DO LIXÃO NASCE FLOR

ENTRE O CINEMA DE QUEBRADA E “O RAP DA VILA RIO”

Autores

  • Daniel Neves de Andrade UFABC

DOI:

https://doi.org/10.34024/hydra.2024.v8.19496

Palavras-chave:

Cinema de Quebrada; Hip Hop; Walter Benjamin;

Resumo

Nos documentos oficiais, monumentos, livros didáticos, feriados e celebrações cívicas estão presentes os protagonistas da História, seja de uma cidade, de um país, de um continente ou de toda uma época. Mas onde está o registro daqueles anônimos, invisíveis e aparentemente sem importância, como nos disse Bertolt Brecht, que construíram a muralha da China, as pirâmides do Egito, as conquistas dignas de serem lembradas e admiradas coletivamente? A partir da obra de Walter Benjamin e do cinema periférico – isto é, do cinema realizado na periferia do capitalismo –, esse projeto busca investigar e reconstituir parte da memória dos oprimidos a partir de suas próprias narrativas, imagens e lugares de origem. Segundo Benjamin, o historiador materialista deve fazer um trabalho arqueológico com o ocorrido, juntar os cacos e lembrar os mortos para reconhecê-los e redimi-los. No Brasil do século XXI, impulsionados por mudanças sociais e tecnológicas, cineastas moradores de regiões periféricas têm realizado filmes não apenas sobre, mas principalmente nas próprias comunidades onde vivem e atuam. Muitos desses filmes abordam a cultura Hip Hop, refletindo a memória desta na construção de uma contra-história.

Referências

ADERALDO, Guilhermo André, Reinventando a Cidade: uma etnografia das lutas simbólicas entre coletivos culturais vídeo-ativistas nas periferias de São Paulo. São Paulo: Annablume. 2017.

ANDRADE, D. N. Cinema Novo e Cinema de Quebrada: a experiência da Companhia Bueiro Aberto. Dissertação (Mestrado) em História da Arte - Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, SP, 2021.

BENJAMIN, Walter, Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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Publicado

2025-04-15

Edição

Seção

Notas de Pesquisa

Como Citar

DO LIXÃO NASCE FLOR: ENTRE O CINEMA DE QUEBRADA E “O RAP DA VILA RIO”. (2025). Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP, 8(15), 272-283. https://doi.org/10.34024/hydra.2024.v8.19496