Rede de educadores matemáticos críticos

Possibilidades e desafios para a transformação das práticas matemáticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/prometeica.2023.27.15341

Palavras-chave:

Educação Matemática Crítica, Modelagem Matemática, Práticas Pedagógicas, Trabalho Colaborativo, Educação Continuada

Resumo

Atualmente, somos membros da Rede de Educadores Matemáticos Críticos (REDUMAC) e consideramos relevante estudar os caminhos que percorremos, os desafios que assumimos com a intenção de transformar as práticas matemáticas nas escolas, bem como evidenciar as possibilidades de nossa abordagem teórico-metodológica e as formas de trabalho como um coletivo de educadores. Esse coletivo surge do interesse e da preocupação dos profissionais da educação em dar continuidade à formação que havíamos colocado em prática desde o desenvolvimento de nossas dissertações de mestrado sob perspectivas sociopolíticas e da política cultural da educação matemática assumindo inicialmente postulados da Educação Matemática Crítica (EMC). O desenvolvimento das práticas pedagógicas propostas tem girado em torno do desenho de cenários de aprendizagem e ambientes de modelagem matemática. Com base nessas ideias teóricas, a REDUMAC busca gerar espaços a partir dos quais os professores possam continuar aprofundando e refletindo sobre as ideias que trabalhamos em nossas pesquisas, encontrando interesses comuns com outros colegas. Dessa forma, procuramos nos posicionar e agir criticamente em nosso papel de professores e pesquisadores no campo da educação matemática, a fim de pensar e refletir sobre os problemas que ligam a escola, a universidade e a sociedade. Nosso objetivo é continuar nos consolidando como uma rede e como um espaço de formação continuada de professores, a partir de um processo autônomo que nasce dos interesses de seus participantes e que deseja conectar mais professores e pesquisadores do país que tenham as mesmas intenções. Com este artigo, buscamos não apenas convidar a comunidade a discutir essa preocupação, mas também tornar conhecida a experiência de formação continuada de professores de matemática que vimos explorando, construindo e consolidando a partir de espaços de autoformação. Para isso, realizamos um processo de reflexão e autoconhecimento para identificar os caminhos que temos percorrido, as possibilidades e os desafios que temos assumido por meio de nosso trabalho colaborativo, buscando outros mundos possíveis que vinculem a educação matemática e a realidade social de nosso país. Assim, iniciamos o artigo com uma seção em que argumentamos a relevância de retomarmos o caminho do REDUMAC, depois reconstruímos detalhadamente nossa história e, em uma terceira seção, aprofundamos as estratégias de trabalho que particularizam esse coletivo de professores. Para concluir, descrevemos os caminhos que percorremos, as conquistas que obtivemos, as lições que aprendemos e as possibilidades que vemos para o futuro de nosso coletivo e para iniciativas que possam ser concebidas nesse sentido.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

  • Martha Cecilia Clavijo-Riveros, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Secretaría de Educación Distrital

    Martha Cecilia Clavijo Riveros é licenciada em Educação Básica com ênfase em Matemática pela Universidade Distrital Francisco José de Caldas (UDFJC), onde se aprofundou na importância de fortalecer o pensamento crítico nas futuras gerações por meio da Educação Matemática (EM). Posteriormente, cursou o mestrado em Educação na mesma instituição, investigando colaborativamente as tensões que surgem quando um professor transforma a sala de aula a partir de uma abordagem sociopolítica da EM. Atualmente, é professora da Secretaria de Educação de Bogotá e estudante de doutorado interinstitucional em Educação, com sede na UDFJC, pesquisando sobre as implicações das considerações éticas dos professores nas práticas matemáticas. Ela tem sido professora em escolas públicas e privadas em Bogotá, em salas de aula regulares e em centros de interesse, bem como professora de formação inicial de professores a partir do núcleo problemático/temático da Licenciatura em Matemática na UDFJC. A partir disso, ela tem trabalhado para capacitar os estudantes por meio da matemática, recebendo reconhecimento por esse trabalho em nível institucional e distrital. Evidências desse trabalho foram registradas em várias apresentações em eventos nacionais e internacionais, artigos, capítulos de livro, fóruns e interações com pares, bem como na participação de seus alunos em encontros juvenis de matemática. É importante destacar que o mencionado acima foi permeado pela participação em coletivos de professores, como a Rede de Educadores Matemáticos Críticos (REDUMAC), Pandora IEM e o Semillero DeMentes Críticas, e pelo envolvimento em grupos de pesquisa como EdUtopía e MESCUD, uma vez que seus membros foram cúmplices nas propostas desenvolvidas.

  • Edna Paola Fresneda-Patiño, Universidad Federal de Minas Gerais, Secretaría de Educación Distrital

    Edna Paola Fresneda Patiño é formada em Licenciatura em Educação Básica com ênfase em Matemática e tem mestrado em Educação pela Universidad Distrital Francisco José de Caldas (UDFJC) em Bogotá - Colômbia. Seus estudos de mestrado foram orientados para a exploração da competência democrática na sala de aula de matemática, a partir de uma abordagem sociopolítica da educação matemática e, desde então, seu trabalho de pesquisa tem girado em torno dessas questões. Atualmente, ela é aluna do Doutorado Latino-Americano em Educação: "Conhecimento e Inclusão Social", na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte - Brasil. Atualmente trabalha como professora na Secretaria de Educação Distrital (SED) em Bogotá-Colômbia e atuou como professora no núcleo de prática docente do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Distrital Francisco José de Caldas. Ela é membro do Coletivo Crítico: Perspectivas Sociopolíticas e Críticas em Pesquisas e Práticas Pedagógicas em Educação Matemática da UFMG e da Red de Educadores Matemáticos Críticos (REDUMAC) da UDFJC. Sua carreira como professora e pesquisadora é evidenciada pela participação como palestrante em vários congressos nacionais e internacionais e pela publicação de artigos e capítulos de livros. Seus interesses de pesquisa estão relacionados a: perspectivas sociopolíticas da Educação Matemática, Educação Matemática Crítica, Modelagem Matemática a partir de uma perspectiva sociocrítica, Etnomatemática e pensamento decolonial; cenários de pesquisa e ambientes de aprendizagem; pesquisa biográfico-narrativa; experiência e formação continuada de professores, entre outros.

  • Lesly Tatiana Galvis Bejarano, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Secretaría de Educación Distrital

    Lesly Tatiana Galvis Bejarano iniciou sua formação profissional como licenciada em Matemática na Universidad Pedagógica Nacional (UPN) em Bogotá - Colômbia. Realizou seus estudos de Mestrado em Educação, com ênfase em Educação Matemática, na Universidad Distrital Francisco José de Caldas (UDFJC) em Bogotá - Colômbia, durante os quais questionou suas ideias sobre matemática e sua constituição como professora. Isso a levou a dar uma guinada em direção à abordagem sociopolítica da educação matemática e a aprofundar-se na Educação Matemática Crítica. Suas pesquisas a levaram, entre outras coisas, a investigar a relação entre disposições e intenções, e as qualidades do conhecimento obtido em um ambiente de modelagem matemática a partir da perspectiva sociocrítica da educação matemática; sua pesquisa recebeu reconhecimento e a levou a participar de eventos acadêmicos nacionais e internacionais. Por cinco anos, ela atuou como professora no núcleo problemático/temático da prática de ensino do curso de licenciatura em Matemática na UDFJC. Atualmente, ela é membro da Rede de Educadores Matemáticos Críticos (REDUMAC) na UDFJC, continua sua formação como estudante do Doutorado Interinstitucional em Educação na UPN e trabalha, desde 2011, como professora de Matemática do ensino médio na Secretaria de Educação Distrital (SED) em Bogotá, Colômbia. Em sua prática profissional, ela tem mantido interesse nas perspectivas sociopolíticas da Educação Matemática, na Educação Matemática Crítica, na Modelagem Matemática a partir de uma perspectiva sociocrítica, na formação de futuros professores de Matemática com atitude reflexiva e crítica, assim como na justiça e crítica na Educação Matemática.

Referências

Camelo, F., Mancera, G., & Zambrano, J. (2013). Trabajo colaborativo y diseño de escenarios de investigación, una alternativa para la formación continuada de profesores de matemáticas. Revista Científica, (15), 47–57. Recuperado de: https://repository.udistrital.edu.co/handle/11349/16581

Barrios, O., y Galvis, L. (2015). Discursos en la modelación matemática y su incidencia en las dinámicas de inclusión y exclusión desde una perspectiva socio crítica. En Flores, Rebeca (Ed.), Acta Latinoamericana de Matemática Educativa (pp. 1095-1102). México, DF: Comité Latinoamericano de Matemática Educativa.

Camelo-Bustos, F. J., Vanegas, D., y Galvis, T. (2017). Alzas en las tarifas del transporte público en Bogotá: un pretexto para explorar ambientes de modelación matemática. Presentado en Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática Modelagem Matemática na Educação Matemática Brasileira: história, atualidades e projeções., Maringá, Brasil.

Camelo-Bustos, F., Fresneda-Patiño, E., y Galvis-Bejarano, L. (2019) Trabajo colaborativo y ambientes virtuales como posibilidad de formación continuada de profesores de matemáticas. Presentado en VI Encuentro Distrital de Educación Matemática. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas.

Camelo, F. y Vanegas, D. (2021) ¿Qué ha sido de nuestra formación sociopolítica en Educación Matemática? Reflexiones, preguntas y proyecciones de egresados de la Universidad Distrital Francisco José De Caldas. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas.

Clavijo, M. (2022b). La ética imperante en la clase de matemáticas como elemento base para la formación inicial y continuada de los docentes. Congreso de Ética, Ciencia y Educación, 3(4), 263–281. Recuperado de: https://revista.grupocieg.org/wp-content/uploads/2022/12/Ed.59206-221-Clavijo-Martha.pdf

Clavijo, M., Fresneda, E. (2019). Fomentando Pensamiento Crítico en los estudiantes: “empoderamiento” en la clase de matemáticas. Presentado en XXII Foro Pedagógico Internacional Formación Docente y Pensamiento Crítico. Bogotá: Universidad de la Salle.

Clavijo, M., Fresneda, E. (2020). ¨Empoderando¨ a los estudiantes en la clase de matemáticas: Contribuciones desde la Educación Matemática Crítica. Acta Latinoamericana de Matemática Educativa, 33(1), 327-336. Recuperado de: http://funes.uniandes.edu.co/22409/1/Clavijo2020Empoderando.pdf

Fiorentini, D., & Nacarato, A. (2005). Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam. Brasil: Musa.

Fresneda, E., Camelo-Bustos, F. J. (2019). La competencia democrática desde ambientes de modelación matemática: reflexiones con estudiantes de grado quinto. Presentado en la XV Conferencia Interamericana de Educación Matemática, Medellín, Colombia.

Fresneda, E., Camelo-Bustos F. J. (2019). Una mirada a las tesis de grado desarrolladas en los grupos de investigación EdUtopía y Didáctica de la Matemática-UD. Presentada en XXXIII Reunión Latinoamericana de Matemática Educativa. La Habana, Cuba: Universidad de las Ciencias Informáticas.

Fresneda, E., Camelo, F., Gutiérrez, F. (2019). Medio ambiente: una mirada desde la competencia democrática, la modelación matemática y la investigación crítica. Revista virtual nuevas búsquedas, (9), 88-102. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/335754403_Medio_ambiente_una_mirada_desde_la_competencia_democratica_la_modelacion_matematica_y_la_investigacion_critica

Fresneda, E. y Camelo, F. (2021). Una mirada a la (in)justicia social en prácticas investigativas desarrolladas desde la dimensión socio política de la educación matemática. En: Gomez, G., DA SILVA, I., Gutiérrez, F. (Eds.) Educação Matemática Crítica e a (in)justiça social: Práticas pedagógicas e formação de professores. Campinas SP Brasil: Mercado de letras, p. 123-148.

Gutstein, E. (2006). Reading and Writing the World with Mathematics. Towards a Pedagogy for Social Justice. New York: Routledge-Taylor & Francis Group.

Galvis, L., Barrios, O., y Romero, J. (2017). Entre-vista, negociación de los datos y calidad de la investigación crítica. Presentado en 3er Encuentro de Investigación en Educación Matemática (EIEM). Barranquilla, Colombia: Universidad del Atlántico.

Gutiérrez, R. (2013). The sociopolitical turn in mathematics education. Journal for Research in Mathematics Education, 44(1), 37–68. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/259749651_The_Sociopolitical_Turn_in_Mathematics_Education

Rodríguez, B. (2014). Entornos virtuales como estrategia para la enseñanza y el aprendizaje de las matemáticas. Presentado en el XV Congreso de enseñanza y aprendizaje de las matemáticas: el sentido de las matemáticas. Matemáticas con sentido. Baeza, España.

Valero, P., Andrade, M. y Montecino, A. (2015). Lo político en la educación matemática: de la educación matemática crítica a la política cultural de la educación matemática. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa, 18(3), 287-300. Recuperado de: https://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1665-24362015000300007

Vanegas-García, D., & Camelo-Bustos, F. (2018). Contribuciones al desarrollo del pensamiento crítico en prácticas de modelación matemática: alzas en el SITP. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, 11(1), 11-233. Recuperado de: https://www.revista.etnomatematica.org/index.php/RevLatEm/article/view/496

Publicado

2023-07-27

Edição

Seção

Artigos - Dossiê 1

Como Citar

Clavijo-Riveros, M. C., Fresneda-Patiño, E. P., & Galvis Bejarano, L. T. (2023). Rede de educadores matemáticos críticos: Possibilidades e desafios para a transformação das práticas matemáticas. Prometeica - Revista De Filosofia E Ciências, 27, 524-534. https://doi.org/10.34024/prometeica.2023.27.15341