Confluências de um projeto horta escolar e o currículo afroindígena

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/prometeica.2024.31.19577

Palavras-chave:

Currículo decolonial, Hortas escolares, Educação Matemática

Resumo

Este texto relata experimentações de uma prática de Educação Matemática decolonial em uma escola pública municipal da cidade de São Paulo, Brasil, que resultaram na elaboração desse projeto de mestrado em andamento. Mais especificamente, discute as tensões entre um currículo oficial e as práticas escolares. As experiências ocorreram com a produção de hortas escolares, executadas a partir dos conhecimentos da agroecologia e da agrofloresta. Dentre os objetivos deste trabalho, buscamos evidenciar a construção coletiva de um projeto, realizada com as famílias, a comunidade, grupos de pesquisas, alunos(as) e funcionários(as) da escola, que ocorreram a partir de reuniões e discussões a respeito das teorias, das práticas e das políticas públicas necessárias para a construção da horta. Assim, destacamos alguns conhecimentos matemáticos do currículo decolonial afroindígena, a partir das práticas de cultivo do calendário Guarani M'bya. Com isso, discutimos as possibilidades de práticas pedagógicas escolares, em que a cosmologia indígena se insere no currículo da Educação Básica.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

  • Michela Tuchapesk da Silva, Universidade de São Paulo

    Professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC/USP e professora colaboradora junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação na área de concentração Educação Científica, Matemática e Tecnológica, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP. Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2001), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004), doutorado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2014) e pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (2016). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: educação matemática, formação de professores de matemática, processos de subjetivação, autonomia e cuidado de si na perspectiva foucaultiana, cartografia e tendências na relação escola-família-matemática.

  • Núbia Ferreira Machado de Amorim, Universidade de São Paulo

    Afroindígena. Educadora da Prefeitura Municipal de São Paulo desde 2004. Possui graduação em Normal Superior pelo Centro Universitário Herminio Ometto de Araras (2009). É pós-graduada (Lato Senso) em Educação Ambiental pela faculdade Campos Elíseos. Atua nas hortas urbanas periféricas como meio de aprender sobre a implantação e sistematização das hortas escolares. Ativista nos movimentos feministas e educação antirracista.

     

     

     

     

Referências

Clareto, S. M. & Nascimento, A. S. (2012). A sala de aula e a constituição de um currículo-invenção. Currículo sem Fronteiras, v.12, n. 3, p. 306-321, Set/Dez.

Currículo da Cidade: (2019). Ensino Fundamental: Matemática. 2. ed. São Paulo, SP: SME/COPED.

Faria, C. (2014). A luta guarani pela terra na metrópole de São Paulo. XIII Coloquio Internacional de Geocrítica. El control del espacio y los espacios de control. Barcelona, ES.

Ferdinand, M. (2019). Uma ecologia decolonial-pensar a partir do mundo caribenho. ubu editorial. São Paulo, SP.

Silva, M. T., & Tamayo, C. (2021). Quem realmente sabe que a África não é um país? Desprendimentos decoloniais em educação matemática. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, 11(2), 9-29.

Santos, A. B. (2023). A terra dá, a terra quer. ubu editorial. São Paulo, SP.

Santos, M. (2004). Por uma Geografia Nova. São Paulo, SP: Hucitec, Edusp.

Silva, M. A. (2018). Currículo e Educação Matemática: a política cultural como potencializadora de pesquisas. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 26. p.202–224. Campo Grande.

Paraíso, M. A. (2009). Currículo, Desejo e Experiência. Educação e Realidade, v. 34, n. 2. Porto Alegre, RS.

Paro, V. (1987). A utopia da gestão escolar democrática. Cad. Pesq. p. 51-53. São Paulo, SP.

Vasconcellos, B. (2023). O conhecimento ameríndio no manejo dos ecossistemas florestais: uma breve revisão. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 18 n. 1. 47-59.

Veiga-Neto, A. (2002). De geometrias, currículo e diferença. Educação & Sociedade, 23(79), 163-186.

Silva, M. A. (2018). Currículo e Educação Matemática: a política cultural como potencializadora de pesquisas. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 26. p. 202–224. Campo Grande, MS.

Publicado

2024-11-29

Edição

Seção

Artigos - Dossiê 1

Como Citar

Tuchapesk da Silva, M., & Ferreira Machado de Amorim, N. (2024). Confluências de um projeto horta escolar e o currículo afroindígena. Prometeica - Revista De Filosofia E Ciências, 31, 408-418. https://doi.org/10.34024/prometeica.2024.31.19577
Recebido 2024-10-07
Aprovado 2024-11-20
Publicado 2024-11-29