Etnografia de arquivos e sociologia reflexiva
Contribuições para a história social da edição no Brasil e na América latina
DOI:
https://doi.org/10.34024/fontes.2015.v2.9168Palavras-chave:
etnografia de arquivos, sociologia reflexiva, editora José OlympioResumo
O objetivo deste trabalho é refl etir sobre parâmetros metodológicos para a pesquisa em arquivos de agentes ligados à confi guração da cultura escrita. Nos últimos anos, o “aparecimento” de arquivos de editoras deu lugar a certa euforia e projetos para reuni-los e disponibilizá-los para estudo. O encantamento que parece derivar dessas valiosas ações pode conduzir à naturalização dos acervos editoriais como um passo evidente do assentamento de um campo de pesquisas de recente formação. Contra esse mágico perigo, o aproveitamento dos seus conteúdos surge ao aplicar a dúvida metódica sobre os arquivos como espaços de pesquisa: como, quando, onde surgem essas reservas documentais? Qual é sua especifi cidade e de que modo exigem esquemas de interpretação apropriados? Algumas destas questões são pensadas na objetivação da minha própria relação de pesquisa com os arquivos da editora José Olympio. Através desse exercício apresento a história desse arquivo e as suas possibilidades de existência em diversos momentos da trajetória desta empresa-cultural. Entre outros aspectos, analiso a evolução e dispersão do arquivo; os usos que o próprio José Olympio fez dos documentos do arquivo como emblemas de grandeza cultural e os diferentes estados desse arquivo não como uma coleção de documentos, mas como um espaço social, quero dizer, como um fato produzido pela ação humana e defi nido a partir das práticas e dos interesses específi cos daqueles que podemos chamar de guardiões do arquivo e da memória de um âmbito social.
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