HISTÓRIA PÚBLICA ÀS AVESSAS
O PROGRAMA “ALIENÍGENAS DO PASSADO” E A (DES)CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DA ÁFRICA
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2023.v7.16182Palavras-chave:
História Pública, History Channel, Alienígenas do PassadoResumo
Esse trabalho visa identificar os recursos argumentativos utilizados pelo programa “Alienígenas do Passado”, do History Channel, para sedimentar a versão que eles apresentam a respeito da História da África e, dessa forma, colaborar, com o debate acerca da História Pública, bem como com os estudos africanistas. A presente pesquisa partiu da ideia de que a história dos povos africanos ainda é difundida, principalmente nos países ocidentais, de maneira generalizante e preconceituosa, geralmente resumida em escravidão e colonialismo, esquecendo que o continente é um território gigante e plural, com inúmeros povos, organizados em diferentes formas sociais, culturais, políticas e religiosas muito antes da chegada do homem branco. Nesse sentido, o campo da História Pública torna-se uma excelente ferramenta para mudar estas narrativas colonialistas. Assim, antes de adentrar o referido programa de televisão, cujo cerne é colocar seres extraterrestres no centro da humanidade, apresentei os conceitos de negacionismo, revisionismo ideológico, fake news e teoria da conspiração.
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Fake News na história: uma bibliografia comentada. (Bibliografia Comentada). Café História, 2020. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/fake-news-na-historia.Acesso em: 15 out. 2022.
_______. Fake news: do passado ao presente. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. Novos combates pela história, desafios, ensino. São Paulo: Editora Contexto, 2021, p. 147-174.
_______. História Pública e redes sociais na internet: elementos iniciais para um debate contemporâneo. Revista Transversos. Rio de Janeiro, v. 07, n. 07, 2016, p. 35-53. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/transversos/article/view/25602. Acesso em: 15 out. 2022.
CASTRO, Ricardo Figueiredo de. Teorias da Conspiração: conceito, história e as suas associações com as fake News (Artigo). Café História – história feita com cliques. 2020. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/fake-news-teorias-da-conspiracao-dicursos-de-odio/. Acesso em: 15 out. 2022.
DANIKEN, Erich von. Eram os Deuses Astronautas? São Paulo: Companhia Melhoramentos, 2000.
FICO, Carlos. Quem escreve a História: a qualificação do historiador. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. Novos combates pela história, desafios, ensino. São Paulo: Editora Contexto, 2021, p. 25-50
FUNARI, Pedro Paulo. Anacronismos e apropriações. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. Novos combates pela história, desafios, ensino. São Paulo: Editora Contexto, 2021, p. 115-146.
GONÇALVES, Márcio Souza. Foram os aliens: comunicação de massa e verdade. Líbero. Bela Vista, n. 44, jul./dez. 2019. Disponível em: https://seer.casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/1082/1030. Acesso em: 15 out. 2022.
HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, n. 74, 2017, p. 135-154. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/LHTGChGvyDBCdzDk33k4WgM/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 out. 2022.
MARTINS, Leonardo Breno. Extremistas religiosos, terraplanistas, alienígenas e além: a dinâmica da espiral ascendente de complexidade na formação de crenças e experiências contraintuitivas. Numen: Revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 21, n. 2, jul./dez. 2018, p. 129-144. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/numen/article/view/22156. Acesso em: 15 out. 2022.
MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 62, dez. 2015, p. 20–31. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rieb/a/WxGPWdcytJgSnNKJQ7dMVGz/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 15 out. 2022.
NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. Novos combates pela história, desafios, ensino. São Paulo: Editora Contexto, 2021, p. 85-114.
OGASSAWARA, Juliana Sayuri; BORGES, Viviane Trindade. O historiador e a mídia: diálogos e disputas na arena da história pública. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 39, n. 80, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/FKyMw5pFhRdL5jbRCYB6fnD/?lang=pt. Acesso em: 15 out. 2022.
PINSKY, Jaime. Por que gostamos de História. São Paulo: Contexto, 2013.
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. A História contra-ataca. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. Novos combates pela história, desafios, ensino. São Paulo: Editora Contexto, 2021, p. 9-24.
SOUZA, Rosali Fernandez de; DUARTE, Rodrigo Almeida. Sobre fake news e fake History. Revista Mídia e Cotidiano, v.15, n.3, 2021, p.321-338. Disponível em: https://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/view/50671. Acesso em: 15 out. 2022.
TAVES, Brian. The History Channel and the Challenge of Historical Programming. Film & History: An Interdisciplinary Journal of Film and Television Studies, v. 30, n. 2, 2000, p. 7-16. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/400651/pdf. Acesso em: 19 jan. 2024.
TOPLIN, Robert Brent. Cinematic History: Where Do We Go From Here?. The Public Historian, v. 25, n. 3, 2003, p. 79-91. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/10.1525/tph.2003.25.3.79. Acesso em: 26 jan. 2023.
TOPLIN, Robert Brent; EUDY, Jason. The Historian Encounters Film: A Historiography. OAH Magazine of History, v. 16, n. 4, Film and History, 2002), p. 7-12. Disponível em https://www.jstor.org/stable/25163542. Acesso em: 26 jan. 2023.