A importância dos parques urbanos para a manutenção da biodiversidade e benefícios socioambientais: Uma análise realizada no Parque do Flamengo (Rio de Janeiro).

Autores

  • Phillipe Knippel do Carmo Graça Universidade Federal Rural de Pernambuco. PE
  • Flávio Pereira Telles Universidade Federal Fluminense, RJ

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2020.v13.9876

Palavras-chave:

Parques urbanos; Desenvolvimento sustentável; Cidades verdes; Sustentabilidade; Parque do Flamengo

Resumo

O estudo buscou demonstrar os benefícios do Parque Brigadeiro Gomes - Aterro do Flamengo, RJ, para a fauna e sociedade, e identificar a percepção ambiental dos visitantes da área. Pela revisão teórica do tema sobre a conservação da biodiversidade em áreas urbanas foi feita uma pesquisa de campo através de questionário com 14 perguntas, aplicado a 200 visitantes do parque. 77,8% dos entrevistados são mulheres e a faixa etária que prevaleceu foi entre 26 a 39 anos. 43,4% dos entrevistados informaram que o maior benefício gerado pelo parque é a saúde, além disso, 79,6% mostraram insatisfação com a segurança local e 65% não aprovam a quantidade de áreas verdes disponíveis no Rio de Janeiro. Conclui-se que o Parque Aterro do Flamengo é notável para a evolução da cidade, pois realiza funções sócio-ambientais, oferece lazer, turismo, e ameniza a paisagem urbana gerando efeitos ambientais positivos para o entorno. O parque gera também benefícios no bem-estar dos frequentadores, na qualidade de vida e na saúde física e mental, conforme constatado. A massa vegetal existente no Parque do Flamengo é uma importante área de conservação em meio urbano para a sustentabilidade da cidade, oferece proventos à fauna e melhora a qualidade de vida dos habitantes.

Biografia do Autor

  • Flávio Pereira Telles, Universidade Federal Fluminense, RJ

    Mestre em Ciência Ambiental (2008),i graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1983) , atuando principalmente nos seguintes temas: arborização urbana, silvicultura, cadastramento, espécies ameaçadas de extinção ( pau-brasil e caixeta ), além de recuperação de áreas degradadas.

Referências

BEDIMO-RUNG, A. L.; MOWEN, A. J.; COHEN, D. A. The significance of parks to physical activity and public health: A conceptual model. American Journal of Preventive Medicine, v. 28, p. 159-168, 2005.

BISHOP, I. D.; YE, W. S.; KARADAGLIS, C. Experiential approach to perception response in virtual worlds. Landscape and Urban Planning, v. 54, p. 115– 123, 2001.

BROWN, P.M.; CAMERON, L. D. What can we do to reduce over- consumption. Ecological Economics. v. 1(32), p. 27–42, 2000.

BRUN, E.J.; BRUN, F. G. K. Arborização Urbana & Qualidade de vida. Conselho em Revista. Porto Alegre, RS. Ano 3, n. 18, p. 27, 2006.

BURGESS, J.; HARRINSON, C. M.; LIMB, M.; People, parks and the urban green: a study of popular meanings and values for open spaces in the city. Urban Studies. v. 25, p. 455–473, 1998.

CAMAGNI, R., R. CAPELLO and P. NIJKAMP. "Towards Sustainable City Policy: An Economy-Environrnent Technology Nexus". Ecological Economics, v. 24, p. 103-108, 1998.

CHIESURA, A.; DE GROOT, R. S. Critical natural capital: a socio-cultural perspective. Ecological Economics. v. 44, p. 219–231, 2003.

COETERIER et al. Perception of the Wadden sea Area. Investigating the Values of Visitors and Inhabitants. Wageningen, DLO - StaringCentrum, 1997.

CORNELL, E. H.; HADLEY, D. C., Sterling, T.M., et al., 2001. Adventure as stimulus for cognitive development. Journal of Environmental Psychology, v. 21, n. 3, p. 219-231, 2001.

CUSTANCE, D. M.; MAYER, J. Empathic-like responding by domestic dogs (Canis familiaris) to distress in humans: An exploratory study. Animal Cognition, 15(5), p. 851-859, 2012.

DRIVER, B. L.; BROWN, P.J.; PETERSON, G. L. Benefits of Leisure. Venture Publishing, State College, PA, US, p. 483, 1991.

FERNANDES, E. Impacto socioambiental em áreas urbanas sob a perspectiva jurídica. In: MENDONÇA, F. (org). Impactos Socioambientais Urbanos. Curitiba: Ed. UFPR, p. 99-128, 2004.

GOBSTER, P. H. Visions of nature: conflict and compatibility in urban park restoration. Landscape and Urban Planning, v. 56, p.35–51, 2001.

HARTIG, T.; MANG, M.; EVANS, G.W. Perspectives on Wilderness: testing the theory of restorative environments. In: EASLEY, P. (Eds.), The Use of Wilderness for Personal Growth, Therapy, and Education. Estes Park, CO, 1987.

HARTIG, T., MANG, M., & EVANS, G. W. Restorative effects of natural environment experience. Environment and Behavior, v. 23, p. 3–26, 1991.

HENKE-OLIVERIA, C. Planejamento ambiental na cidade de São Carlos (SP) com ênfase nas áreas públicas e áreas verdes: diagnóstico e propostas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, p. 11, 1996.

JAMIESON, D. Sustainability and beyond. Ecological Economics. v. 2–3 (24), p. 183–192, 1998.

JAPYASSÚ, H. F.; BRESCOVIT, A. Biodiversidade araneológica na cidade de São Paulo: a urbanização afeta a riqueza de espécies? 3p. Disponível em: <www.ambientebrasil.com.br>. Acesso em: 21/01/2016.

KLIJN, J. A.; BUIJ, A. E.; DIJKSTRA, H.; LUTTIK, J.; VEENEKLAAS, F. R. The Forgotten Values of Nature and Landscape. Use and Appreciation Measured in Money and Emotional Value. Alterra Green World Research, Wageningen, 2000.

KAPLAN, S.; KAPLAN, R. The Experience of Nature. A Psychological Perspective. Cambridge University Press, Cambridge, p. 340, 1989.

LIBRETT, J.; HENDERSON, K.; GODBEY, G.; MORROW JR, J. R. An introduction to parks, recreation, and public health: Collaborative frameworks for promoting physical activity. Journal of Physical Activity & Health, 4, S1-S13, 2007.

LOBODA, C. A.; ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Ambiência, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 125-139, 2005.

LOMBARDO, M. A. Vegetação e clima. In: III Encontro sobre arborização urbana, Curitiba. Anais... Curitiba, 1990. p. 01 –13, 1990.

MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. Brazilian Urban Parks. São Paulo: Universidade de São Paulo (EdUSP), 2003.

MALHEIROS, M. R. T. L. O processo de pesquisa na graduação. Disponível em: <www.profwillian.com/_diversos/download/prof/marciarita/ Pesquisa_na_Graduacao.pdf>. Acesso em: 17/04/2016.

MASLOW, A. H. The Farther Reaches of Human Nature. New York, NY: The Viking Press, 1971.

MATIAS, L. F; CAPORUSSO, D. Áreas Verdes Urbanas: Avaliação Conceitual e Metodológica a partir do Estudo de caso na cidade de Paulínia – São Paulo, Brasil. Campinas: UNICAMP. 2009.

McPHERSON, G. E.; DOORN, N.; GOEDE, J. Structure, function and value of street trees in California, USA. Urban Forestry & Urban Greening, EUA, v. 17, abril. 2016. Disponível em: <www.fs.fed.us//> Acesso em: 22/06/2016.

MENDONÇA, F. A. Geografia, planejamento urbano e ambiente. In: SOUZA, A. J. SOUZA, E. B. C. JÚNIOR, L.M. Paisagem, Território e Região. Em busca da identidade. Cascavel: EDUNIOESTE, p.39-47, 2000.

MILLWARD, A.; MOSTYN, B. People and Nature in Cities: The Social Aspects of Planning and Managing Natural Parks in Urban Areas. Urban Wildlife Now, Nature Conservancy Council, Peterborough,UK, 1998.

PACHECO, E.; SILVA, H. P. Compromissos epistemológicos do conceito de percepção ambiental.
2007. Disponível em:< www.ivt-rj.net/sapis/ 2006/pdf/EserPacheco.pdf> Acesso em: 17/06/2016.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO (PCRJ). 1998. Guia das Unidades de Conservação Ambiental do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBAM/ DUMA, PCRJ/ SMAC. PRESCOTT - ALLEN, R. Caring for the Earth: A Strategy for Sustainable Living. IUCN - The World Conservation Union, United Nation Environmental Program, Worldwide Fund for Nature, Gland, Switzerland, p. 208, 1991.

REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

RENEMA, D.; VISSER, M.; EDELMANN, E.; MORS, B. Dewensen van Nederlanders ten aanzien van natuur en groen in de leefom geving (The Wants of the Dutch for Nature and Green in the Living Environment) (in Dutch). Wageningen, DLO-Staring Centrum, 1999.

ROOVERS P.; HERMY M.; GULINCK H. Visitor profile, perceptions and expectations in forests from a gradient of increasing urbanisation in central Belgium. Ladscape and Urban Planning, v. 59. p. 129-145, 2002.

ROSSMAN, B.B., ULEHLA, Z.J. Psychological reward values associated with wilderness use. Environmental and Behavior, v. 9(1), p. 41–65, 1977.

SANTUCCI, J. As Promenades do Rio de Janeiro: O Papel do Passeio Público, Praça Paris e Parque do Flamengo na história da paisagem carioca. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU. Dissertação de Mestrado em Arquitetura.2003.

TERRA, C. G. (Coord.).; VASCONCELLO. V. M. (apres.).; ANDRADE, R. TRINDADE, J. A. da.; BENASSI, A. H. Arborização: ensaios historiográficos do Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2004.

THOMSON, N. Listas de aves registradas no Aterro do Flamengo - Alfredo Heleno. Disponível em: <www.taxeus.com.br/lista/2977>. Acesso em: 25/04/2016.

THOMPSON,C.W. Urban open space in the 21st century. Landscape and Urban Planning, v. 60, p. 59–72, 2002.

TOLEDO, E. S.; Santos, D. G. Espaços livres de construção. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba-SP, v. 3, n. 1, p. 73-91, 2008.

VIEIRA, P. B. H. Uma visão geográfica das áreas verdes de Florianópolis, SC: estudo de caso do Parque Ecológico do Córrego Grande (PECG). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.

Downloads

Publicado

31.10.2020

Como Citar

GRAÇA, Phillipe Knippel do Carmo; TELLES, Flávio Pereira. A importância dos parques urbanos para a manutenção da biodiversidade e benefícios socioambientais: Uma análise realizada no Parque do Flamengo (Rio de Janeiro). Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 13, n. 4, 2020. DOI: 10.34024/rbecotur.2020.v13.9876. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/9876. Acesso em: 5 dez. 2025.
Recebido 2019-10-13
Aprovado 2020-09-04
Publicado 2020-10-31