ECOTURISMO E GESTÃO PARTICIPATIVA EM ÁREAS PROTEGIDAS: O CASO DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS (PA)

Autores

  • Vivian Maitê Castro
  • Rafaella Soares Espinola

DOI:

https://doi.org/10.34024/rbecotur.2011.v4.5999

Resumo

O desenvolvimento do ecoturismo em áreas protegidas tem provocado grande discussão em relação ao seu planejamento, sustentabilidade e viabilidade em aliar conservação ambiental e retorno econômico. Todavia, para que a atividade turística em ambientes naturais possa ser viável, as unidades de conservação devem planejá-la em seus planos de manejo, pois estes auxiliam na gestão ambiental da área e na minimização dos impactos negativos oriundos do ecoturismo. Neste contexto, o presente artigo objetiva analisar o ecoturismo praticado em uma das comunidades tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, unidade de conservação de uso sustentável criada em 1974. As unidades deste grupo objetivam compatibilizar a conservação da natureza com a presença de populações tradicionais e suas atividades extrativistas e de subsistência, apresentando normas que visam o uso sustentável dos recursos naturais e permitem a implementação de atividades de uso comum do público, como a atividade turística. A comunidade de Maguari iniciou o planejamento da atividade turística no ano de 2000, e atualmente recebe um fluxo anual de 400 turistas nacionais e, principalmente, internacionais. Nosso foco é averiguar como ocorreu o planejamento e a implementação do ecoturismo com o envolvimento da comunidade local por meio da gestão participativa. Como procedimento metodológico adotou-se o método qualitativo, pautado na revisão bibliográfica, nas visitas de campo com realização de entrevistas previamente elaboradas e na observação participante. Os resultados encontrados mostram que a comunidade de Maguari constituiu-se ao redor de sua associação comunitária, que administra e organiza as atividades de ecoturismo praticadas, configurando-se em um turismo realizado de maneira satisfatória, com total participação da comunidade tradicional em todo o processo de planejamento, execução e fiscalização da atividade. Inicialmente, o desenvolvimento do turismo foi planejado em parceria com o IBAMA, porém, atualmente, a atividade é totalmente gerenciada pela associação comunitária local, sem maiores intervenções do setor público, que apenas controla o número de visitantes por meio da cobrança de uma taxa de visitação na entrada da unidade. Contudo, embora a Floresta Nacional do Tapajós possua um plano de manejo com inclusão do ecoturismo, que ocorre com sustentabilidade, a mesma ainda carece de investimentos públicos e privados, visando melhorar o acesso e a qualidade de vida das comunidades tradicionais. Concluiu-se que a promoção do ecoturismo em áreas protegidas passa pela necessidade da gestão participativa envolvendo os dois atores principais, poder público e comunidade local, de forma contínua e pautada nos interesses da comunidade receptora, que é o ator executor da atividade turística. Palavras-chave: Ecoturismo; Áreas protegidas; Gestão participativa.

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Publicado

24.10.2011

Edição

Seção

Arquivos Individuais

Como Citar

CASTRO, Vivian Maitê; ESPINOLA, Rafaella Soares. ECOTURISMO E GESTÃO PARTICIPATIVA EM ÁREAS PROTEGIDAS: O CASO DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS (PA). Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 4, n. 4, 2011. DOI: 10.34024/rbecotur.2011.v4.5999. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5999. Acesso em: 14 dez. 2025.
Recebido 2011-08-30
Aprovado 2011-09-01
Publicado 2011-10-24