“RAIO X DO BRASIL”

ANÁLISES DO MAPEAMENTO DA CULTURA HIP-HOP NACIONAL E SUA POTÊNCIA EDUCADORA

Autores/as

  • Maurício de Sena Monteiro UNIFESP
  • Ellen Gonzaga de Lima Souza Unifesp
  • Priscilla Marques Campos Unifesp

DOI:

https://doi.org/10.34024/hydra.2024.v8.19636

Palabras clave:

Hip-Hop; Educação; Cultura e Movimento Negro.

Resumen

O artigo apresenta uma análise preliminar dos dados coletados a partir do edital "Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop" (Seleção nº 10/2023), promovido pelo Ministério da Cultura. A iniciativa buscou mapear a diversidade da cultura Hip-Hop no Brasil, destacando a importância dessa expressão cultural enquanto movimento de resistência e denúncia das violências que afetam as juventudes periféricas e corpos negros. A pesquisa foi realizada na Universidade Federal de São Paulo, no campus Guarulhos, em colaboração com o Núcleo Negro UNIFESP Guarulhos (NNUG). O artigo possui como objetivo analisar a interseção entre o Movimento Negro Educador e o Hip Hop, destacando como ambos atuam como ferramentas pedagógicas para a conscientização racial e a transformação social. O Hip Hop, ao emergir das periferias urbanas, promove uma educação crítica e acessível que vai além do espaço escolar tradicional, ressignificando a identidade negra e ampliando as formas de resistência contra as opressões sociais. As letras do rap, ao abordar temas como marginalização e violência, criam um diálogo com as lutas das populações negras, reforçando a importância de uma pedagogia inclusiva e transformadora.

Biografía del autor/a

  • Maurício de Sena Monteiro, UNIFESP

    Graduando em História na Unifesp, atualmente é integra a monitoria em História da África e Angola e o Grupo de Estudo Lucala: As Áfricas e suas conexões, coordenado pela Profa. Dra. Fabiana Schleumer. Também integra o grupo de Estudos: Laroye, coordenado pela Profa. Dra. Ellen de Lima Souza. Atua como produtor e programador cultural do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. É produtor cultural no curso de racismo ambiental no Instituo de Referência Negra Peregum. Atua como produtor do Projeto Diversidade e Mapeamento do Hip-Hop no Brasil, através do Minc. Integra o Núcleo Negro da Unifesp Guarulhos (NNUG) e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB). No AME é bolsista do Projeto de ações antrracista.

  • Ellen Gonzaga de Lima Souza, Unifesp

    Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008), mestrado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (2012) e doutorado em Programa de Pós Graduação em Educação - UFSCar pela Universidade Federal de São Carlos (2016). Pós Doutorado em Educação - UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2023). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo, credenciada ao programa de pós graduação em educação na mesma instituição. Coordenadora do grupo de pesquisa LAROYÊ culturas infantis e pedagogias descolonizadoras.

  • Priscilla Marques Campos, Unifesp

    Bolsista FAP-UNIFESP, do Projeto Diagnóstico da Diversidade da Cultura Hip-Hop Brasileira, para execução de pareceres técnicos e avaliação do edital Cultura Viva - Construção Nacional do Hip-Hop, do Ministério da Cultura (MinC). Mestra em História Social de África na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Bacharela e licenciada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Antirracista (GEPEAR/UFRJ) e o Núcleo de Estudos em História da África Contemporânea (NEHAC/UNIFESP). Produtora da revista e do encontro orí - Encontro dos Estudantes de História da África e Relações Étnico-raciais (@encontroori). Idealizadora da I Jornada Afroasiática de História (UNIFESP), ocorrida no segundo semestre de 2020 e da II Jornada Afroasiática: Tributo a Franz Fanon (1925-1961) e a Edward Said (1935-2003), evento financiado pelo Edital n11/2023 PAEP/CAPES. Ex-editora-chefe da Revista Discente Hydra do Programa de Pós-Graduação em História - UNIFESP. Tradutora da Revista Jacobina. Coordenadora Artística e Pedagógica no programa Território Hip Hop da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo (2023). Com interesse nas áreas de: Revoluções Africanas no século XX, História Social da África Contemporânea, Educação antirracista, Lei 10.693/03-11.645/08, cultura e língua Yorùbá, resistência ao colonialismo na Nigéria, feminismo e protagonismo feminino na historiografia.

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Publicado

2025-04-15

Cómo citar

“RAIO X DO BRASIL”: ANÁLISES DO MAPEAMENTO DA CULTURA HIP-HOP NACIONAL E SUA POTÊNCIA EDUCADORA. (2025). Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP, 8(15), 16-42. https://doi.org/10.34024/hydra.2024.v8.19636