Memórias negras de Resende

A invisibilidade das mulheres afrodescendentes desta cidade no sul fluminense

Autores

  • Roseneia Terezinha de Oliveira UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.34024/hydra.2022.v6.13629

Palavras-chave:

História oral. Memórias. Racismo. História Local. Gênero.

Resumo

A ausência de registros sobre as histórias de vida e memórias das mulheres afrodescendentes na Historiografia da cidade de Resende/RJ, são uma realidade inegável que ficou comprovada em pesquisa realizada entre 2019 e 2022, no curso de Mestrado em Ensino de História na UFRRJ. Após a realização de pesquisas nos arquivos históricos do município, encontramos apenas no século XIX, notícias em jornais e periódicos sobre as escravas de ganho, suicídios de escravizadas e crimes por elas cometidos. Ao longo do século XX nenhum registro oficial sobre possíveis lideranças femininas afrodescendentes foi encontrado. A essa ausência, ou apagamento de registros de histórias de vidas e memórias de vidas podemos classificar como apagamento? Uma história situada sobre pessoas subalternizadas na história do Brasil e, como reflexo, na historiografia local. No contexto atual, como se encontra essa parcela importante da população local?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, Martha. CYPRIANO, Eliane. PEREIRA. Anthony Nadaes. O Samba Carioca e o legado da última geração de africanos escravizados do Sudeste. Samba em Revista, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, ago. 2014.

ABREU, Martha. Por um Museu de território da Pequena África – Histórias do Pós-Abolição. IPN – Instituto Pretos Novos. Rio de Janeiro, 10 de março de 2021. Oficina on line via zoom meet. 19h/21h.

ABREU, Martha. FILHO, Silvio de Almeida Carvalho. Entrevista com Mônica Lima e Souza. Revista História Hoje, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 134-136, jun. 2012.

ALBUQUERQUE, Iara Maribondo. Violência Sexual e Discriminação Racial: Influência na Responsabilização da Vítima. 2015. Dissertação de Mestrado, UFPB. Centro de ciências humanas e letras. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social/Mestrado. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2015.

ARARIBÁ MAIS HISTÓRIA. Editora Moderna, 2019. Editora responsável: Ana Cláudia Fernandes. Obra coletiva organizada, concebida e produzida pela Editora Moderna.

BARROS. Carlos Henrique Farias de. Ensino de História, Memória e História local. Revista Criar Educação, Recife, v. 2, n. 2, 2013.

BRASIL. Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em 20 maio 2021.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico raciais e para o ensino da História afro-brasileira e africana. Brasília/DF: SECAD/ME, 2004.

BOTELHO, Ione Assis de. Diálogo sobre racismo, assédio moral no trabalho e solidão da mulher negra. Rio de Janeiro, 16 jun. 2020. Entrevista concedida à Rosenéia Terezinha de Oliveira.

BOULOS, Guilherme. Combate radical à desigualdade. Carta Capital. São Paulo, 05 ago. 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/boulos-prega-um-combate-radical-a-desigualdade/. Acesso em: 06 jan. 2021.

CARNEIRO, Sueli. Mulheres negras na educação: desafios para a sociedade brasileira. In: CARREIRA, Denise, et al. (org.). Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. São Paulo: Ação Educativa, 2016.

CARTA CAPITAL. A volta ao vergonhoso mapa da fome. https://www.cartacapital.com.br/economia/analise-de-volta-ao-vergonhoso-mapa-da-fome/ - acesso em 04 de outubro de 2021.

COROSSACZ. Valéria Ribeiro. Relatos de Branquitude entre Homens Brancos do Rio de Janeiro. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 105, p. 43-64, 2014.

DUARTE, Constância Lima (org). Escrevivências: Identidade, Gênero e Violência na obra de Conceição Evaristo. Belo Horizonte: Editora Idea, 2016.

EMICIDA. Principia (2019). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kjggvv0xM8Q. Último acesso em: 11 jan. 2021.

EVARISTO, Conceição. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.

FRANCO, Anielle. Mulheres Negras Decidem: Para onde vamos. Le monde Diplomatique. Disponível em: https://diplomatique.org.br/mulheres-negras-decidem-para-onde-vamos/. Último acesso em: 19 Jun. 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 67ª ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019.

FREITAS, Sônia Maria. Diálogo sobre gênero, racismo, visibilidade feminina negra e ocupação dos espaços de poder. Rio de Janeiro, 13 mar. 2020. Entrevista concedida à Rosenéia Terezinha de Oliveira.

FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala: formação brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2003.

GIACOMINI, Sonia Maria. Mulher e escrava. Uma Introdução histórica ao estudo da mulher negra no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1988.

GONZÁLEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

GRINBERG, Keila. A História nos porões dos arquivos judiciários. In: PINSKY, Carla Bassanezi; DE LUCA, Tania Regina (orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2017.

HARTMAN, Saidya. Vênus em dois atos. Tradução Fernanda Silva e Sousa e Marcelo Ribeiro. Revista Eco-Pós, v. 23, n. 3, 2020 [2004], pp. 12-33.

HOOKS, Bell. E eu não sou mulher? Mulheres negras e feminismo. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2019.

HOOKS, Bell. Intelectuais Negras. Revista de Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 464-478, 1995.

IPEA Atlas da violência. Brasil, 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/24/atlas-da-violencia-2020. Último acesso em: 11 jan. 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de Racismo Cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LÚCIO, Bianca de Fátima. Diálogo sobre o sentimento de pertencimento cultural e de identidade racial da mulher afrodescendente. Rio de Janeiro, 16 mar. 2020. Entrevista concedida à Rosenéia Terezinha de Oliveira.

MAIA, João de Azevedo Carneiro. Notícias Históricas e Estatísticas do Município de Rezende desde a sua Fundação. Rio de Janeiro: 1891.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 1996

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2018. 80 p.

MOURA, F. A.; ROCHA, L. L. F. Memória e História: entrevista como procedimento de pesquisa em comunicação. Revista Comunicação Midiática, v.12, n. 2, p. 161-176, maio/ago. 2017.

MULLER, Tania Mara Pedroso. CARDOZO, Lourenço. Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017.

MUAZE, Mariana.SALLES, Ricardo. O Vale do Paraíba e o Impériodo Brasil nos quadros da segunda escravidão. Organização Mariana muaze, Ricardo Salles.-1.ed.-Rio de janeiro: 7Letras,2015.

OLIVEIRA, Juliana. Diálogo sobre o protagonismo feminino. Rio de Janeiro, 13 jun. 2020. Entrevista concedida à Rosenéia Terezinha de Oliveira.

OLIVEIRA, Maria da Glória. Os sons do Silêncio: Interpelações Feministas Decoloniais à História da Historiografia. História da Historiografia, v.11, n.28, p.104-140, set-dez, 2018.

PACHAMAMA, Aline Rochedo. Boacé Uchô: a história está na terra – narrativas e memórias do povo Puri da Serra da Mantiqueira/[texto e ilustração de]Aline Rochedo Pachamama – Rio de Janeiro: Pachamama, 2020.

PASSOS, Úrsula. Feminismo ocidental nunca questionou privilégios de brancas. 14 jun. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/06/feminismo-ocidental-nunca-questionou-privilegios-de-brancas-diz-ativista.shtml. Último acesso em: 28 jun. 2020.

PEREIRA, Junia Sales. Da ruína à aura: convocações da África no ensino de História. In:MAGALHÃES,Marcelo et al (orgs). Ensino de História: usos do passado, memórias e mídias. Rio de Janeiro: FGV, 2014.p.187-205.

PESTANA, Maurício. Negros na base da pirâmide. Isto é dinheiro. Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.br/blogs-e-colunas/post/20160127/negros-base-piramide/8233>. Último acesso em: 24 mar. 2020.

PLATAFORMA VITURAL DA COMUNIDADE NEGRA DE RESENDE. Disponível em: https/www.kilombongagu.blogspot. Último acesso em: 22 jun. 2020.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.3-15, jun.1989.

PRATA, Adjane. JONGO: Cultura e Resistência da história dos negros podem ser resgatadas com aprendizagem da dança. Artigo. A Voz da Cidade. 2 de setembro de 2019. Volta redonda-RJ. www.avozdacidade.com/jongo - Acesso em 30 de março de 2021.

RACISMO E ANTIRRACISMO: Reflexões, caminhos e desafios[recurso eletrônico]/organização Wesley Henrique Alves da Rocha.-1.ed.-Curitiba,PR: Editora Bagai, 2021E-book. P.26.

Revista História Hoje. ABREU, Martha. FILHO, Silvio Carvalho. “Ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira, vol.1. num.1. ANPUH, 2012.

RIBEIRO. Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2017.

SANTOS, Bebiana Laura. Diálogo sobre a importância de registrar as memórias do povo afrodescendente. Rio de Janeiro, 07 nov. 2020. Entrevista concedida à Rosenéia Terezinha de Oliveira.

SARAIVA, Adriana. Síntese de indicadores sociais. Trabalho, renda e moradia: desigualdades entre brancos e pretos ou pardos persistem no país. Agência IBGE de notícias, 12 de novembro de 2020. https://censos.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/29433-trabalho-renda-e-moradia-desigualdades-entre-brancos-e-pretos-ou-pardos-persistem-no-pais. Acesso em 26 de dezembro de 2021.

SARLO, Beatriz. Tempo Passado: Cultura da Memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SOUZA, Andreia Costa. Ensino de História e Mulher Negra: Um olhar interseccional sobre as percepções de estudantes m Conceição do Araguaia/TO. UFTO (Universidade Federal do Tocantins) Campus Araguaína. Programa de Pós-Graduação em Ensino de História/PPGEHIST. Mestrado Profissional em Ensino de História-PROFHISTORIA. Araguaína/TO, 2020.

Downloads

Publicado

2022-11-03

Como Citar

de Oliveira, R. T. (2022). Memórias negras de Resende: A invisibilidade das mulheres afrodescendentes desta cidade no sul fluminense. Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP, 6(11), 66–115. https://doi.org/10.34024/hydra.2022.v6.13629