Megaeventos, legado e sustentabilidade: o caso da Cidade do Rio de Janeiro

Autores

  • Laura Sinay Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
  • Maria Cristina Fogliatti de Sinay Universidade do Grande Rio, Rio de Janeiro, RJ
  • Fabio Vinicius de Araujo Passos Faculdade SENAC-Rio, Rio de Janeiro, RJ
  • Iluska Lobo Braga Universidade do Grande Rio, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2017.v10.6628

Palavras-chave:

Megaeventos e Legados, Sustentabilidade de Megaeventos, Megaeventos e Impactos Associados.

Resumo

Megaeventos são acontecimentos de diversas naturezas que atraem grandes massas populacionais, movimentam a economia, aproximam a mídia internacional e patrocinadores que, com seus investimentos, possibilitam a revitalização dos locais-sede, impulsionam o turismo, o setor hoteleiro e o comércio, geram empregos temporários e permanentes, promovem a imediata inserção do local sede no mercado global divulgando pelo mundo afora características econômicas, sociais e culturais do mesmo. Com políticas prévias de investimentos em segurança, transportes, saúde pública, educação e treinamentos corretos, os megaeventos podem, ainda, melhorar aspectos sociais negligenciados nas cidades sede, as revitalizando com obras de modernização e de expansão atraindo novas empresas e melhorando o mercado de trabalho. Contudo, sem o devido planejamento e preparativos, a concentração exacerbada de pessoas pode gerar externalidades indesejadas como poluição atmosférica, atos de vandalismo, acidentes e incidentes de diversas naturezas, aumento de preços de produtos, especulação imobiliária, desapropriações, marginalização de comunidades, aumento da prostituição, da delinquência e de ruídos cuja divulgação na mídia pode causar efeitos negativos, impactos estes que devem ser mitigados com o planejamento cuidadoso do evento visando o legado á cidade, através de investimentos alocados em aspectos deficitários e com o monitoramento do legado positivo para o local sede. O legado de um megaevento diz respeito à herança recebida pela população do local sede. Esse é considerado negativo quando, de algum modo, prejudica a população, como por exemplo, com dívidas adquiridas com os preparativos, com áreas desmatadas, com lagoas soterradas, com a poluição das águas, do solo e do ar e com o desemprego. Megaeventos são acontecimentos de diversas naturezas que atraem grandes massas populacionais, movimentam a economia, aproximam a mídia internacional e patrocinadores que, com seus investimentos, possibilitam a revitalização dos locais-sede, impulsionam o turismo, o setor hoteleiro e o comércio, geram empregos temporários e permanentes, promovem a imediata inserção do local sede no mercado global divulgando pelo mundo afora características econômicas, sociais e culturais do mesmo. Com políticas prévias de investimentos em segurança, transportes, saúde pública, educação e treinamentos corretos, os megaeventos podem, ainda, melhorar aspectos sociais negligenciados nas cidades sede, as revitalizando com obras de modernização e de expansão atraindo novas empresas e melhorando o mercado de trabalho. Contudo, sem o devido planejamento e preparativos, a concentração exacerbada de pessoas pode gerar externalidades indesejadas como poluição atmosférica, atos de vandalismo, acidentes e incidentes de diversas naturezas, aumento de preços de produtos, especulação imobiliária, desapropriações, marginalização de comunidades, aumento da prostituição, da delinquência e de ruídos cuja divulgação na mídia pode causar efeitos negativos, impactos estes que devem ser mitigados com o planejamento cuidadoso do evento visando o legado à cidade, através de investimentos alocados em aspectos deficitários e com o monitoramento do legado positivo para o local sede. O legado de um megaevento diz respeito à herança recebida pela população do local sede. Esse é considerado negativo quando, de algum modo, prejudica a população, como por exemplo, com dívidas adquiridas com os preparativos, com áreas desmatadas, com lagoas soterradas, com a poluição das águas, do solo e do ar e com o desemprego. É considerado positivo quando melhora as condições de vida da população do local sede, ampliando a economia, diversificando as oportunidades de moradia e revitalizando áreas abandonadas. Os megaeventos são tipos de eventos normalmente organizados por uma combinação de governos, empresas privadas e públicas e organizações não governamentais, cujos interesses, públicos e privados, devem possibilitar a transformação de custos conjuntos elevados em rentáveis dividendos. O objetivo deste artigo de natureza teórica é, após a revisão bibliográfica sobre o tema, da apresentação dos passos seguidos para construir a proposta que levou a cidade do Rio de Janeiro ser a escolhida para sediar as Olimpíadas de 2016 e da experiência de 8 megaeventos sediados no Rio de Janeiro nos últimos 9 anos, propor ações para o planejamento de novos megaeventos de modo a efetivamente essas garantirem um legado positivo assim como a sustentabilidade do local sede. Mega-events, heritage and sustainability: The case of Rio de Janeiro City ABSTRACT Mega events are happenings of diverse natures that attract a huge number of participants, international media and sponsors, which foment the economic growth in the host city, improving its social status. Investments are to be applied to redevelop the host city, to promote tourism, hostelry and commerce, generating new jobs, and to promote the insertion of the host place in the global market, while spreading throughout the world, its economic, social and cultural characteristics. With investments on correct policies focused on public security, health, transport, education and training, mega events can improve social aspects, revitalizing cities with new infrastructure, attracting new services and improving the work market. But planning and studying to correctly allocate investments are needed to avoid the negative impacts- air pollution, vandalism, accidents and incidents, speculation, prostitution increase, delinquency- that the exaggerated concentration of people and publicity could provoke. Those negative impacts are to be avoided, or at least mitigated looking at the city legacy and through investments properly applied. Legacy can be negative, when it prejudices society through several aspects: water, soil and air pollutions, unemployment, financial debts left behind, and so on and it can be positive when associated actions bring all kind of new opportunities to the citizens. Mega events are usually organized by a combination of governments, private and public organizations, and non-governmental organizations in a way that their interests should make it possible to transform high costs in high social benefits. The purpose of this work is to present actions and directions to be followed when planning mega events in order to guarantee a positive legacy as well as their sustainability. This purpose will be achieved after the review of the technical bibliographic on mega events, of the steps followed to develop the proposal of the City of Rio de Janeiro - BRAZIL as the hostess of the Olympics of 2016 and the experience of this city which in 9 years hosted 8 mega events. KEYWORDS: Mega Events and Legacy; Mega Events and Sustainability; Mega Events and Associated Impacts.

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Biografia do Autor

Laura Sinay, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação e do Mestrado Profissional em Ecoturismo e Conservação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ? UNIRIO. Pos-doutorado no Centro de Pesquisas em Sustentabilidade da Uniersidade da Sunshine Coast (em andamento). Membra do Conselho Mundial de Áreas Protegidas da União Internacional para a Conservação da Natureza. Graduada em turismo pelas Faculdades Integradas Helio Alonso, Brasil (1998); Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002); PhD em Manejo de Recursos Naturais e Turísticos pela Universidade de Queensland, Austrália (2008), e Pós-Doutorado em Geografia Política pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009-2010). Atualmente é professora adjunta do Departamento de Ciências do Ambiente do Instituto de Biociências da UNIRIO, onde leciona para as graduações em Engenharia de Produção, Turismo, Biologia e Ciências Ambientais. É coordenadora do projeto de ensino, pesquisa e extensão Parques. Publicou um livro sobre Gestão Ambiental pela Editora Interciência e vários artigos sobre assuntos relacionados à sustentabilidade. Coordenou os processos participativos para a elaboração de estratégias para a sustentabilidade de diversas unidades de conservação da natureza, inclusive do Parque Nacional Galápagos (Equador). Suas principais áreas de atuação são planejamento e gestão do turismo e de áreas naturais e/ou tradicionalmente habitadas e educação ambiental.

Maria Cristina Fogliatti de Sinay, Universidade do Grande Rio, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação em Matemática pelo Instituto de Matemáatica,Astronomia y Fisica ,da Universidad Nacional de Cordoba ,Argentina(1971), Master In Arts pelo Queens College da City University of New York ,USA ,(1975) e PhD em Applied Mathematics pelo Graduate Center da City University of New York ,USA ,(1978). Fez pós-doutorado na Universidade de California,campus Sao Diego,USA,1989-1990. Foi professora titular do Instituto Militar de Engenharia no Mestrado em Engenharia de Transportes( nov 1981- abril de 2010). Atualmente é professora doutora na Escola de Ciências Sociais ,Mestrado em Administraçao da UNIGRANRIO. Tem experiência nas áreas de Matemática,Pesquisa Operacional, Probabilidade e Estatística, e Meio Ambiente com ênfase na aplicação de modelos,sistemas,teorias,heurísticas e gestão ambiental em problemas de transportes(planejamento e operação) Ë pesquisadora do CNPq ,consultora Ad-Hoc do CNPq,Capes,Faperj,Fundação Araucaria. Fez parte do Conselho Editorial da Revista Militar de Ciência e Tecnologia.Atuou como co- Editora da Revista de Transportes e Diretora Executiva da Associação Nacional de Pesquisas e Ensino de Transportes no periodo jan 2007-dez 2008. É autora de três livros editados pela Interciência nas áreas de Teoria de Filas e Meio Ambiente.Tem participado e publicado trabalhos científicos em Congresos Nacionais e Internacionais ,assim como em períodicos da área e em bancas de dissertações e tesis e Concursos Públicos em Universidades Federais do Pais onde também tem proferido palestras a convite.

Fabio Vinicius de Araujo Passos, Faculdade SENAC-Rio, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação pelo Centro Universitário da Cidade (2004) em Turismo, Pós-graduação pela Universidade Cândido Mendes em Marketing. Atualmente cursa Mestrado em Administração na Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO, é Professor de Turismo e Hotelaria na Graduação Tecnológica no Senac RJ, Tutor Presencial do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo na Fundação CECIERJ e Coordenador de Acomodações no Comitê Olímpico Rio 2016. Pesquisador com trabalhos publicados em Eventos Nacionais, participante do Grupo de Pesquisas TRECHOS - Turismo Responsável, Economia Criativa e Hospitalidade (certificado à UFRRJ/FAPERJ/CNPq) e Membro do Comitê de Revisão da ABNT NBR 15401 - Sustentabilidade para Meios de Hospedagem. Foi Professor de Hotelaria no Curso de Bacharelado em Hotelaria do ICHS/UFRRJ, Chefe de Recepção e Reservas no Hotel Promenade Barra First. Profissional com experiência superior a dez anos nas áreas de Turismo e Hotelaria, com ênfase nas áreas de Docência e Pesquisa em Ensino Superior Presencial e a Distância de Turismo e Hotelaria, Gestão Hoteleira, Organização de Eventos, Cruzeiros Marítimos e Consultoria em Turismo e Hotelaria.

Iluska Lobo Braga, Universidade do Grande Rio, Rio de Janeiro, RJ

Possui mestrado em Administração pela Universidade Federal de Rondônia e graduação em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Moura Lacerda (2000). Atualmente é doutoranda em administração pela Universidade do Grande Rio. Tem experiência em docência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis. O foco de pesquisa acadêmico é na área de Responsabilidade Socioambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Demonstração Valor Adicionado, Balanço Socioambiental, Relatório de Sustentabilidade. O campo de prática profissional contempla às áreas de auditoria, controladoria e consultoria em elaboração e acompanhamento de Projeto.

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Publicado

31.08.2017

Como Citar

Sinay, L., Sinay, M. C. F. de, Passos, F. V. de A., & Braga, I. L. (2017). Megaeventos, legado e sustentabilidade: o caso da Cidade do Rio de Janeiro. Revista Brasileira De Ecoturismo (RBEcotur), 10(3). https://doi.org/10.34024/rbecotur.2017.v10.6628
Recebido: 2016-12-04
Aceito: 2017-06-14
Publicado: 2017-08-31