"Chegamos ao Rio e não sabemos onde estamos" refugiados sírios e o comércio de esfihas e quibes no Rio de Janeiro
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Resumo
O artigo aborda como jovens sírios, que chegaram ao Rio de Janeiro para solicitar refúgio em decorrência da guerra na Síria, narram suas experiências cotidianas na cidade por meio da venda de salgados árabes, como esfihas e quibes. Essa atividade não apenas constituiu sua principal fonte de renda, mas também um meio de conquistar visibilidade no espaço público local, embora não sem conflitos e ambiguidades. Propomos que o relativo êxito alcançado por esses jovens na comercialização de salgados nas ruas cariocas está relacionado à presença histórica da comunidade árabe na cidade e aos diferentes modos de pertencimento à Síria. A pesquisa que fundamenta o artigo consistiu na realização de trabalho de campo etnográfico em diferentes períodos entre os anos de 2016 e 2018, com atualizações em 2019 e 2024.
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