A DIMENSÃO JUDICIAL DA AÇÃO INQUISITORIAL DA PRIMEIRA VISITAÇÃO DO SANTO OFÍCIO AO BRASIL (1591-1595)
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2018.v3.9078Palabras clave:
Inquisição portuguesa, Primeira Visitação, Ação inquisitorialResumen
La acción inquisitorial tenía alcance e impacto social que no se resumían a las condenas judiciales impuestas a los demandados. Sin embargo, era justamente por presentarse como un tribunal religioso de justicia penal que la institución ejercía su influencia política – en la acepción más amplia del término – sobre las más diferentes sociedades en las que actuaba. Entender el alcance y el impacto de la acción inquisitorial pasa, necesariamente, por la comprensión de cómo la Inquisición se estructuró como tribunal religioso de justicia criminal, en los más diversos tiempos y lugares en que ella actuó. En este texto, pretendo discutir la acción del Tribunal en Brasil resaltando algunos rasgos de las estrategias judiciales adoptadas por los jueces de la Primera Visitación. Para ello, los argumentos aquí presentados se dividen en dos secciones. En la primera, el foco de las atenciones recaerá en los números de la acción inquisitorial, en especial aquellos ligados más directamente a los procesos. En la segunda, con base en las críticas de la Inquisición a la conducción dada por Heitor Furtado a algunos procesos, el núcleo de las reflexiones es la imagen construida por la historiografía respecto al primer visitador. El principal objetivo es comprender algunas características de la acción inquisitorial de la Primera Visitación en Brasil en su dimensión judicial, en su perspectiva histórico-jurídica.
Referencias
ASSIS, Angelo Adriano Faria de. João Nunes, um rabi escatológico na Nova Lusitânia: sociedade colonial e Inquisição no nordeste quinhentista. São Paulo: Alameda, 2011.
AZEVEDO, João Lúcio de. História dos Cristãos-Novos Portugueses. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1921.
BAIÃO, António. “Correspondência inédita do inquisidor geral e Conselho Geral do Santo Ofício para o primeiro visitador da Inquisição no Brasil”. Brasília, vol. 1, Coimbra, 1942.
BENNASSAR, Bartolomé (org.). Inquisición española: poder político y control social. Barcelona: Editorial Crítica, 1981.
BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália. Séculos XIV-XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
BETHENCOURT, Francisco. “Inquisição e controle social”. História & crítica. Lisboa, 1987.
DIAS FARINHA, Maria do Carmo Jasmins. O Atentado ao Primeiro Visitador do Santo Ofício no Brasil 1592. In: Novinsky, Anita Waingort; KUPERMAN, Diane (orgs.). Ibéria-Judaica: Roteiros da Memória. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: Edusp, 1996.
FEITLER, Bruno. A ação inquisitorial no Brasil: uma tentativa de análise. In:
FURTADO, Júnia Ferreira e RESENDE, Maria Leônia Chaves de (orgs.). Travessias inquisitoriais das minas Gerais aos cárceres do Santo Ofício: diálogos e trânsitos
religiosos no império luso-brasileiro (sécs. XVI - XVIII). Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
FEITLER, Bruno. Hierarquias e mobilidade na carreira inquisitorial portuguesa: a centralidade do tribunal de Lisboa. In: MONTEIRO, Rodrigo Bentes;
______;CALAINHO, Daniela Buono; FLORES, Jorge (orgs.). Raízes do Privilégio: mobilidade social no mundo ibérico do Antigo Regime. Rio de Janeiro: Record, 2011.
GACTO FERNÁNDEZ, Enrique. “Las circunstancias atenuantes de la responsabilidad criminal en la doctrina jurídica de la Inquisición”. Estudios penales y criminológicos. Universidad de Santiago de Compostela, 1991.
GOUVEIA, Jaime Ricardo. “A Inquisição na apuração do crédito e depuração do descrédito: Autóctones, caboclos e reinóis em microscopia no espaço Luso-Americano (1640-1750)”. Revista Ultramares (Dossiê Inquisição Colonial), nº 7, vol. 1, jan-jul, Maceió, 2015.
GOUVEIA, Jaime Ricardo. “Os ladrões das honras e a repressão das desonras. A ação do Juízo Eclesiástico no Atlântico Português (1640-1750)”. Revista Ultramares (Dossiê Clero Colonial), nº 4, vol. 1, ago-dez, Maceió, 2013.
MARCOCCI, Giuseppe; PAIVA, José Pedro. História da Inquisição portuguesa (1536-1821). Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013. MEA, Elvira Cunha. “Os cristãos-novos, a Inquisição e o Brasil – séc. XVI”. Revista da Faculdade de Letras. Porto: Universidade do Porto. Faculdade de Letras, 1987.
MOTT, Luiz. Filhos de Abraão & de Sodoma: cristãos-novos homossexuais no tempo da Inquisição. In: GORENSTEIN, Lina; CARNEIRO, Maria Luiza Tucci (orgs.). Ensaios sobre a intolerância: inquisição, marranismo e antissemitismo. São Paulo: Humanitas/LEI, 2002.
NOVINSKY, Anita Waingort. Inquisição: Prisioneiros do Brasil, Séculos XVI a XIX.São Paulo: Perspectiva, 2009.
NOVISNKY, Anita. A Inquisição: uma revisão histórica. In: ______;
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci (orgs.). Inquisição: Ensaios sobre mentalidade, heresia e arte. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, São Paulo: Edusp, 1992.
PEREIRA, Ana Margarida Santos. “Terceira Visitação do Santo Ofício às partes do Brasil. Capitanias do Sul, 1627-1628”. Politeia: História e Sociedade, 2011.
RESENDE, Maria Leônia Chaves de; SOUSA, Rafael José de. 'Por temer o Santo Oficio': As denúncias de Minas Gerais no Tribunal da Inquisição (século XVIII). Varia Historia, v. 32, Belo Horizonte, 2016.RESENDE, Maria Leônia Chaves de – Cartografia gentílica: os índios e a nquisição na América Portuguesa (século XVIII). In:
FURTADO, Júnia Ferreira e ______ (orgs.). Travessias inquisitoriais das minas Gerais aos cárceres do Santo Ofício: diálogos e trânsitos religiosos no império luso-brasileiro (sécs. XVI - XVIII). Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
SILVA, Marco Antônio Nunes da. O Brasil holandês nos cadernos do Promotor: inquisição de Lisboa, século XVII. Tese (doutorado). São Paulo: Usp, 2003.
SIQUEIRA, Sonia. A disciplina da vida colonial: os Regimentos da Inquisição. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a. 157, n. 392, jul./set. 1996.
SIQUEIRA, Sonia. A Inquisição portuguesa e a sociedade colonial. São Paulo: Ática, 1978.
SIQUEIRA, Sonia. O comerciante João Nunes. In: PAULA, Eurípedes Simões de (org.). Portos, Rotas e Comércio – Anais do V Simpósio Nacional dos Professores de História – Campinas. São Paulo: USP, 1971.
ULHÔA PIMENTEL, Helen. “Sob a lente do santo Ofício: um visitador na berlinda”. Textos de História (UnB), v. 14, Brasília, 2006.
VAINFAS, Ronaldo (org.). Confissões da Bahia: Santo Ofício da Inquisição de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos pecados: moral, sexualidade e inquisição no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
VAINFAS, Ronaldo. A heresia dos índios: catolicismo e rebeldia no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.