Saberes tradicionais e Educação Ambiental no Brasil: possibilidades e desafios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/revbea.2023.v18.14324

Palavras-chave:

povos tradicionais, saberes afrodiaspóricos, apagamento, diversidade, racismo

Resumo

Este texto, construído a partir de uma entrevista com a makota Cássia Kidoialê, relevante liderança da Comunidade Kilombola Manzo Ngunzo Kaiango, situada na periferia de Belo Horizonte, no bairro Santa Efigênia - que milita na valorização dos saberes tradicionais e a importância de se considerar tais conhecimentos na articulação das diversas políticas públicas  - reflete sobre as possibilidades e desafios presentes na necessária articulação entre os saberes tradicionais e a ciência ocidental no processo de Educação Ambiental. O artigo é composto por três partes e na primeira farei uma breve conceituação de Educação Ambiental e os marcos legais que a constituíram no Brasil e no mundo. Na segunda, discutirei o apagamento histórico dos saberes tradicionais e sua desconsideração na construção da Educação Ambiental e por fim, apontarei possibilidades de articulação dos saberes afro-brasileiros e indígenas com a Educação Ambiental na constituição de um modelo diverso, inclusivo e amplo. O texto traz pistas de como se implementar a Educação Ambiental incorporando saberes dos povos afro-brasileiros e indígenas, e o quanto isso é importante para a cidadania, uma vez que reitera o caráter multiétnico, complexo e plural presente na formação da sociedade brasileira contemporânea.

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Publicado

01-02-2023

Como Citar

Carvalho, F. M. de. (2023). Saberes tradicionais e Educação Ambiental no Brasil: possibilidades e desafios. Revista Brasileira De Educação Ambiental (RevBEA), 18(1), 113–125. https://doi.org/10.34024/revbea.2023.v18.14324

Edição

Seção

Artigos
Recebido: 2022-09-11
Aceito: 2022-10-19
Publicado: 2023-02-01

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