Gestão do Uso Público em Unidade de Conservação: a visitação no Parque Nacional da Tijuca - RJ

Autores

  • Ricardo Rodrigues Malta
  • Nadja Maria Castilho da Costa

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2009.v2.5860

Resumo

Os apelos ao Ecoturismo e à visitação pública realizada em Unidades de Conservação (UC), tais como os Parques Nacionais, têm crescido de forma significativa nos últimos anos. Entretanto, este aumento da demanda por atividades recreativas e ecoturísticas em áreas naturais também gerou um aumento na degradação socioambiental. Para evitar que isso ocorra, os gestores dessas áreas naturais protegidas deveriam criar ferramentas capazes de manejar a visitação pública de modo a evitar interferências negativas no ambiente visitado. Nesse sentido, o objetivo principal deste trabalho foi caracterizar o perfil e analisar as reações dos visitantes da Floresta da Tijuca, um dos setores mais visitados do Parque Nacional da Tijuca (PNT), localizado na cidade do Rio de Janeiro. O perfil dos visitantes, bem como as características da visitação e suas reações à área natural visitada, são informações fundamentais, na medida em que permitirão à administração do Parque avaliar e promover a criação e/ou melhoria dos atrativos oferecidos, a partir da demanda real do visitante e de suas percepções, satisfações e reações. Após realizarem sua experiência de visitação, os visitantes eram convidados aleatoriamente a participar da pesquisa. Por meio de questionários semi-estruturados, os visitantes declaravam informações socioeconômicas e respondiam a questões referentes a sua visitação. Podiam também expressar suas sensações, valores e significados através de perguntas abertas que buscavam avaliar sua percepção ambiental. A amostra considerou apenas visitantes moradores na cidade do Rio de Janeiro. Foram aplicados 228 questionários, entre janeiro e dezembro de 2006, em três pontos na Floresta da Tijuca: Largo do Bom Retiro, Cascatinha e Meu Recanto. A maioria dos visitantes da Floresta da Tijuca é constituída pelo sexo masculino (54,39%), possui renda familiar mensal maior que dez salários mínimos (31,58%), faixa etária entre 18 e 35 anos (65,70%), nível de escolaridade superior (61,40%), e é composta por moradores de bairros vizinhos à área do PNT, tais como: Tijuca, Jacarepaguá, Vila Isabel, Meier e Grajaú. Um percentual de 36,84% estava visitando a Floresta da Tijuca pela primeira vez, enquanto 46,49% são considerados frequentadores. A Floresta da Tijuca é muito valorizada como área de lazer para a população carioca, embora ainda seja desconhecida por boa parte da população. Os resultados da pesquisa revelaram um público mais homogêneo, formado por grupos organizados por agências de turismo, escolas, academias, e freqüentadores habituais, usuários dos dias de semana que vêm praticar exercícios físicos ou procuram descanso e sossego. Outro público, mais heterogêneo, formado por familiares/amigos, grupos de funcionários de empresas e clubes de caminhada, buscam o PNT nos fins de semana e feriados, visando principalmente a prática de caminhadas. Portanto, é preciso que o gestor do uso público conheça as potencialidades e as limitações de sua UC, bem como o perfil de seus visitantes e suas impressões, evitando, com isso, conflitos de uso e impactos ambientais decorrentes de um processo de visitação insustentável.

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Publicado

22.09.2009

Como Citar

Malta, R. R., & Costa, N. M. C. da. (2009). Gestão do Uso Público em Unidade de Conservação: a visitação no Parque Nacional da Tijuca - RJ. Revista Brasileira De Ecoturismo (RBEcotur), 2(3). https://doi.org/10.34024/rbecotur.2009.v2.5860
Recebido: 2009-06-27
Aceito: 2009-09-08
Publicado: 2009-09-22

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