UMA PEDRA NO SAPATO:
ANARQUISMO E O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO NA DÉCADA DE 1920 NO BRASIL E AS CONEXÕES TRANSLOCAIS DE PRÁTICAS E IDEIAS ALÉM DO EIXO RIO-SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2019.v3.9589Palavras-chave:
Anarquismo, Sindicalismo revolucionário, Movimento operário-BrasilResumo
É afirmado por parte da historiografia do tema que desde o início da década de 1920, o movimento anarquista teria começado sua decadência. De fato, concordamos que o anarquismo começa a perder sua base social de maneira irreversível nesse período, mas, neste artigo, afirmamos, concordando com outras
pesquisas e também olhando para além do eixo Rio-São Paulo, que o anarquismo e suas estratégias ainda representavam uma opção de luta de boa parte da classe trabalhadora. A circulação de ideias através de seus grupos móveis e suas ligações em entidades sindicais translocais, a partir da Confederação Operária Brasileira (COB) fizeram o anarquismo, que estava sendo atacado em seus núcleos mais usuais, conserva-se, além de se legitimar em lugares diferentes e longínquos entre si, fato muito importante para a não extinção total do anarquismo, e para a conservação do sindicalismo revolucionário, estratégia não só de anarquistas, mas de muitos trabalhadores.
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Referências
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