A Pós Graduação Brasileira em Turismo e em Ecoturismo como caminho para o Desenvolvimento Sustentável
Resumo
Os impactos do ecoturismo estão diretamente relacionados ao planejamento da atividade. Assim sendo, a sustentabilidade da mesma depende, ao menos parcialmente, do conhecimento acadêmico-científico sobre o assunto. Neste contexto e tendo em vista a potencialidade do turismo/ecoturismo no Brasil, este trabalho tem como objetivo verificar se a insustentabilidade do ecoturismo no Brasil é influenciada pelo reduzido número de profissionais academicamente aptos a planejar e implementar adequadamente a atividade no país. O procedimento metodológico seguido no presente artigo se embasa no delineamento do panorama acadêmico-científico da pós-graduação brasileira em turismo (incluindo o mapeamento dos cursos de mestrado e doutorado na área, com identificação das disciplinas ofertadas e temas abordados) e na incidência de trabalhos acadêmico-científicos sobre ecoturismo no país (incluindo dissertações e teses, grupos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e artigos publicados em periódicos científicos credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES com foco no Brasil). Encontramos que o número de revistas, cursos de pós-graduação, disciplinas e dissertações acadêmicas no Brasil focados no ecoturismo é limitadíssimo. Assim, a análise do panorama atual permite concluir que a insustentabilidade do ecoturismo no Brasil é, de fato, parcialmente decorrente das limitações mencionadas. Assim sendo, se faz necessário ampliar o número de cursos de pós-graduação em (eco)turismo e melhor distribuí-los geograficamente pelo país, sendo fundamental que os programas (existentes e a serem criados) incluam em seus projetos pedagógicos disciplinas que contemplem o ensino do ecoturismo. Estas duas ações certamente impulsionarão a pesquisa em ecoturismo, que atualmente se encontra pouco expressiva, e promoverão a sustentabilidade da atividade.
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