILS, G.; RANDAL, D.; MOLL, P. Climate Change and ‘Security’. In: DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. (Eds.). The Oxford Handbook of Climate Change and Society. Oxford, UK ; New York: Oxford University Press, 2011.

NISBET, M. C. Public Opinion and Participation. In: DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. (Eds.). The Oxford handbook of climate change and society. Oxford handbooks. Oxford, UK; New York: Oxford University Press, 2011. p. 283–294.

PINTER, A.; PRIST, P. R.; MARRELLI, M. T. Biodiversity and public health interface. Biota Neotropica, v. 22, n. spe, p. e20221372, 2022.

RAMAN, S.; PEARCE, W. Learning the lessons of Climategate: A cosmopolitan moment in the public life of climate science. WIREs Climate Change, v. 11, n. 6, nov. 2020.

SHWOM, R. L. et al. Public Opinion on Climate Changes. In: DUNLAP, R. E.; BRULLE, R. J. (Eds.). Climate Changes and Society: Sociological perspectives. New York: Oxford University Press, 2015. p. 269–299.

STEFFEN, W. A Truly Complex and Diabolical Policy Problem. In: DRYZEK, J. S.; NORGAARD, R. B.; SCHLOSBERG, D. (Eds.). The Oxford Handbook of Climate Change and Society. Oxford: Oxford University Press, 2011. p.27–39.

STOUTENBOROUGH, J. W.; VEDLITZ, A. The effect of perceived and assessed knowledge of climate change on public policy concerns: An empirical comparison. Environmental Science & Policy, v. 37, p. 23–33, mar. 2014.

UNDP, United Nations Development Programme.Human Development Report 2021-22: Uncertain Times, Unsettled Lives: Shaping our Future in a Transforming World. NEW YORK: UNDP, United Nations Development Programme, 2022a. Disponível em: <https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2021-22pdf_1.pdf>. Acesso em: 12 out. 2022.

UNDP, United Nations Development Programme. Relatório de Desenvolvimento Humano 2021-2022: Síntese. New York: UNDP, United Nations Development Programme, 2022b. Disponível em: <https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2021-22overviewptpdf.pdf>. Acesso em: 14 out. 2022.

YEARLEY, S. Sociology, environmentalism, globalization: reinventing the globe. London; Thousand Oaks [Calif.]: SAGE Publications, 1996.

YEARLEY, S. Making sense of science: understanding the social study of science. London: SAGE, 2005.

Downloads

Publicado

01-03-2023

Como Citar

Amaral, P. S. do. (2023). A interferência da polarização política na percepção, opinião e conscientização sobre as mudanças climáticas: análise das incertezas no Relatório do Índice de Desenvolvimento Humano - 2020-2021. Revista Brasileira De Educação Ambiental (RevBEA), 18(2), 113–134. https://doi.org/10.34024/revbea.2023.v18.14707

Edição

Seção

Artigos
Recebido: 2022-12-24
Publicado: 2023-03-01