O eclético mundo dos que curavam

cirurgiões de Regimentos de Cavalaria na capitania de Minas Gerais e suas comunicações à esfera régia (1771/1807)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-463335ea01123

Palavras-chave:

Cirurgiões, agentes das artes de curar, Câmara Municipal , requerimentos, saúde pública

Resumo

Trataremos no presente artigo, o universo dos sujeitos que ao lado dos médicos formavam a estrutura hierárquica da saúde pública, os cirurgiões. No entanto, em total distinção dos primeiros, estes eram vistos socialmente como inferiores, por exercerem ofícios mecânicos, tais como curativo de feridas, fraturas, luxações, extrações de tumores, abcessos e pequenas intervenções operatórias. Por ter uma formação de caráter prático, dispensando o saber intelectualizado dos médicos, os cirurgiões eram muito mais facilmente encontrados. Poderiam vir dos grupos de sangradores, barbeiros, e tantos outros que andavam a curar nos municípios. Os cirurgiões formavam, assim, ao lado dos agentes das artes de curar a maior parte da estrutura responsável pela aplicação das terapêuticas aos doentes na capitania de Minas Gerais. Tendo em vista a acentuada ausência de médicos formados em universidades europeias, cabia aos cirurgiões o cuidado com toda sorte de doença, e muitos deles buscavam atuar em duas frentes bem definidas: como cirurgiões de partido (trabalhando junto a uma câmara municipal) ou prestando seus serviços em um Regimento Militar.

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Publicado

2023-12-15

Como Citar

Ferreira, P. (2023). O eclético mundo dos que curavam: cirurgiões de Regimentos de Cavalaria na capitania de Minas Gerais e suas comunicações à esfera régia (1771/1807). Almanack, (35). https://doi.org/10.1590/2236-463335ea01123

Edição

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Artigos