IASTRO: Índice de Potencial Astro Turístico dos Parques Nacionais

Autores

  • Dennis Edward Hyde Instituto Entreparques
  • Letícia Pereira Alves Instituto Entreparques
  • Daniel Rodrigues Costa Mello Universidade Federal do Rio de Janeiro, Observatório do Valongo
  • Vitor Barbato Honorato Instituto Chico Mendes (ICMBio)
  • André Pontes de Andrade Costa Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

DOI:

https://doi.org/10.34024/9zpxsf41

Palavras-chave:

Poluição-Luminosa, Astronomia, Turismo, Astro-Turismo, Parques-Nacionais

Resumo

Este artigo apresenta o Índice de Potencial Astro turístico dos Parques Nacionais (IASTRO), uma ferramenta inovadora para avaliar e comparar o potencial do astroturismo nos 75 parques nacionais brasileiros. O IASTRO combina três parâmetros cruciais: a qualidade do céu noturno, a probabilidade de céu aberto e a infraestrutura turística, que engloba a presença de condutores e a experiência de diferentes tipos de pernoite. A metodologia detalhada de coleta de dados e cálculo do IASTRO é descrita, incluindo a ponderação dos parâmetros, com a qualidade do céu noturno recebendo maior peso devido à sua importância fundamental para a observação de astros. Os resultados revelam uma distribuição diversificada do IASTRO entre os parques, com destaque para aqueles localizados nos biomas Cerrado e Caatinga, que apresentam condições de céu noturno e climatológicas mais favoráveis ao astroturismo. A discussão aprofundada explora a relação entre o IASTRO e outros fatores, como o número de visitantes e as características dos biomas, revelando um potencial inexplorado para o astroturismo em muitos parques nacionais. O estudo também destaca a importância da infraestrutura turística e simula como melhorias nesse aspecto podem impulsionar o potencial de astroturismo em diversos parques. As considerações finais enfatizam o IASTRO como uma ferramenta valiosa para a gestão de áreas protegidas e para a formulação de políticas públicas, promovendo a preservação do céu estrelado e o desenvolvimento do astroturismo de forma sustentável. O artigo conclui que o Brasil possui um enorme potencial para se tornar um destino de astroturismo de classe mundial, com seus parques nacionais oferecendo condições excepcionais para a observação de astros e de conexão com a natureza. Este estudo pioneiro contribui para o campo do ecoturismo ao fornecer um índice abrangente e inovador para avaliar o potencial de astroturismo em parques nacionais. O IASTRO pode ser utilizado por gestores ambientais, pesquisadores, turistas, amantes da astronomia e gestores de políticas para identificar e priorizar parques com maior potencial para essa atividade, auxiliando no planejamento de ações e investimentos que promovam o desenvolvimento do astroturismo no Brasil. 

Referências

ALBUQUERQUE, C.; CAMPOS, S. M. C. Poluição Luminosa e Arboviroses: Luz Responsiva ao Brilho do Céu Noturno e à Resiliência Ambiental. Anais do 14º Concistec 2024 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Bragança Paulista, São Paulo, Brazil, v.5, n.1, 2024.

ALVA, A.; BROWN, E.; EVANS, A.; MORRIS, D.; DUNNING, K. Dark Sky Parks: public policy that turns off the lights. Journal of Environmental Planning and Management, Volume 68, Issue 4, p. 907-934, 2023.

ARAYA-PIZARRO, S.; VERELST, N. Astrotourism research landscape: a bibliometric analysis. Revista Interamericana de Ambiente y Turismo, v. 19, n. 1, p. 75-89, 2023.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5101: Iluminação viária — Procedimentos. 4 ed. 76 p., 2024.

AZMAN, M.; DALIMIN, M.; MOHAMED, M.; ABU BAKER, M. A Brief Overview on Light Pollution. IOP Conf. Series: Earth and Environmental Science, v. 269, 2019.

BARENTINE, J. Going for the gold: quantifying and ranking visual night sky quality in international dark sky places. International Journal of Sustainable Lighting. n. 35, p. 9-15, 2016.

BARRAGAN, R. C., MELTZOFF, A. N. Opportunity to view the starry night sky is linked to human emotion and behavioral interest in astronomy. Sci Rep, v.14, pp.19314. 2024.

BERMAN, B. Travel to the stars: the inside story on astro-tourism (Strange Universe). Astronomy, v.41, n.6, p.8, 2013.

BORTLE, J. Introducing the Bortle Dark-Sky Scale. Sky & Telescope, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 769, de 10/12/2019. Dispõe sobre normas e procedimentos administrativos para autorização da prestação do serviço de condução de visitantes em unidades de conservação federais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 2019

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes. Rol de Oportunidades de Visitação em Unidades de Conservação – ROVUC. 2. ed. Brasília: ICMBio, 2020. Orgs. Allan Crema e Paulo Eduardo Pereira Faria.

CARDOSO, W. T. Astronomia Cultural: como povos diferentes olham o Céu. e-Boletim da Física, v. 5, p. 1-8, 2016.

CAPRA, F. A Teia da vida: uma nova compreensão científica dos seres vivos. São Paulo, SP: Cultrix, 256p., 1997.

CHILE. Ministerio del Medio Ambiente – Gobierno de Chile, Cielos de Chile: desde la Tierra al Universo – segunda edición. Disponível em https://mma.gob.cl/wpcontent/uploads/2018/06/Cielos_2018_Chilean_Skies.pdf, 2016. Acesso: 29 ago. 2025.

CINZANO, F. Night sky photometry with sky quality meter. ISTIL Int. Rep, v. 9, 2005.

COLLISON, F.; POE, K. “Astronomical Tourism”: the Astronomy and Dark Sky Program at Bryce Canyon National Park. Tourism Management Perspectives, v. 7, p. 1-15, 2013.

DALGLEISH, H., MEKONENN, G., COTTER, G., BACKES, M., KASAI, E. Astrotourism for development in Namibia – dark sky education and heritage. Bulletin of the American Astronomical Society, Vol. 53, Issue 1.

DOMINICI, T.; MARQUES, J. N.; BONSAVER, R.; MELLO, D. R. C.; DINIZ, I. N. Luz em excesso já causa danos. Scientific American Brasil, v. 20, n. 224, p. 7, 2021.

DUNN, N.; EDENSOR, T. Dark Skies - Places, Practices, Communities. Routledge Taylor & Francis Group, 294p., 2024.

FALCHI, F.; CINZANO, P.; DURISCOE, D.; KYBA, C.; ELVIDGE, C.; BAUGH, K.; FURGONI, R. The new world atlas of artificial night sky brightness. Science Advanced, v. 2, e1600377, 2016.

FAYOS-SOLÁ, E.; MARÍN, C.; JAFARI, J. Astrotourism: no requiem for meaningful travel. Pasos, revista de Turismo y Patrimonio Cultural, v. 12, n. 4, p. 663, 2014.

FROMM, E. The anatomy of human destructiveness. New York: Holt, Rinehart and Winston, 521p.,1973.

GOMES, F. A. Astroturismo como ferramenta para a educação ambiental não formal. Revista Multidisciplinar de Educação e Meio Ambiente, v. 5, n.2, 2024.

HONORATO, V. B.; VIOLIN, F. L. Astro turismo: uma análise no Parque Estadual Morro do Diabo, Teodoro Sampaio, São Paulo. Turismo e Sociedade, v. 12, n. 3, p. 1- 15, 2019.

IDA. International Dark Sky Park Program Guidelines. International Dark-Sky Association, 19p., 2018.

IUCN. World List of Dark Sky Places. International Union for Conservation of Nature, Dark Skies Advisory Group (DSAG), Acesso em 27 de junho de 2025. Disponível em: https://darkskyparks.org/dsag/DSAG_word_list.htm. Acesso: 29 ago. 2025.

KORUNOSKA, J.; SPIEKERMANN, S. The effects of digitalization on human energy and fatigue: a review, 2019. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/1910.01970v1. Acesso em: 19 fev. 2025.

KRENAK, A. O Amanhã não está à venda. São Paulo: Companhia das Letras, 22p. 2020.

KUNJAYA, C.; MELANY, A.; SUKMARAGA, A.; ARSONO, T. Possibility of astronomical phenomena to be used to support tourism industry. Journal Physics: Conference Series, Lampung, v. 1231, 2019.

KYBA, C.; ALTINTAS, Y.; WALKER, C.; NEWHOUSE, M. Citizen scientists report global rapid reductions in the visibility of stars from 2011 to 2022. Science, v. 379, p. 265, 2023.

LENCASTRE, M.; FARINHA-MARQUES, P. Da Biofilia à Ecoterapia: A Importância dos Parques Urbanos para a Saúde Mental, 2021. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/354582361_Da_Biofilia_a_Ecoterapia_A_I mportancia_dos_Parques_Urbanos_para_a_Saude_Mental. Acesso em: 19/02/2025.

LONGCORE, T.; RICH, C. Ecological light pollution. Frontiers in Ecology and the Environment, v. 2, n. 4, p. 191-198, 2004.

MARINS, J. R.; MANSUR, S.; MOREIRA, C. D.; RISKI, L.; SOUZA, M. Latin America gets first official Dark Sky Park. Sky’s Up – Global Astronomy Magazine, v. V, 2022.

MARTINEZ, C. Manual de Astroturismo. Fundación Azara / Realización: Vazquez Mazzini Editores, 154p., 2017.

MATOS, A. L. Terrestrial Astroturism – Motivation and satisfaction of travelling to watch the night sky. Master Thesis, Aalborg University, 2017.

MELLO, D. R. C.; GOMES, F. A. B.; BORGO, I.; CESAR, R. G. Astroturismo, uma viagem pela noite estrelada. Ciência Hoje, v. 390, agosto, 2022.

MELLO, D. R. C. Viajando para ver as estrelas. Revista de Turismo Contemporâneo, v. 11, n. 1, p. 169-189, 2023.

MELLO, D. R. C.; CESAR, R. G.; GOMES, F. A. B.; SANTOS, I. B. D.; SILVA, E. P. Potencial do astroturismo nos parques brasileiros: estudo de caso do Parque Estadual dos Três Picos - RJ. Revista Espaço Aberto, v. 13, n. 2, p. 47–84, 2023.

MELLO, D. R. C.; BORGO, I.; GOMES, F. A. B.; CESAR, R. G.; SILVA, E. S.; SALCIDES, P. F. O astroturismo como potencial de turismo sustentável nos parques do estado do Rio de Janeiro. Revista Ineana, v. 12, ed. esp. 2, p. 8-23, 2024.

MINISTÉRIO DO TURISMO, MinTur, BRASIL. Tendências do Turismo 2025, 6ª edição. Embratur e Ministério do Turismo. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas-projetos-acoes-obras-e-atividades/rede-inteligencia-mercado/RevistaTendncias2025vfinal.pdf. Acesso em: 02 jul. 2025.

MITURA, T., BURY, R., BEGENI, P., KUDZEJ, I. Astro-Tourism in the area of the PolishSlovak borderland as an innovative form of rural tourism. European Journal of Service Management, v. 23, n.3, 2017.

OLIVEIRA GOMES, P., CUNHA, A. A. A importância da visitação nos parques nacionais e a geração de recursos financeiros. Cenário: Revista Interdisciplinar em Turismo e Território , [S. l.], v. 6, n. 10, p. 112–125, 2018

PINTO, T. F. V. A poluição luminosa à luz do conceito de Antropoceno. 2017. Dissertação (Mestrado em Estudos do Ambiente e da Sustentabilidade) – Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE-IUL, Lisboa, 2017.

RODRIGUES, A. L., RODRIGUES, A., PEROFF, D. M. The sky and sustainable tourism development: A case study of a dark sky reserve implementation in Alqueva. International Journal of Tourism Research. - Chichester, ISSN 1099-2340. v. 17, n.3, p.292, 2015.

ROMAGOSA, F.; EAGLES, P. F. J.; LEMIEUX, C. J. From the inside out to the outside in: Exploring the role of parks and protected areas as providers of human health and well-being. Journal of Outdoor Recreation and Tourism, v. 10, p. 70-77, 2015.

ROSZAK, T.; GOMES, M. E.; KANNER, A. D. (Eds.). Ecopsychology: Restoring the Earth, Healing the Mind. Berkeley, CA: Counterpoint, 368p., 2019.

SLATER, D. A. Towards an understanding of the Astro Tourist: a conceptual and empirical study. Tese de Doutorado, University of Central Lancashire, 2020.

SOLEIMANI, S.; BRUWER, J.; GROSS, M.; LEE, R. Astro-tourism conceptualisation as a special-interest tourism field: a phenomenological approach. Current Issues in Tourism, v. 22, n. 18, 2019.

SOUZA, T. V. S. B.; THAPA, Brijesh; DE CASTRO, Ernesto Viveiros. Índice de Atratividade Turística das Unidades de Conservação Brasileiras. Brasília: PAPP, 2017.

STARLIGHT FOUNDATION. The Starlight Declaration, publicated by Starlight Foundation. Acessado em 27 de novembro de 2024. Disponível em https://fundacionstarlight.org/, 2027.

STIMAC, V. Dark Skies – A Practical Guide to Astroturism. Lonely Planet Global Limited, 2019.

TOMANIK, G., CAVENAGHI, A. J. Lazer e turismo: Visitas ao Observatório Abrahão de Moraes/IAG-USP (SP, Brasil). Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 6, n.3, 2012.

Downloads

Publicado

06.08.2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

HYDE, Dennis Edward; ALVES, Letícia Pereira; MELLO, Daniel Rodrigues Costa; HONORATO, Vitor Barbato; COSTA, André Pontes de Andrade. IASTRO: Índice de Potencial Astro Turístico dos Parques Nacionais. Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 18, n. 4, p. 705–738, 2025. DOI: 10.34024/9zpxsf41. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/20294. Acesso em: 5 dez. 2025.