O semanário Marcha, Carlos Quijano e a configuração de um circuito cultural de resistência no Uruguai (anos 1960-70)

Autores

  • Mariana Villaça Doutora em História Social pela USP Professora da graduação e pós-graduação em História, com ênfase em História da América Independente, pela Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.34024/hydra.2017.v2.9110

Palavras-chave:

Semanário Marcha, Regime Civil-Militar Uruguaio, Resistência Cultural

Resumo

O semanário uruguaio Marcha, principal publicação da editora de mesmo nome, dirigida por Carlos Quijano, exerceu papel fundamental na consolidação de um circuito de resistência cultural naquele país, no contexto de acirramento do autoritarismo que marcou o governo de Pacheco Areco e culminou na instauração de um regime civil-militar em 1973. Partimos da hipótese de que Marcha exerceu papel de agente e formulador de uma política cultural responsável pela sedimentação desse circuito e de uma hegemonia cultural de esquerda. No presente trabalho, focamos a importância da trajetória de Carlos Quijano para a compreensão histórica do perfil de Marcha e da política cultural empreendida por esse organismo. Também destacamos, a fim de mapear a natureza dessa política cultural, alguns eventos e ações apoiados por Marcha que contribuíram, por um lado, para consolidar seu papel de pólo de resistência política e, por outro, reforçar vínculos culturais com países vizinhos, em uma perspectiva de afirmação do latino-americanismo, o qual, a partir de então, se torna um vetor influente na ressignificação da identidade uruguaia experimentada nos anos 1970.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACHUGAR, Hugo & CAETANO, Gerardo (orgs.). Identidad uruguaya: ¿mito, crisis oafirmación? 3ª ed. Montevidéu: Trilce, 1992.

ALFARO, H. Navegar es necesario. Quijano y el Semanario Marcha. Montevideo: EBO, 1984.

COUTO, Cristiano Pinheiro de Paula. Intelectuais e exílios. Confronto de resistências em revistas culturais. Encontros com a Civilização Brasileira, Cuadernos de Marcha e Controversia (1978-1984) Tese de Doutorado em História, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013.

DE ARMAS, Gustavo; GARCE, Adolfo.Uruguay y su conciencia crítica. Intelectuales y política en el siglo XX. Montevidéu: Trilce, 1997.

DE GIORGI, Ana Laura. Las tribus de la izquierda. Bolches, latas y tupas en los 60. Comunistas, socialistas y tupamaros desde la cultura política. Montevideo: Fin de Siglo, 2011.

CAETANO, Gerardo; Rilla, José Pedro. El joven Quijano (1900-1933). Izquierda nacional y conciencia crítica. Montevideo: Ediciones de la Banda Oriental, 1986.

FERREIRA, André Lopes. A unidade política das esquerdas no Uruguai: das primeiras experiências à Frente Ampla (1958-1973), Tese de doutorado em História, UNESP – Assis (São Paulo), 2011.

GREGORY, Stephen. Intelectuals anda Left Politics in Uruguay 1958-2006. Frustrade Dialogue. Portland: Sussesx Academica Press, 2009.

LACRUZ, Cecilia. "La experiencia del semanario Marcha y el cine político en Uruguay". In: CABEZAS VILLALOBOS, O e ANSA GOICOECHEA, E. (orgs) Efectos de imagen. ¿Qué fué y qué es el cine militante? Santiago: LOM Ediciones / Universidad Metropolitana de Ciencias de La Educacion, 2014, p. 23-39.

MARCHESI, Aldo. El Uruguay inventado. La política audiovisual de la dictadura, reflexiones sobre su imaginario. Montevideo: Trilce, 2001.

MARCHESI, Aldo; Markarian, Vania; Rico, Álvaro & Yaffé, Jaime. (orgs)El presente de la dictadura: Estudios y reflexiones a 30 años del Golpe de Estado en Uruguay. Montevidéu: Trilce, 2004.

MARKARIAN, Vania. El 68 uruguayo. El movimiento estudiantil entre molotovs y música beat. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes Editorial, 2012.

MORAÑA, Mabel y MACHÍN, Horacio. (Eds) Marcha y America Latina. Pittsburgh: Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana, 2003.

PADRÓS, Enrique Serra. Como el Uruguay no hay. Terror de Estado e Segurança Nacional. Uruguai (1968-1985): do Pachecato à ditadura civil-militar. Tese de doutorado em História, Porto Alegre, UFRGS, 2005.

PANIZZA, Francisco. Batllismo y después. Pacheco, militares y tupamaros en la crisis del Uruguay batllista. Montevideo: Ediciones de La Banda Oriental, 1990.

PEIRANO BASSO, Luísa. Marcha de Montevideo y la formación de la conciencia latinoamericana a través de sus cuadernos. Buenos Aires: Ediciones B, 2001.

PINO, Mirian. “El semanario Marcha de Uruguay: uma genealogia de la crítica de la cultura en America Latina”. Revista Crítica Literaria Latinoamericana, XXVIII, 56; (2002), p. 141-156.

PIÑEYRÚA, Pilar. “Las tapas y titulares del semanário Marcha: una puerta grande a la argumentación.” Buenos Aires, IV Jornadas de Historia de las Izquierdas, 14-17 noviembre 2007.

RAMA, Angel. La generación crítica. Montevideo: Editorial Arca, 1972.

RAMA, Angel. “La lección intelectual de Marcha”. Cuadenos de Marcha, 2ª série, num. 19, maijun 1982, p. 53-58.

REAL DE AZÚA, Carlos. “Carlos Quijano (1900)” In: Antología del Ensayo Uruguayo Contemporáneo, Tomo II. Departamento de Publicaciones de la Universidad de la República, Montevideo, Uruguay, 1964, p. 319-328.

REIS, Mateus Fávaro. Políticas da leitura, leituras da política: uma história comparada sobre os debates político-culturais em Marcha e Ercilla (Uruguai e Chile, 1932-1974). Tese de doutorado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.

REY TRISTÁN, Eduardo. A la vuelta de la esquina. La izquierda revolucionaria uruguaya. 1955 – 1973. Montevideo: Fin de Siglo. 2006

ROCCA, Pablo. 35 años en Marcha. Crítica y literatura en Marcha y en el Uruguay (1939-1974). Montevideo: Intendencia Municipal de Montevideo, 1992.

SILVA SCHULTZE, Marisa. Aquellos comunistas (1955-1973). Montevideo: Taurus, 2009

VILLAÇA, Mariana. “O ‘cine de combate’ da Cinemateca del Tercer Mundo (1969-1973)”.

MORETTIN, E.; NAPOLITANO, M.; KORNIS, M. (orgs.) História e Documentário. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012, p. 237-272.VILLAÇA, Mariana O documentário como fonte: a visão da ditadura uruguaia no cinema de Mario Handler. In: Mariana Villaça e Maria Ligia Coelho Prado. (Org.). História das Américas: fontes e abordagens historiográficas. São Paulo: Humanitas/CAPES, 2015, p. 85-113.

Downloads

Publicado

2019-03-25

Como Citar

Villaça, M. (2019). O semanário Marcha, Carlos Quijano e a configuração de um circuito cultural de resistência no Uruguai (anos 1960-70). Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP, 2(3), 257–272. https://doi.org/10.34024/hydra.2017.v2.9110

Edição

Seção

Artigos Livres