Turismo de Observação de Cetáceos: recomendações ao Parque Nacional do Superagui (PR, Brasil)

Autores

  • Patrícia Betti Universidade Federal do Paraná
  • Valéria de Meira Abach Universidade estadual de Ponta Grossa
  • Naina Pierri Estades Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2025.v18.19473

Palavras-chave:

Uso Público; Unidades de Conservação da Natureza; Boto-cinza (Sotalia Guianensis).

Resumo

A observação de cetáceos consiste em observar, identificar e estudar seus comportamentos e habitats. No Parque Nacional do Superagui, localizado no litoral norte do Paraná, essa atividade é realizada, principalmente, na Baía dos Golfinhos (Ilha das Peças). O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de orientação para a futura norma que regulamentará a observação do boto-cinza (Sotalia guianensis) na área do parque e em seu entorno, elaborada a partir do estudo desenvolvido para o plano de manejo. A metodologia incluiu o acompanhamento da atividade in loco e a realização de entrevistas. A equipe gestora do parque deverá, periodicamente, avaliar as condições de observação dos botos, considerando possíveis impactos na dinâmica da espécie, bem como na fauna e flora em geral. Além disso, será responsável por monitorar e aplicar as medidas corretivas necessárias à proteção do meio ambiente e à segurança dos visitantes. O ordenamento deve ser acordado entre a Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba/ICMBio, o Parque Nacional do Superagui/ICMBio, o Centro de Estudos do Mar/UFPR e membros das comunidades.

Biografia do Autor

  • Patrícia Betti, Universidade Federal do Paraná

    Turismóloga - UFPR Especialista em Gestão Pública e Sociedade - UFT/UNICAMP Mestranda em Meio Ambiente e Desenvolvimento - UFPR

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Publicado

15.01.2025

Como Citar

BETTI, Patrícia; ABACH, Valéria de Meira; ESTADES, Naina Pierri. Turismo de Observação de Cetáceos: recomendações ao Parque Nacional do Superagui (PR, Brasil). Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 18, n. 1, p. 09–27, 2025. DOI: 10.34024/rbecotur.2025.v18.19473. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/19473. Acesso em: 5 dez. 2025.
Recebido 2024-09-05
Aprovado 2024-12-10
Publicado 2025-01-15