A percepção autóctone sobre os ambientes naturais com potencial ecoturístico em Luminárias (MG): dinâmica e consequências

Autores

  • Vinícius do Couto Carvalho Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
  • Wanderley Jorge Silveira Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
  • Cléber Rodrigo de Souza Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
  • Thallita Mayra Soares Fernandes Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
  • Marco Aurélio Leite Fontes Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2020.v13.9472

Palavras-chave:

Ecoturismo, Protagonismo Social, Socioambientalismo

Resumo

O ecoturismo é considerado uma atividade com potencial baixo impacto ambiental, geradora de benefícios sociais e, dependente da existência de atrativos naturais. Mas como os indivíduos autóctones percebem essa atividade e se relacionam com suas áreas naturais? O objetivo, neste estudo, foi analisar em que nível os indivíduos autóctones se envolvem com os ambientes naturais com potencial ecoturístico e como os percebem em uma localidade em fase inicial de desenvolvimento de práticas ecoturísticas, e a dinâmica desse envolvimento e percepção, a partir do olhar dos jovens, em dois períodos com intervalo de nove anos. Para isso, utilizou-se da iconografia com apresentação de dez fotografias de ambientes com potencial ecoturístico da localidade de Luminárias, Minas Gerais - Brasil, para estudantes do ensino médio, com posterior aplicação de um questionário semiestruturado, nos anos de 2007 e 2016. Empregou-se ainda a técnica de observação participante. Como resultado, os ambientes naturais com potencial ecoturístico foram reconhecidos em diferentes níveis e considerados como de alta atratividade, mas seu uso turístico é de baixo envolvimento com os indivíduos autóctones. Os resultados demonstraram ainda que, na dificuldade de uma mobilização contínua que alcance a população, os ambientes escolares mostram-se como espaços facilitadores para o processo de sensibilização e inserção social no planejamento do ecoturismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVARES, C. A., STAPE, J. L., SENTELHAS, P. C., GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. MeteorologischeZeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711–728, 2013.

AMORIM, F.O.B. O contexto teórico do desenvolvimento dos estudos humanísticos e perceptivos na Geografia. In: AMORIM, F.O.B.; CARTER, H.; KOHLSDORF, M.E. Percepção Ambiental: contexto teórico e aplicações ao tema urbano, Instituto de Geociências - UFMG, Belo Horizonte, publicação especial n. 5, 1987.

BUSHELL, R.; EAGLES, P. F. J. Tourism and Protected Areas: Benefits Beyond Boundaries. The 5th World Parks Congress, CAB International 200, UK, 2007.

CAMARA MUNICIPAL DE LUMINÁRIAS. Legislação Municipal. Disponível em:. Acessado em: 25/11/2017.

CARVALHO, V. C; SILVA, M. A. C.; OLIVEIRA, D. V. Potencialidades espeleoturísticas da área cárstica do município de Luminárias (MG, Brasil), Pasos, v. 5, n. 3, p.383-390, 2007.

DUFFY, R. A Trip Too Far: Ecotourism. Politics and Exploitation. Detroit, Earthscan, v. 1, p. 210, 2002.

DVORAK, R. G.; BROOKS, J. J.More connection and less prediction please: applying a relationship focus in protected area planning and management. Journal of Park and Recreation Administration. v.31, p. 5–22, 2013.

DVORAK, R. G.; BORRIE, W. T.; WATSON A. E. Personal wilderness relationships: building on a transactional approach. Environmental Management, v. 52, p.1518–1532, 2013.

FIGUEIREDO, L. A. V.; SOUZA, L. D.; CARVALHO, A. M.; LIMA, J. N.; MIRANDA, F. D. Iluminando Luminárias (MG): práticas espeleoturísticas e de Educação Ambiental integrando aventura, natureza e cultura. Anais do VIII Congresso Nacional de Ecoturismo e do IV Encontro Interdisciplinar de Ecoturismo em Unidades de Conservação. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.4, n.4, p. 563, 2011.

FREIRE, P. Cartas a Cristina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

GRAY, B. Conditions facilitating interorganizational collaboration. Human Relations, v. 38, n.10, p. 911-936, 1985.

HOŔELLI, L. A methodology of participatory planning. In: BECHTEL. R. B.; CHURCHMAN, A. (Eds.), Handbook of environmental psychology (pp. 607-628). New York, NY: Wiley. 2002.

HUNTER, L. M.; STRIFE, S.; TWINE, W. Environmental perceptions of rural South African residents: The complex nature of environmental concern. Society and Natural Resource, v.23, p. 252–541, 2010.

IBGE. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2015. 2017. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313870&search=minasgerais|luminarias|infograficos:-informacoes-completas> Acesso em: 13/02/2018.

JOLLIFFE, I. T.; CADIMA, J. Principal component analysis: a review and recent developments. Philosophical Transactions of The Royal Society A Mathe-matical Physical and Engineering Sciences, v. 374, n. 2065, p. 1-16, 2016.

KEMPTON, W. M.; BOSTER, J. S.; HARTLEY, J. A. Environmental values in American culture. Boston: MIT Press, 1995.

KRUGER, O. The Role of Ecotourism in Conservation: Panacea or Pandora’s Box? Biodiversity and Conservation, v. 14, p. 579-600, 2005.

MANYARA, G.; JONES, E. Community-based tourism enterprises development in Kenya: An exploration of their potential as avenues of poverty reduction. Journal of Sustainable Tourism, v. 15, n. 6, p. 628-644, 2007.

MANZO, L. C.; PERKINS, D. D. Finding common ground: the importance of place attachment to community participation and planning. Journal of Planning Literature, 20(4), 335-350. 2006.

MARDIA, K.V.; KENT, J. T.;BIBBY, J. M. Multivariate Analysis. Academic Press. Minchin, P.R. (1987) An evaluation of relative robustness of techniques for ecological ordinations. Vegetatio, v. 69, p. 89–107, 1979.

MARUJO, N.; SANTOS, N. Turismo, Turistas e Paisagem. Investigaciones Turísticas, Espanha, n. 4, p.35-48, jul-dez, 2012.

MINCHIN, P.R. An evaluation of relative robustness of techniques for ecological ordinations. Vegetatio. v. 69, p. 89–107, 1987.

MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. Ed. Vozes. Petrópolis, RJ, 2016.

OKSANEN, J.; BLANCHET, F.J.; FRIENDLY, M.; KINDT, R.; LEGENDRE, P.; MCGLINN, D.; MINCHIN, P.R.; O'HARA, R.B.; SIMPSON, G.L.; SOLYMOS, P.; STEVENS, M.H.H.; SZOECS, E.; WAGNER, H. Vegan: community ecology package. R packageversion 2.4-2, 2017. Disponível em: <https://cran.r-project.org/package=vegan>.

OKELLO, F. Ecotourism in Uganda a Case Study of The Mgahinga National Park. 2003. 64 p. M.Sc. Thesis (Tourism and Hospitality Management), Graduate Business, Göteborg University, Göteborg, 2003.

OTHMAN, N. A; ANWAR, A. M.; KIAN, L. L. Sustainability Analysis: Visitors Impact on Taman Negara, Pahang, Malaysia. Journal of Tourism, Hospitality & Culinary Arts, v. 1, p.67-80, 2010.

PAKARINEN, N. Transition Practices: Education for Sustainable Development in Ecotourism. 2015. 31p. Master thesis (Sustainable Development), Department of Earth Sciences, Uppsala University, Sweden, 2015.

PAUW, J. B.D.; PETEGEM, P. V.A cross-cultural study of environmental values and their effect on the environmental behavior of children. Environment and Behavior, v. 45, p. 551–583, 2011.

PIRES, E. V.; ALCANTARINO, M. D. A participação das comunidades autóctones no turismo e o capital social no processo de desenvolvimento local: um exame do Programa Turismo Solidário − MG. Caderno Virtual de Turismo, v. 8, n 1, 2008.

POMERANZ, E. F.; NEEDHAM, M. D.; KRUGER, L. E. Stakeholder perceptions of indicators of tourism use and codes of conduct in a coastal protected area in Alaska. Tourism in Marine Environments, v. 9, p. 95-115, 2013.

R Studio version 3.3.1. 2016. "Bug in Your Hair" Copyright (C). The R Foundation for Statistical Computing Platform: i386-w64-mingw32/i386 (32-bit). Disponível em: <http://wallace.teorekol.lu.se/statistics_for_ biologists/01/R%20output%20ex1% 20ht16.ppd>.

RAMOS, L. M. J.; OLIVEIRA, S. F. Educação ambiental para o ecoturismo nas unidades de conservação: um nexo ontológico. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental Revista do PPGEA/FURG-RS, v. 20, 2008.

RODRIGUES, L. A.; CARVALHO, D. A; OLIVEIRA FILHO, A. T.; CURI, N. Efeitos de solos e topografia sobre a distribuição de espécies arbóreas em um fragmento de floresta estacional Semidecidual, em Luminárias, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, p. 25-35 2007.

ROSS, S.; WALL, G. Ecotourism: Towards Congruence between Theory and Practice. Tourism Management. v. 20, p. 123-132, 1999.

SCHACTER, D. L.; GILBERT, D. T.; WEGNER, D. M. Psychology, 2nd edition.Worth. Publishers. p. 264, 2011.

SETUR. Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais. Circuitos Turísticos e suas regiões. 2015. Disponível em: <http://www.turismo. mg.gov.br/circuitos-turisticos/informacoes-administrativas> Acessado em: 13/02/2018.

SIMÕES, P. F. P. F. A paisagem cultural do Buçaco: a singularidade de um território turístico e de lazer. Cadernos de Geografia, Coimbra, n. 32, p. 187-193, 2013.

SELIN, S. Natural resource partnerships: bridging practice and science. In: MANFREDO, M. J.; VASKE, J. J.; BRUYERE, B. L.; FIELD, D. R.; BROWN, P. J. (Eds.), Society and natural resources: A summary of knowledge, Jefferson, MO: Modern Litho, p. 137-146, 2004.

TSAUR, S. H.; LIN, Y. C.; LIN, J. H. Evaluating Ecotourism Sustainability from the Integrated Perspective of Resource, Community and Tourism. Tourism Management, v. 27, p. 640-653, 2006.

VARGAS, H. C. Turismo e valorização do lugar. Turismo em Análise, v.9, n.1, 1998.

VIOLIN, F. L.; ALVES, G. L. Da pesca ao natural: trajetória do turismo em Mato Grosso do Sul (1970 a 2015). Sustentabilidade em Debate - Brasília, v. 8, n. 2, p. 130-146, 2017.

WIGHT, P. A. Supporting the Principles of Sustainable Development. Journal Current Issues in Tourism, v. 5, p. 3-4, 2002

ZHANG, H.; LEI, S. L.A structural model of residents' intention to participate in ecotourism: The case of a wetland community. Tourism Management, v. 33, n. 4, p. 916-925, 2012.

Downloads

Publicado

29.01.2020

Como Citar

do Couto Carvalho, . V., Silveira, W. J., Souza, C. R. de, Fernandes, T. M. S., & Aurélio Leite Fontes, M. (2020). A percepção autóctone sobre os ambientes naturais com potencial ecoturístico em Luminárias (MG): dinâmica e consequências. Revista Brasileira De Ecoturismo (RBEcotur), 13(1). https://doi.org/10.34024/rbecotur.2020.v13.9472
Recebido: 2019-06-14
Aceito: 2019-09-19
Publicado: 2020-01-29