OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO:
O APARECIMENTO E A CIRCULAÇÃO DE BOATOS
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2024.v8.16557Palavras-chave:
Boatos, Fofocas, Fake newsResumo
O presente artigo tem por objetivo compreender a origem e o desenvolvimento dos boatos. Além disso, salientamos a diferença entre o boato, a fofoca e as falsas notícias, fenômenos antigos que podem ser encontrados em todas as sociedades. Aliás, buscamos entender como eles circulavam no coletivo popular antes do surgimento da internet e como viralizam após o advento das redes sociais. Através de uma análise comparativa e crítica com uso de exemplos de rumores, boatos e falsas notícias, tentamos esclarecer como o boato foi associado a uma patologia social por causa da propagação constante de boatos em contextos de catástrofes, crises políticas e guerras. Ademais, discutimos como os historiadores e cientistas sociais são contrários a essa visão do boato como uma patologia social e que defendem que o boato faz parte das formas de comunicação e interação social. A pesquisa foi realizada com base em estudos teóricos da psicologia das multidões, da sociologia clínica dos rumores e da história sobre as falsas notícias em tempos de guerra. O resultado dessa pesquisa permitiu concluir que o boato é um elemento essencial para interpretar as representações coletivas de grupos que compartilham informações e das relações sociais.
Referências
ALDRIN, Philippe. L’impensé social des rumeurs politiques. Sur l’approche dominocentrique du phénomène et son dépassement, v. 92, Paris, 2010, p. 23-40. Disponível em: https://journals.openedition.org/mots/19606. Acesso em: 07. mai. 2018.
ALLPORT, Gordon; POSTMAN, Leo. The Psychology of Rumor. New York: Henry Holt and Company, 1947, 247 p.
ALLPORT, Gordon. The historical background of social psychology. Handbook of Social Psychology: Theory and method, Massachusetts e England, vol.1, 1959, p.1-46.
ALVES, Marco; MACIEL, Emanuella. O fenômeno das fake news: definição, combate e contexto. Internet & Sociedade, v.1, nº 1, São Paulo, jan. 2020, p.144-171. Disponível em: https://revista.internetlab.org.br/o-fenomeno-das-fake-news-definicao-combate-e-contexto/. Acesso em: 27. ago. 2023.
BLOCH, Marc. Reflexões de um historiador sobre as falsas notícias da guerra. In: BLOCH, Marc. História e historiadores. Lisboa: Teorema, 1998. (pp.177-198)
DARNTON, Robert. Uma precoce sociedade da informação: As notícias e a mídia em Paris no século XVIII. Varia História, v.17, nº 25, Belo Horizonte, 2001, p.9-51. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/57ab5edebe6594bec76df536/1470848832157/Darnton%2CRobert.pdf. Acesso em: 10. mai. 2018.
LE BON, Gustave. La psychologie des foules. Paris: PUF, 2013, 132 p.
LEFEBVRE, Georges. El gran pánico de 1789. Barcelona: Paidós, 1986, 311 p.
MORIN, Edgar. La rumeur d’Orléans. Paris: Seuil, 1969, 256 p.
OLIVEIRA, Julio. Boatos, crises e oportunidades políticas na antiguidade tardia. Dossiê: A antiguidade tardia e suas diversidades. v.35, nº 89, São Paulo, 2016, p.1-15. Disponível em: https://www.scielo.br/j/his/a/MNtmCHKyCXqgYGds369MRrr/?lang=pt. Acesso em: 07. mai. 2018.
O’SHAUGHNESSY, Nicholas. Marketing the Third Reich: Persuasion, Packaging and Propaganda. 1. ed, Londres: Routledge, 2017, 304 p.
SHIBUTANI, Tamotsu. Improvised News: A Sociological Study of Rumor. Indianapolis: Bobbs-Merril, 1966, 262 p.