O destino turístico Petrópolis (RJ) na percepção do ecoturista da Travessia Petrópolis – Teresópolis (PARNASO)

Autores

  • Luana da Silva Pitzer Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
  • Fernando Amaro Pessoa Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Petrópolis, RJ

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12973

Palavras-chave:

Ecoturismo, Marketing de Lugar, Parque Nacional

Resumo

Esse estudo busca entender como o ecoturista da Travessia Petrópolis - Teresópolis percebe o destino turístico Petrópolis (RJ). A escolha pela cidade de Petrópolis se deu por sua consolidação como destino histórico de prestígio, com enorme potencial para as práticas de montanhismo e uso público das suas unidades de conservação. A Travessia faz parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, sendo o principal receptor de ecoturistas do município. Com uma grande beleza cênica, é considerada uma das belas travessias do Brasil e traz para a cidade uma demanda turística nacional e internacional. Com isso, optou-se por analisar o olhar pós experiência, a fim de entender as percepções sobre o marketing de lugares realizado pela destinação, consumo de outros segmentos turísticos, e um breve perfil dos respondentes. O procedimento de investigação utilizado foi um questionário online com 12 questões, exclusivo para pessoas que já realizaram a trilha e não residentes em Petrópolis, resultando em 147 respostas. Obtivemos um perfil médio de respondentes adultos, com idade entre 25 e 50 anos, residentes do estado do Rio de Janeiro. Em relação a Travessia, grande parte dos turistas só fizeram a trilha uma vez, não pernoitando na cidade antes de entrar no Parque. O destino tem um destaque nas campanhas promocionais pelo fator histórico, tendo um posicionamento de Cidade Imperial. Descobriu-se que 78% dos ecoturistas já visitaram os atrativos cartões postais, ou seja, produtos histórico-culturais, e também estão satisfeitos com esse posicionamento. A falta de divulgação foi a reclamação de muitos turistas, não só do ecoturismo, mas de outros atrativos e do destino. No geral, o turismo de Petrópolis é elogiado, percebido pelos ecoturistas como um destino repleto de belezas, sejam elas históricas ou naturais. As conclusões sinalizam ainda que o posicionamento de mercado garantido por Petrópolis produz um direcionamento do olhar do turista para o patrimônio histórico. Porém, o ecoturismo ainda carece de estratégias de marketing para desenvolver o potencial que as montanhas do município oferecem para a visitação turística.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana da Silva Pitzer, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação em TURISMO pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (2020). Atualmente é Pós-Graduanda no Programa de Pós-Graduação Latu Sensu em Desenvolvimento Territorial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisa sobre ecoturismo, com ênfase em áreas protegidas, participando de projeto de extensão relacionado à educação ambiental em unidades de conservação.

Fernando Amaro Pessoa, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Petrópolis, RJ

Professor e pesquisador do CEFET/RJ campus Petrópolis. Possui Graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado e doutorado em Geografia, na área de concentração Planejamento e Gestão Ambiental, pela mesma instituição. Atua no tema Geodiversidade e Serviços Ecossistêmicos em trilhas e áreas protegidas, coordenando projetos de extensão relacionados à divulgação das geociências e elaboração de roteiros turísticos e didáticos a partir da interpretação ambiental. Também possui experiência na utilização das formas de húmus e ciclagem de nutrientes como indicador funcional de fragmentos florestais da Mata Atlântica.

Referências

ASHWORTH, G. J. Products, Places and Promotion: destination images in the analysis of the tourism industry. In: STABLER, M. J.; SINCLAIR, M. T. (Org.) Tourism Industry: an international analysis. Oxford University Press: Wallingford, 1991.

BENEVIDES, I. P.; GARCÍA, F. E. S. Imagens urbanas depuradas pelo turismo: Curitiba e Fortaleza. In.: RODRIGUES, A. B. (Org.). Turismo, modernidade e globalização. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 66-79.

BENI, M. C. Análise Estrutural do Turismo. 4 ed. São Paulo: Senac, 2001.

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC. 3. ed. Brasília: MMA/SBF, 2000.

BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: Orientações Básicas. 1. ed. Brasília: MTur, 2008.

BRASIL. Ministério do Turismo. Estudo da Demanda Internacional. Brasília: MTur, 2018.

BUHALIS, D. Marketing the competitive destination of the future. Tourism Management. London, v. 21, n. 1, p. 97-116, 2001.

CAI, L. Cooperative branding for rural destinations. Annals of Tourism Research. [S.l], v. 29, n. 1, p. 720–742, 2002.

CALDWELL, N.; FREIRE, J. R. The diferences between branding a country, a region and a city: applying the brand box model. Brand management. [S.l], v. 12, n. 1, p. 50-61, 2004.

CÂNDIDO, L. A. Turismo em áreas naturais protegidas. Caxias do Sul: Educs, 2003.

CASTRO, C. B.; MARTÍN ARMARIO, E.; MARTÍN RUIZ, D. The influence of market heterogeneity on the relationship between a destination’s image and tourists’ future behaviour. Tourism Management. London, v. 28, n. 1, p. 175-187, 2007.

CBME – Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada. Princípios e valores do montanhismo brasileiro. 2018. Disponível em: <http://www.cbme.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/principios-A5-2018-email.pdf>. Acesso em: 12 out. 2021.

CHON, K. The role of destination image in tourism: A review and discussion. The Tourist Review. [S.l.], v. 45, n. 2, p. 2-9, 1990.

CLARK, J. Tourism brands: Anexploratory study of the Brand Box Model. Journal of Vacation Marketing. [S.l], v. 6, n.4, p. 329–345, 2000.

COX, S. Brave new world of tourism. New Zealand: The christchurch press company limited, 2007.

CULLER, J. Semiotics of tourism. The American Journal of Semiotics. [S.l.], v.1, p. 127-140, 1981.

DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.

DIEGUES, A.C.S. O mito moderno da natureza intocada. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 2000.

EAGLES, P. F. J.; CASCAGNETTE, J. W. Canadian ecotourists: Whoy are they?. Tourism Recreation Research. London, v. 20, n. 1, p. 22-28, 1995.

FRANCO, P. S. Cartões-postais: fragmentos de lugares, pessoas e percepções. Métis: história & cultura. Caxias do Sul, v. 5, n. 9, p. 25-62, 2006.

GALLARZA, M. G.; SAURA, I. G.; GARCÍA, H. C. Destination Image: Towards a Conceptual Framework. Annals of Tourism Research. v. 29, n. 1, p. 56-78, 2002.

GÂNDARA, J. A. Imagem dos destinos turísticos urbanos. Revista Turismo Cultural. São Paulo, Número Especial. 2008. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/turismocultural/aimagem.pdf> Acesso em: 24 jun. 2021.

GRABURN, N. H. H. Tourism: the sacred journey. In: SMITH, V. (Org.) Hosts and guests: the anthropology of tourism. Philadelphia: University of Pennsylvania, 1995.

HAUCK, P. Quantas montanhas há na Serra do Mar fluminense?. Alta Montanha. 2020. Disponível em: <https://altamontanha.com/quantas-montanhas-ha-na-serra-do-mar-fluminense/>. Acesso em: 02 nov. 2021.

HERAS, M. P. La guia del ecoturismo: o cómo conservar la naturaleza a través del turismo. 2 ed. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 2003.

HOLLOWAY, J. The business of tourism. 4ªed. England: Longman, 1994.

IBGE CIDADES. Petrópolis. 2020. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/petropolis/panorama>. Acesso em: 12 mar 2021.

ICMBIO. Monitoramento da visitação em Unidades de Conservação Federais. Brasília: ICMBio/MMA, 2020.

ICMBIO. Parque Nacional da Serra dos Órgãos. [s.d.]. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/guia-do-visitante.html>. Acesso em: 02 mar 2021>. Acesso em: 10 abr 2021.

IGNARRA, L. R. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

KADOTA, D. K.; HADDAD, E. A.; RABAHY, W. A. Aspectos do ecoturismo: perfil do turismo praticado em parques nacionais e áreas naturais conservadas. Turismo em números. São Paulo, v. 3, n. 35, p. 1-8, 2004.

KOTLER, P; GERTNER. D.; REIN, I.; HAIDER, D. Marketing de lugares. São Paulo: Pearson Universitária, 2005.

KOTLER, P.; GERTNER. D.; REIN, I.; HAIDER, D. Marketing internacional de lugares y destinos. México: Pearson Prentice Hall, 2007.

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

KRIPPENDORF, J. Sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo: Aleph, 2001.

LINDBERG, K.; HAWKINS, D. E. (Ed). Ecoturismo: um guia para planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, 1999.

LINDON, D.; LENDREVIE, J.; LÉVY, J.; DIONÍSIO, P.; RODRIGUES, J. V. Mercator XXI: Teoria e Prática do Marketing. 10ªed. Lisboa: Dom Quixote, 2004.

MACHADO, D. F. C. A imagem do destino turístico, na percepção dos atores do trade turístico: um estudo da cidade histórica de Diamantina/MG. 2010. Tese (Doutorado). Belo Horizonte, 2010.

MINAYO, M.C.S; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade?. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 9, n. 3. 1993. p. 239-262.

MINISTÉRIO DO TURISMO. Mapa do Turismo Brasileiro. Brasília: MTur. 2019. Disponível em: <http://www.regionalizacao.turismo.gov.br/images/conteudo/LIVRO_Mapa.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2021.

MINISTÉRIO DO TURISMO. Ministério do Turismo apresenta destinos tendência para 2021. 29 jan. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-do-turismo-apresenta-destinos-tendencia-para-2021>. Acesso em: 08 mar. 2021.

MOREIRA, J. Geoturismo e Interpretação Ambiental. Ponta Grossa: Editora UEPG. 2014.

NASRI, Y.X.G.; IRBING, M.A.; OLIVEIRA, E.; COSTA, G.B. Uso turístico no Parque Estadual da Costa do Sol (RJ, Brasil): uma leitura sobre desafios e potencialidades. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.14, n.4, p. 554-580, 2021.

NETO, W. Guia de Trilhas de Petrópolis. Rio de Janeiro. 2008.

NIEFER, I. A. Análise do perfil dos visitantes das Ilhas do Superagüi e do Mel: marketing como instrumento para um turismo sustentável. 2002. Tese de Doutorado. Curitiba, Paraná.

OCKE, M. A. M.; IKEDA, A. A. Marketing de lugar: estado da arte e perspectivas futuras. Revista de administração – RAUSP. São Paulo, v. 49, n. 4. 2014. p. 661-683.

O ECO. O que é Ecoturismo. 2015. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28936-o-que-e-ecoturismo/>. Acesso em: 08 out. 2021.

OMT. Introducción al turismo. Madrid: Organização Mundial do Turismo. 1998.

PESSOA, F. A.; SANTOS, B. C.; PITZER, L. S.; PESSOA, L. A.; PORRETTI, M. F. Geodiversidade, Unidades de Conservação e Montanhismo em Petrópolis (RJ): Possibilidades de Educação e Interpretação Ambiental em Trilhas. Anais. XIII Simpósio Nacional de Geomorfologia. Juiz de Fora, MG/Brasil – nov. 2021.

PETRÓPOLIS. Decreto nº 130 de 03 de junho de 2022. Declara Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Petrópolis a Prática do Montanhismo. Disponível em: <https://www.petropolis.rj.gov.br/pmp/index.php/servicos-na-web/informacoes/diario-oficial/finish/281-junho/5276-6437-sexta-feira-3-de-junho-de-2022.html>. Acesso em: 04 out 2022.

PETRÓPOLIS. Lei nº 8.065/2020. Declara de relevante interesse para o município de Petrópolis o montanhismo, a conservação, a sinalização e a proteção das trilhas e vias de escaladas das montanhas e dá outras providências. Disponível em: <http://accesopanam.org/wp-content/uploads/2020/12/6067.pdf>. Acesso em: 21 fev 2021.

PETRÓPOLIS. Plano Diretor de Turismo. 2009. Disponível em: <http://www.petropolis.rj.gov.br/fct/phocadownload/documentos/Plano%20Diretor%20de%20Turismo%202010%20-%202019.pdf> Acesso em: 22 fev 2021.

PIKE, S. Destination image analyses – a review from 142 papers from 1973 to 2000. Tourism Management. London, v. 23, n. 1, p. 541–549, 2002.

PIMENTEL, D. S. Os “parques de papel” e o papel social dos parques. 2008. Tese de Doutorado. São Paulo.

PIMENTEL, D. S. Parcerias para a Gestão do uso público em parques. In: VALLEJO, L. R.; PIMENTEL, D. de S.; MONTEZUMA, R. de C. M. (Org.) Revista Eletrônica Anais Uso público em unidades de conservação. UFF, p. 21-29. Niterói, 2015.

PIMENTEL, E.; PINHO, T.; VIEIRA, A. Imagem da marca de um destino turístico. Turismo - Visão e Ação. Itajaí, v. 8, n. 2. 2006. p. 283 – 298.

PREFEITURA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis tem mudado seu perfil do turismo nos últimos anos. 22 jul. 2019. Disponível em: <https://www.petropolis.rj.gov.br/pmp/index.php/imprensa/noticias/item/13763-petr%C3%B3polis-tem-mudado-seu-perfil-do-turismo-nos-%C3%BAltimos-anos.html#:~:text=Com%202%20milh%C3%B5es%20de%20visitantes,%2C%206%25%20do%20PIB%20anual>. Acesso em: 09 mar. 2021.

RUSCHMANN, D. M. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 11.ed. Campinas: Papirus, 2004.

SHIMP, T. A. Propaganda e Promoção: aspectos complementares da comunicação integrada ao marketing. Porto Alegre: Bookman, 2002.

SMITH, M.; AMORIM, E.; SOARES, C. O turismo acessível como vantagem competitiva: implicações na imagem do destino turístico. Pasos - Revista de Turismo y Patrimônio Cultural. Santa Cruz de Tenerife, v. 11, n. 3. 2013. p. 97- 103.

SWARBROOK, J. O comportamento do consumidor no turismo. São Paulo: Aleph, 2002.

URRY, J. O Olhar do Turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. 3 ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001.

VALLEJO, L. R. Uso público em áreas protegidas: atores, impactos, diretrizes de planejamento e gestão. In: VALLEJO, L. R.; PIMENTEL, D. de S.; MONTEZUMA, R. C. M. (Org). Revista Eletrônica Anais Uso público em unidades de conservação. UFF, p. 9-20. Niterói, 2015.

VASCONCELLOS, J. M. O. Educação e Interpretação Ambiental em Unidades de Conservação. Cadernos de Conservação, ano 3, n. 4. Curitiba: O Boticário. 2006.

WIGHT, P. Environmentally Responsible Marketing of Tourism. In: CATER, E.; LOWMAN, G. Ecotourism: a sustainable option?. London: Royal Geographic Society and Bethaven Press, 1993.

Downloads

Publicado

01.11.2022

Como Citar

Pitzer, L. da S., & Pessoa, F. A. (2022). O destino turístico Petrópolis (RJ) na percepção do ecoturista da Travessia Petrópolis – Teresópolis (PARNASO). Revista Brasileira De Ecoturismo (RBEcotur), 15(5). https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12973
Recebido: 2021-11-24
Aceito: 2022-09-27
Publicado: 2022-11-01

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)