Análise dos meios de interpretação ambiental no Parque Estadual do Ibitipoca (MG)

Resumo

Este estudo investiga os meios de interpretação ambiental utilizados no Parque Estadual do Ibitipoca (PEI), Minas Gerais, relacionando-os ao geoturismo como ferramenta de educação ambiental, conservação da geodiversidade e fortalecimento do desenvolvimento local. A pesquisa, qualitativa e exploratória, combinou revisão bibliográfica com trabalho de campo realizado em novembro de 2024, avaliando recursos personalizados e não personalizados à luz dos cinco níveis de apresentação propostos por Frey et al. (2006) e operacionalizados por Moreira (2014). Os resultados indicam que o PEI possui infraestrutura consolidada, destacando-se o Centro de Visitantes, trilhas bem sinalizadas e presença ativa em mídias sociais, fatores que sustentam índices de satisfação elevados entre turistas e visitantes. Entretanto, identificaram-se lacunas na integração de narrativas das comunidades deslocadas pela criação da unidade, no controle de perfil dos visitantes, na capacitação sistemática de condutores e na oferta de conteúdos de geoeducação ao longo das trilhas, hoje centrados sobretudo em orientações de segurança. Recomenda-se diversificar suportes interpretativos com uso de QR codes para áudios e vídeos, ampliar a participação de moradores locais como guias e condutores, consolidar parcerias acadêmicas recorrentes e implantar monitoramento contínuo do público para ajustar a profundidade e linguagem das mensagens. Conclui-se que, embora o PEI já se destaque como destino de referência, seu potencial pleno demanda uma abordagem interpretativa holística, que concilie valores naturais e culturais, fortaleça o senso de pertencimento da população do entorno e qualifique a experiência de aprendizagem dos visitantes, contribuindo para a sustentabilidade econômica e a conservação do parque.