Questões territoriais entre montanhista e corredores de aventura na Serra Fina – sudeste do Brasil

Territorial issues between mountaineers and adventure runners in Serra Fina – southeastern Brazil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34024/d912wp94

Palavras-chave:

Território, Mantiqueira, turismo em áreas naturais, demanda, APA

Resumo

O presente artigo tem como objetivo utilizar as perspectivas territoriais para analisar conflitos entre segmentos turísticos realizados em uma mesma área. Para se alcançar os resultados, foi feito um estudo sobre a demanda turística que frequenta a Serra Fina, localidade que se encontra dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira, sudeste do Brasil. Foi realizado um questionário para compreender melhor os dois grupos que frequentam a localidade, os montanhistas e corredores de aventura e, desta forma: registrar os objetivos e percepções que eles têm sobre a localidade e identificar se há um conflito entre os dois grupos quanto à culpa pela degradação da área. Como resultado, foi concluído que a maior parte dos entrevistados concorda que os problemas são causados por pessoas dos dois segmentos, e que não é um grupo especifico que é culpado. O problema está em pessoas que não tem respeito pela utilização sustentável da localidade e que não representam integralmente nenhum destes grupos. Porém, há alguns discursos fortes que inflamam discussões e criam margem para uma divisão. O que realmente causa problemas na região é a crescente demanda fomentada pela inserção da localidade dentro de um mercado turístico, alimentado por ideais de contato com a natureza, aventura e superação. Isso cria uma nova relação territorial entre: as pessoas que frequentam a área, locais, gestores e outros envolvidos.

Referências

ALIER, J. M. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. São Paulo: Contexto, 2007.

BECKER, B.; GOMES, P. C. Meio Ambiente: matriz do pensamento geográfico. In: VIEIRA, P. F.; MAINON, D. (org.) As Ciências Sociais e a Questão Ambiental: rumo à interdisciplinaridade. RJ/Belém: APED/ EUFP, 1993.

BRASIL. Decreto nº 91.304, de 03 de junho de 1985. Brasília, DF, 2985. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-91304-3-junho-1985-441986-publicacaooriginal-1-pe.html . Acesso em: 22 set. 2019.

BRASIL. Lei Nº 9.097, de 19 de setembro de 1995. Brasília, DF, 1995.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9097.htm. Acesso em: 22 set. 2019.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Brasília, DF, 2000; Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm . Acesso em: dezembro/2024.

BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: orientações básicas. / Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. 2. ed. – Brasília: Ministério do Turismo, 2010a. 90p.

BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo de Aventura: orientações básicas. / Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. – Brasília: Ministério do Turismo, 2010b. 75 p.

BRASIL. Plano de manejo e web Sig da APA da Serra da Mantiqueira produto. 6.2: Plano de Manejo da APASM. Curitiba, 2018.

DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 1996.

HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: Do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário Estatístico do Brasil, v.72. 2012. Recuperado em out. 10, 2019 de https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2012.pdf. Acesso em: 22 set. 2019.

LÓPEZ-RICHARD, Victor; CHINÁGLIA, Clever Ricardo. Turismo de aventura: conceitos e paradigmas fundamentais. Revista Turismo em Análise, São Paulo, Brasil, v. 15, n. 2, p. 199–215, 2004. DOI: 10.11606/issn.1984-4867.v15i2p199-215. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rta/article/view/62667. Acesso em: 20 abr. 2025.

MARTINS, Patrícia Cristina; SILVA, Charlei Aparecido da. Turismo de Natureza ou na Natureza ou Ecoturismo? Reflexões e contribuições sobre um tema em constante debate. Revista Turismo em Análise, São Paulo, Brasil, v. 29, n. 3, p. 487–505, 2019. DOI: 10.11606/issn.1984-4867.v29i3p487-505. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rta/article/view/157887. Acesso em: 20 abr. 2025.

OPPLIGER, Emilia Alibio; OLIVEIRA, Ademir Kleber Morbeck de; BASSINELLO, Patrícia Zaczuk. Turismo em áreas naturais: as diversas modalidades e a diferença entre os contextos mercadológico e acadêmico. Caderno de Geografia, Belo Horizonte, v. 32, n. 70, p. 1078, 2022. DOI: //10.5752/P.2318-2962.2022v32n70p1078. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/geografia/article/view/28548. Acesso em: 20 abr. 2025.

PORTO-GONÇALVES, C W. Da Geografia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades. En: CECEÑA, A. E. y SADER, E. (Coords.) La Guerra Infinita: hegemonía y terror mundial. Buenos Aires, Clacso, 2002.

RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do poder. São Paulo: Editora Ática, 1993.

REZENDE, Paulo Emmanuel Nunes et al. Corrida de montanha: resposta do lactato em diferentes níveis de dificuldade. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-SERGIPE, v. 3, n. 2, p. 111-118, 2016.

SANTOS, L. H. O. Pensamento geossistêmico e planejamento turístico: uma proposta para o Circuito das Terras Altas da Mantiqueira, sudeste do Brasil. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora. 2020. Recuperado de: https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12387/1/luizhenriquedeoliveirasantos.pdf. Acesso em: 21 mar. 2024.

SANTOS, L. H. O. A instrumentalização da paisagem pelo turismo: o caso da Serra Fina – Sudeste do Brasil. GOT: Revista de Geografia e Ordenamento do Território, 27, 44-67. 2024. https://doi.org/10.17127/got/2024.27.003 . Acesso em: 30 nov. 2024.

SANTOS, L. H. O; PINTO, V. P. S. O Circuito Terras Altas da Mantiqueira por uma perspectiva territorial. Geo UERJ, [S. l.], n. 39, p. e52299, 2021. https://doi.org/10.12957/geouerj.2021.52299. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/52299 . Acesso em: 21 mar. 2024.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.

SAPUCAHY, Mario Lucio Ribeiro. Pedra da Mina: visitação e impacto na trilha do Paiolzinho. 2006. 92f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1603084. Acesso em: 21 abr. 2025.

SOUZA, M. L. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. Geografia: conceitos e temas. – 6ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. p. 77 – 116.

SPINK, Mary Jane P.; ARAGAKI, Sérgio Seiji; ALVES, Marina Pigozzi. Da exacerbação dos sentidos no encontro com a natureza: contrastando esportes radicais e turismo de aventura. Psicologia: reflexão e crítica, v. 18, p. 26-38, 2005.

Downloads

Publicado

01.11.2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SANTOS, Luiz Henrique de Oliveira; PINTO, Vicente Paulo dos Santos. Questões territoriais entre montanhista e corredores de aventura na Serra Fina – sudeste do Brasil: Territorial issues between mountaineers and adventure runners in Serra Fina – southeastern Brazil. Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), [S. l.], v. 18, n. 6, p. 769–786, 2025. DOI: 10.34024/d912wp94. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/19771. Acesso em: 5 dez. 2025.