O PENSAMENTO MÉDICO BRASILEIRO NA DÉCADA DE 1840 NO BRASIL
O CASO DA FRENOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2023.v7.16286Palavras-chave:
História da Medicina no Brasil, Frenologia, Discurso médicoResumo
Compreendendo que o saber médico do século XIX tinha como base uma abordagem que correlacionava ordem social e saúde pública, é possível observar nas teses dos médicos aspirantes ao título de "doutor" uma recorrência de ideias sobre o controle do espaço urbano e da população considerada perigosa - tais como delinquentes, libertinos, prostitutas, loucos e vagabundos. Essas teses abordavam temas como medicina legal, legislação criminal, prostituição, aborto, frenologia e higiene das prisões, dentre outros assuntos relacionados, indicando "falhas" na legislação criminal decorrentes da falta de consideração do conhecimento médico na formulação das leis. Diante disso, esta nota de pesquisa tem como objetivo apresentar o tema da frenologia no discurso médico brasileiro, na década de 1840 no Brasil. Este texto parte de uma parcela dos resultados da pesquisa de Iniciação Científica, “As aproximações entre direito e medicina entre as décadas de 1840 e 1860 no Brasil” financiada pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e finalizada no ano de 2023.
Referências
Fontes documentais
Teses Médicas do Século XIX. Disponível em: <http://hpcs.bvsalud.org/vhl/temas/historia-saberes-medicos/teses-medicas/>. Acesso em: 15 maio. 2023.
PINTO, Antônio Pereira D’Araújo. Algumas proposições de frenologia. Rio de Janeiro: Typ. de J. E. S. Cabral, 1841.
SANTOS, José Manoel de Castro. A inteligência do homem explicada pelo sistema frenológico. Bahia: Typ. do Mercantil, 1846.
SOUTO, Salustiano Ferreira. Frenologia. Bahia: Typ. de Galdino José Bizerra e Companhia, 1840.
Referências bibliográficas
ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos pensamentos criminológicos. Rio de Janeiro: Revan, 2008.
ANTUNES, José Leopoldo Ferreira. Medicina, leis e moral: pensamento médico e comportamento no Brasil (1870-1930). São Paulo: UNESP, 1999.
BYNUM, William. História da medicina. Porto Alegre/RS: L&PM, 2011.
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.
COSTA, Jurandir Freire. História da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2006.
EDLER, Flávio Coelho. A natureza contra o hábito: a ciência médica no Império. Acervo, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 153-166, jan/jun 2009.
EDLER, Flávio Coelho. A medicina no Brasil imperial: clima, parasitas e patologia tropical. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2011.
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso. Edições Loyola. São Paulo ,1996.
KUHN, Thomas. Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978.
NAVA, Pedro. Capítulos da história da medicina no Brasil. Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2003.
SANTOS FILHO, Lycurgo. Medicina no período imperial. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História geral da civilização brasileira, v. 3. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976.
