Caracterizando nossas concepções de ser professor(a) de matemática

Relato de experiências situadas na educação matemática crítica e etnomatemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/prometeica.2023.27.15319

Palavras-chave:

Etnomatemática, sujeito político, contexto sociopolítico, experiencia, educação matemática crítica, experiência

Resumo

Com este documento, queremos propor uma caracterização de nossa experiência como professores que situaram nossas práticas de pesquisa na Educação Matemática Crítica e na Etnomatemática, na qual converge a ideia de um sujeito político que transforma as concepções de ser professor(a) de matemática. Conhecemo-nos há alguns anos em uma conferência acadêmica internacional em que foram discutidas propostas de pesquisa e práticas pedagógicas, enquadradas em perspectivas muito distantes das abordagens cognitivistas e mais próximas das dimensões sociais, políticas e culturais. Lá, compartilhamos nosso trabalho acadêmico e, anos depois, nos encontramos novamente no 2º Encontro da Rede de Educadores Matemáticos Críticos, observando que, embora nossos interesses não tivessem mudado, estávamos interessados em reconhecer a voz do sujeito ao relatar suas experiências de pesquisa situadas a partir de abordagens sociais, políticas e culturais da educação matemática. Para isso, usamos narrativas orais e escritas para estudar e refletir sobre nossas próprias experiências como professores de matemática. Para isso, nos baseamos teoricamente nas ideias da abordagem social, política e cultural, especialmente na Educação Matemática Crítica e na Etnomatemática, caracterizando tanto a ideia do sujeito político quanto o contexto sociopolítico. Em relação à metodologia, adotamos a ideia de experiência de Jorge Larrosa e as características da pesquisa biográfico-narrativa, usando particularmente os escritos autobiográficos produzidos pelos autores deste artigo. Buscamos dar vida à voz do sujeito, narrando suas próprias experiências como professores e pesquisadores de carne e osso que tentam privilegiar na sala de aula espaços de discussão sobre questões sociais, políticas e culturais que estão inscritas nos contextos cotidianos das escolas colombianas. Além disso, reconhecemos a importância de usar a matemática como uma ferramenta que nos permite ler, interpretar e transformar o mundo e as condições de nossa sociedade atual, reconhecendo-nos como sujeitos políticos e agentes de mudança.

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Biografia do Autor

Edna Paola Fresneda-Patiño, Universidad Federal de Minas Gerais, Secretaría de Educación del Distrito

Edna Paola Fresneda Patiño é bacharel em Educação Básica com ênfase em Matemática e mestre em Educação pela Universidad Distrital Francisco José de Caldas (UDFJC), Colômbia. Atualmente é doutoranda no programa de pós-graduação do Doutorado Latino-Americano em Educação: "Conhecimento e Inclusão Social" na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil. Trabalha como professora na Secretaria de Educação Distrital (SED) em Bogotá-Colômbia. É membro do Coletivo Crítico: Perspectivas Sociopolíticas e Críticas em Pesquisas e Práticas Pedagógicas em Educação Matemática (UFMG) e da Red de Educadores Matemáticos Críticos REDUMAC (UDFJC). Seus interesses de pesquisa estão relacionados a: perspectivas sociopolíticas em Educação Matemática, Educação Matemática Crítica, Modelagem Matemática em uma perspectiva sociocrítica, Etnomatemática e pensamento decolonial; cenários de pesquisa e ambientes de aprendizagem; pesquisa biográfico-narrativa; experiência e formação continuada de professores, entre outros.

Gabriel Jacobo Sánchez-Coral, Universidad Pedagógica Nacional, Secretaría de Educación del Distrito

Gabriel Jacobo Sánchez Coral é licenciado em Matemática e mestre em Docencia de la Matemática pela Universidad Pedagógica Nacional (UPN) Colômbia. Atualmente trabalha como professor na Secretaria de Educação Distrital (SED) em Bogotá-Colômbia. É membro dá Red de Educadores Matemáticos Críticos REDUMAC (UDFJC). Seus interesses de pesquisa estão relacionados às perspectivas sociopolíticas da Educação Matemática considerando a Educação Matemática Crítica e a Etnomatemática; pesquisa biográfico-narrativa, reflexão sobre a prática e identidade do professor de matemática; formação de professores, entre outros.

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Publicado

2023-07-27

Como Citar

Fresneda-Patiño, E. P. ., & Sánchez Coral, G. J. (2023). Caracterizando nossas concepções de ser professor(a) de matemática: Relato de experiências situadas na educação matemática crítica e etnomatemática. Prometeica - Revista De Filosofia E Ciências, (27), 378–388. https://doi.org/10.34024/prometeica.2023.27.15319
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