v. 5 n. 8 (2018): Documentos

Neste oitavo número a Revista de fontes publica seu tradicional volume de documentos históricos, relevantes para o desvendamento dos mais variados temas, épocas e períodos. Lembremos que a Revista de fontes tem periodicidade semestral, intercalando números temáticos de textos autorais sobre tipos ou conjuntos documentais e números compostos de transcrições e traduções de documentos e ainda instrumentos de pesquisa. As possibilidades de se contar histórias a partir destes documentos ou instrumentos de pesquisa são exploradas pelos textos introdutórios dos autores que, sem intenção de serem profundas análises do seu conteúdo, apontam caminhos e perspectivas de investigação.
Este número traz cinco conjuntos de documentos transcritos por um leque de pesquisadores de diversos países (Brasil, Chile e Portugal). Eles abordam um vasto marco cronológico, indo do medieval ao contemporâneo, e também geográfico, do Norte Fluminense ao Norte de Angola, passando pela península ibérica, Países Baixos e Veneza.
Uma primeira contribuição, de Ana Pereira Ferreira, é a transcrição do testamento de Teresa Rodrigues, mulher do tabelião lisboeta João Esteves. Redigido em 1396, esse testamento descortina a realidade social de um elemento muito importante da vida cotidiana dos centros urbanos em desenvolvimento.
São também testamentos a contribuição de Ignacio Chuecas Saldías. Redigidos entre 1587 e 1673, esses documentos, descobertos em arquivos espanhóis e holandeses, permitem a que “se acessem múltiplos aspectos da existência, atividades e situação vital dos círculos de judaizantes hispano-portugueses”, no caso, a influente família dos Coronel.
Victor Luis Alvares Oliveira descortina a segunda parte de um importante relatório redigido em 1785 sobre o distrito de Campos dos Goytacazes. Uma primeira parte desse texto já é bem conhecida da historiografia sobre a economia e a sociedade colonial. Esta segunda parte, encontrada no Arquivo Histórico do Exército, complementa e conclui ideias desenvolvidas na primeira parte do texto do capitão de infantaria Manuel Martins do Couto Reis.
Voltando à temática do tabelionato, Augusto Fagundes da Silva dos Santos e Rafael Marques Ferreira Barbosa Magalhães, a partir da transcrição de uma escritura pública de começos do século XIX, abordam questões de paleografia importantes para a compreensão desse tipo documental.
Finalmente, Bruno Pastre Máximo transcreve dois documentos que dão a ver uma organização pouco conhecida, porém de relevo, para a independência de Angola, o partido político NGWIZANI A KONGO.
Desejamos aos pesquisadores que consultem com proveito a Revista de fontes, e aproveitamos para agradecer com sinceridade o valioso apoio de Armando Pereira Bezerra Junior e Ricelli Silva na finalização do processo editorial deste número.