Parque Natural Municipal do Pombo (PNMP): Hotspot para o Turismo de Observação de Aves no Cerrado Brasileiro

Autores

  • Lucilene Misae Oliveira Oshiro Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS
  • Maristela Benites Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, Curso de Geografia, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Campo Grande
  • Simone Mamede Universidade Federal do Tocantins, UFT. PPGRN/UFMS
  • Camila Aoki Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS

DOI:

https://doi.org/10.34024/rqhjye49

Palavras-chave:

Aviturismo, Planejamento, Áreas Protegidas, Turismo de Observação de Vida Silvestre.

Resumo

As aves figuram como importante componente da biodiversidade, capazes de aferir a saúde ambiental e estimular a conexão das pessoas com a natureza por meio de sua observação. O ecoturismo e o turismo de observação de vida silvestre constituem estratégia para conectar conservação e uso sustentável dos bens naturais. Em se tratando de ecoturismo, as Unidades de Conservação (UCs), principalmente as de Proteção Integral, destacam-se como espaços importantes para o desenvolvimento da atividade. As aves oferecem relevantes serviços ecossistêmicos, como os de provisão, suporte, regulação e socioculturais, e sua proteção impulsiona o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda Global 2030. Este estudo avaliou o Parque Natural Municipal do Pombo (PNMP), no Cerrado brasileiro, quanto a sua potencialidade como hotspot para o Turismo de Observação de Aves (TOA). Para o inventário das espécies de aves foram considerados dados primários e secundários que contribuem para o planejamento, gestão e manejo da visitação pública, bem como para a implantação do Turismo de Observação de Aves. Para a identificação do Parque como um local importante para o Turismo de Observação de Aves foram utilizados nove indicadores socioambientais. Nesta avaliação preliminar de dados primários e secundários, constatou-se que o PNMP apresenta 265 espécies de aves registradas. Destas, 09 são endêmicas do Cerrado brasileiro e 10 encontram-se na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN, 2025-1) e 62 são aves migratórias. Portanto, constatou-se que a área de estudo se apresenta como um relevante hotspot para o TOA. Logo, a adoção de estratégias baseadas nesses indicadores pode contribuir para a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos bens naturais e a maior integração entre sociedade e natureza em áreas protegidas.

Biografia do Autor

  • Lucilene Misae Oliveira Oshiro, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS

    Mestranda em Recursos Naturais. Bacharel em Turismo. Bacharel em Direito e Especialista em Direito Administrativo.

  • Maristela Benites, Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, Curso de Geografia, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Campo Grande

    Possui doutorado em Ensino de Ciências, mestrado em Ecologia e Conservação, e Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Biológicas. É pesquisadora e educadora ambiental no Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo.

  • Simone Mamede, Universidade Federal do Tocantins, UFT. PPGRN/UFMS

    Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Professora do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Tocantins - UFT, Câmpus Arraias. Professora do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS.

  • Camila Aoki, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul/UFMS

    Doutorado em Ecologia e Conservação.  Docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, atua nos  Programas de Pós-graduação em Recursos Naturais e Biologia Vegetal - UFMS.

Referências

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Publicado

18.10.2025

Edição

Seção

Anais do Congresso Nacional de Ecoturismo - Artigos Completos

Como Citar

OSHIRO, Lucilene Misae Oliveira; BENITES, Maristela; MAMEDE, Simone; AOKI, Camila. Parque Natural Municipal do Pombo (PNMP): Hotspot para o Turismo de Observação de Aves no Cerrado Brasileiro. Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 18, n. 5, p. 602–627, 2025. DOI: 10.34024/rqhjye49. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/21256. Acesso em: 5 dez. 2025.