A infância e a adoção no Brasil:
Um trajeto histórico dos “filhos de criação” do século XVI até a promulgação do ECA
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2019.v4.9668Palavras-chave:
infância, adoção, abandono, legislação, filiaçãoResumo
A infância e a adoção são assuntos praticamente indissociáveis. No Brasil, a legislação referente à adoção somente surgiu efetivamente com o Código Civil de 1916, sendo que, durante quase três séculos, o instituto esteve situado em um limbo jurídico. Era comum, durante o período colonial brasileiro, a prática do costume pelas famílias de se acolher os “filhos de criação”, tendo inexistido uma preocupação efetiva em regular tais relações e os efeitos advindos delas. Diante desses fatos, é preciso reconstruir as práticas que antecederam à formatação do instituto da adoção, bem como analisar, ainda que rapidamente, a história da infância abandonada no Brasil até a promulgação do ECA.
Downloads
Referências
AREND, Silvia Maria Fávero. De exposto a menor abandonado: uma trajetória jurídico-social. In: VENÂNCIO, Renato Pinto (Org.). Uma história social do abandono de crianças: de Portugal ao Brasil: séculos XVIII-XX. São Paulo: Alameda/PUC Minas, 2010.
BRÜGGER, Silvia Maria Jardim. Crianças Expostas: um estudo da prática do enjeitamento em São João del Rei, séculos XVIII e XIX. Revista Topoi. v. 7, n. 12, jan-jun. 2006.
CAVALLIERI, Allyrio. Direito do Menor. Rio de Janeiro: Forense, 1984.
CHAVES, Antônio. A legitimação adotiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1966.
CHAVES, Antônio. A legitimação adotiva, forma mais avançada de integração de crianças abandonadas ou expostas, em lares substitutos. Diferenças, inconvenientes e vantagens com referência à adoção. Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, v. 62, n. 2, p. 335-346, 1967.
CORRÊA, Mariza. Repensando a família patriarcal brasileira: notas para o estudo das formas de organização familiar no Brasil. In: ARANTES, Antonio Augusto. Colcha de retalhos: estudos sobre a família no Brasil. 2. ed. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 1993.
COSTA, Maria Cecília Solheid da. Os “filhos do coração”: adoção em camadas médias brasileiras. 1988. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1988.
FALEIROS, Vicente de Paula. Infância e processo político no Brasil. In: RIZZINI, Irene (Org.); PILOTTI, Francisco (Org.). A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
LEITE, Miriam Lifchitz Moreira. A roda de expostos: o óbvio e o contraditório da instituição. Revista Resgate, v. 2, n. 2, p. 66, 1991. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs /index.php/ resgate/article/ view/8645483.
MARCÍLIO, Maria Luiza. História Social da Criança Abandonada. São Paulo: Hucitec, 1998.
MARCÍLIO, Maria Luiza. A criança abandonada na história de Portugal e do Brasil. In: Uma história social do abandono de crianças: De Portugal ao Brasil: séculos XVIII-XX. São Paulo: Alameda/Editora PUC Minas, 2010.
MARCÍLIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na história do Brasil: 1726-1950. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). História Social da Infância no Brasil. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2016.
MESGRAVIS, Leila. A assistência à infância desamparada e a Santa Casa de São Paulo: a Roda dos Expostos no século XIX. Revista de História da USP. v. 52. n. 103. 1975. Disponível em: http://www.revistas.usp.br /revhistoria/article/view/133158.
MORENO, Alessandra Zorzetto. Na roda da vida: os filhos de criação em São Paulo colonial. In: VENÂNCIO, Renato Pinto (ORG.). Uma história social do abandono de crianças: de Portugal ao Brasil: séculos XVIII – XX. São Paulo: Alameda/Editora PUC Minas, 2010.
RIZZINI, Irene. Reflexões sobre pesquisa histórica com base em ideias e práticas sobre a assistência à infância no Brasil na passagem do século XIX para o XX. In: I Congresso Internacional de Pedagogia Social, 1, 2006, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Available from: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= MSC0000000092006000100019&lng=en&nrm=abn.
RIZZINI, Irene; CELESTINO, Sabrina. A cultura da institucionalização e a intensificação das práticas de confinamento de crianças e adolescentes sob a égide da Funabem. In: FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História Social da Infância no Brasil. 9. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2016.
RODRIGUES, Andréa da Rocha. As Santas Casas da Misericórdia e a Roda dos Expostos. In: VENÂNCIO, Renato Pinto (ORG.). Uma história social do abandono de crianças: de Portugal ao Brasil: séculos XVIII – XX. São Paulo: Alameda/Editora PUC Minas, 2010.
SOUZA, Marco Antônio de. A Santa Casa de Misericórdia e seu Assistencialismo na formação de Belo Horizonte, 1897-1930. Varia Historia, n. 16, Belo Horizonte, 1996.
VALDEZ, Diane. “Inocentes Expostos”: o abandono de crianças na Província de Goiás no século XIX. Revista Inter Ação, 29, 2004, UFG.
VENÂNCIO, Renato Pinto. Infância e pobreza no Rio de Janeiro, 1750-1808. In: História: questões & debates, Curitiba, n. 36, 2002. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/historia /article/view/2691 /2228.
WEBER, Lidia Natalia Dobrianskyj. Pais e Filhos por Adoção no Brasil: características, expectativas e sentimentos. Curitiba: Juruá, 2015.