Técnicas de fiscalização anti-furtivas em áreas de conservação: caso do Parque Nacional de Chimanimani (PNC), Província de Manica, Moçambique

Autores

  • Zefanias Jone Magodo Instituto Superior Politecnico de Manica
  • Tome Nguiraze Instituto Superior Politecnico de Manica, Moçambique
  • Adija Fernando Wilssone Instituto Superior Politecnico de Manica, Moçambique

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2025.v18.14828

Palavras-chave:

Atividades ilegais, Fiscalização, técnicas de fiscalização

Resumo

O desafio dos gestores das Áreas de Conservação em Moçambique é de travar as ações destrutivas nesses locais. Como intervenção, os gestores têm de forma ininterrupta realizado patrulhamentos com aplicação de técnicas e métodos anti-furtivos. Contudo, têm-se verificado que, apesar dos esforços na aplicação de tais técnicas, estas têm fracassado. A análise das técnicas de fiscalização anti-furtivas em Áreas de Conservação foi realizada no Parque Nacional de Chimanimani, com o intuito de verificar as reais razões que contribuíram para o fracasso na aplicação das técnicas anti-furtivas. Para se alcançar os objetivos foi usada a pesquisa bibliográfica feita em documentos pessoais de técnicos e especialistas, que trabalham na matéria de fiscalização de áreas de conservação. Fez-se também um trabalho de campo, no sentido de confrontar as teorias e a realidade, para tal, participou-se em algumas incursões de patrulhamento, onde se teve a oportunidade de interagir com os fiscais. Os resultados mostraram que a falta de recursos materiais como: equipamentos adequados, recursos humanos devidamente qualificados para a atividade, a idade avançada da maioria dos fiscais, a deficiente comunicação entre os fiscais e seus superiores; são as principais causas do fracasso na aplicação de técnicas anti-furtivas no Parque Nacional de Chimanimani. O estudo conclui que não existe uma principal razão da ineficácia das técnicas de fiscalização anti-furtivas no parque, sendo que as causas identificadas estão ligadas entre si onde uma influencia a outra, recomendando-se o envolvimento da comunidade local na fiscalização da área assim como a troca de experiências com outras áreas de conservação.

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Publicado

03.02.2025

Como Citar

MAGODO, Zefanias Jone; NGUIRAZE, Tome; WILSSONE, Adija Fernando. Técnicas de fiscalização anti-furtivas em áreas de conservação: caso do Parque Nacional de Chimanimani (PNC), Província de Manica, Moçambique. Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 18, n. 2, p. 344–358, 2025. DOI: 10.34024/rbecotur.2025.v18.14828. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/14828. Acesso em: 5 dez. 2025.
Recebido 2023-02-10
Aprovado 2024-10-09
Publicado 2025-02-03