Global porque escravista
uma análise das dinâmicas urbanas do Rio de Janeiro entre 1790 e 1815
DOI:
https://doi.org/10.1590/2236-463324ed00519Resumo
O Rio de Janeiro de destaca como uma das poucas cidades do
Mundo Atlântico que conseguiram reunir características tão
particulares e ao mesmo tempo tão reveladoras das dinâmicas
globais que marcaram as últimas décadas do século XVIII e os
primeiros cinquenta anos da centúria seguinte. Se por um lado
sua centralidade política se fez notória com sua elevação à sede
de poder colonial (1763), sua transformação em Corte do Império
Lusitano (1808) e sua escolha como capital do Império do
Brasil (1822), a porção “Versalhes Tropical” do Rio de Janeiro
coexistiu com uma cidade que, nas palavras de um viajantes inglês,
mais parecia o “coração da África”; com negros e negras
de diferentes origens, executando um sem número de atividades
que renderam ao Rio de Janeiro o título, pouco honroso,
de maior cidade escravista das Américas. Mais do que chocar
viajantes estrangeiros desacostumados com o cotidiano escravista,
ou então criar práticas de “pequenas Áfricas” em seu território,
a forte presença de africanos e seus descendentes sob
a égide a escravidão revela mais uma faceta do Rio de Janeiro:
um locus do mundo Afro-Atlântico, no qual identidades, trajetórias
e sentidos de cidade estavam em disputa. O objetivo
do presente trabalho é, justamente, compreender as dinâmicas
políticas, econômicas e sociais que caracterizaram o Rio de
Janeiro como importante centro deste mundo Afro-Atlântico e
suas múltiplas vozes entre os anos de 1790 e 1815.
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