Papai Félix e Vovó Thomazia
Curandeiros no Rio de Janeiro da última década do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.34024/hydra.2020.v4.10712Palavras-chave:
História da Saúde, Religiões Afro-brasileiras, Intolerância religiosaResumo
Por meio do presente trabalho, pretende-se tecer breves considerações acerca das possíveis relações existentes entre a História da Saúde no Brasil e a História das Religiões Afro-brasileiras. Isto é, a correlação entre o fortalecimento e a institucionalização da chamada medicina acadêmica, ocorrido durante o século XIX, e o recrudescimento da perseguição às práticas populares de cura, notadamente aos feiticeiros e curandeiros de cultos afro-brasileiros. Visa-se, ainda, traçar linhas para que se possa vislumbrar as relações de tais fenômenos com o Direito, precipuamente no que tange às garantias constitucionais de liberdade de culto e a influência da institucionalização da medicina na codificação criminal de 1890. Para tanto, partir-se-á de notícias extraídas do, que relatam episódios dos notáveis curandeiros Papai Félix e Vovó Thomazia, tomados de forma a ilustrar os processos e fenômenos já mencionados.
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