Monitoramento da visitação em trilhas com armadilhas fotográficas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ)

Resumo

O monitoramento de visitantes em Unidades de Conservação (UCs) é fundamental para compreender a demanda pública e os impactos da visitação no ambiente natural. Diversos métodos são utilizados para esse fim, como cadastros nos pontos de entrada e contadores automáticos. No entanto, muitos parques enfrentam limitações de recursos humanos e financeiros para coletar dados detalhados sobre o uso público. O objetivo deste estudo foi quantificar e caracterizar os visitantes em trilhas, através de armadilhas fotográficas, na sede Teresópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), entre outubro de 2020 (reabertura após a pandemia de Covid-19) e dezembro de 2022. Foram utilizadas câmeras Bushnell® Trophy Cam, originalmente instaladas para o monitoramento da fauna. A análise considerou a distribuição dos visitantes nas trilhas Suspensa, Mozart Catão, Cartão Postal, Jussara e 360, bem como aspectos como direção do deslocamento, gênero dos visitantes e presença de crianças. Os dados foram comparados com os registros oficiais do parque. Os resultados demonstraram que a trilha Suspensa foi a mais visitada e apresentou a maior proporção de crianças em relação a adultos comparada às outras trilhas. Não foram observadas diferenças significativas na frequência entre homens e mulheres. O uso de armadilhas fotográficas é um método viável para o monitoramento de visitação, especialmente quando associado ao monitoramento da fauna, permitindo uma compreensão mais ampla dos impactos da presença humana e contribuindo para a gestão e conservação das áreas naturais.